Sai para correr, precisava extravasar, e aproveitaria para dar uma passada na obra.
Mas nada saiu como planejei.
Após sair para minha corrida liguei para Bóris, ele havia ido ao hospital conforme havia me dito e descobriu algo que me deixou enfurecido.
A maldade do tal do Enrico, que nem sei se é seu nome verdadeiro, é tão doentia que ele foi capaz de manipular a morte do bebê de Ágata, seu próprio filho.
Boris descobriu onde a tal enfermeira morava, seguiu e lhe "convenceu" a contar oque aconteceu, e qual a relação dela com o tal Enrico.
Ela disse que era viciada em medicamentos apioides, o Dr. Enrico sabia, mas nunca transpareceu saber e sempre fez vistas grossa para a ausência da medicação no setor do qual a enfermeira era responsável.
Mas no dia do parto de Ágata, após o bebê nascer ele pediu para ela fazer a troca do bebê por outro que havia morrido naquela noite, como ela se negou ele ameaçou mostrar as provas de seu vício e os furtos de medicação que ela cometia, todos filmados pelo sistema de segurança do hospital, assim ela seria presa e perderia a guarda de sua filha.
Então por medo ela o fez oque lhe foi pedido, trocou o bebê de Ágata por outro bebê morto, ela disse que Ágata havia perdido muito sangue, estava inconsciente e que o parto foi difícil, mas que quando Ágata acordou da cirurgia ela mesma deu a notícia que a criança não havia resistido.
Ela disse que viu quando Ágata fugiu do hospital, mas fingiu não ver, deixou que ela fosse, pois ela não sabia qual era a relação dela com o Dr. Enrico, mas sabia que ele estava mentindo ao dizer que a garota tinha problemas mentais.
Boris ainda não descobriu qual a outra família que ficou com o bebê, mas irá acompanhar a tal enfermeira ao trabalho hoje a noite, no seu plantão, para que ela veja os registros dos bebês mortos naquela noite.
Ouço a porta do quarto ser aberta e Ágata entra, com algumas sacolas.
— Uauuu! Quem é essa Deusa que acabou de entrar no meu quarto?
Moça, pode ir embora, minha namorada é muito ciumenta. — brinquei.
— Para de gracinha. Oque achou? — falou dando um giro diante de mim.
— Linda, maravilhosa, com maquiagem, sem maquiagem, de cabelo feito, ou bagunçado. Se bem que prefiro eu mesmo bagunçar ele.
— Sério, Nick. Você gostou?
— Amor, estou falando sério. Está linda, mas isso você já é de todo jeito. Oque importa é se você gostou.
— Gostei. Quer dizer, achei diferente, pareço mais velha. — ela falava se olhando diante do espelho.Abracei-a por trás e depositei um beijo no seu pescoço.
— Como foi sei dia? O meu foi horrível, longe de você.
— O meu foi bom, gostei de conhecer a Marcela e conversar com ela. E como foi sua corrida, como estão as coisas na obra?
— Não consegui correr, tive uma dor de cabeça e logo após sair acabei voltando.— menti— E quem é Marcela? — mudei de assunto.
— Dor de cabeça? — falou tocando em minha testa — Esta melhor?
— Sim, não se preocupe, já passou. Então
— Ela é a secretária do senhor Martínez, ela me ajudou escolhendo as roupas, ela quem me indicou a loja. Nick, você sabia que eles são um casal, estão noivos, da para acreditar? Fiquei tão feliz por ela.
— Espera, espera, me perdi na parte da secretaria que te indicou a loja. Quem vai casar com quem? Você está muito animada hoje, estou gostando.
— A Marcela e o senhor Martínez, são um casal, estão noivos e vão casar.
— Hum... Eu acho que ele comentou algo naquele almoço que tivemos no Brasil, ele falou que sua noiva era brasileira.
— Sim, ela é.O mundo é um ovo. Ela está tão radiante, melhor não contar nada para ela, não hoje, depois eu falo, não vou estragar esse dia que parece que foi bom.
— Vou tomar um banho. — ela disse ao retirar os sapatos, enquanto segurava uma sacola nas mãos.
— Eu já tomei, mas adoraria te ajudar no seu.
— Nick! — me repreendeu.
— Oque? Você sabe que é oque faço de melhor, lhe dar banho.
— Ainda não! Pensei em outra coisa.
— Que seria?
— Surpresa.
— Senhorita Andrade, não me faça desenvolver ansiedade depois de velho.Ela gargalhou e se trancou no banheiro.
Olhei no relógio, se aproximava das 18:00.
Aproveitando que Ágata estava no banho, liguei para casa para saber como as coisas andavam e falei com a Olívia pelo vídeo.
Ela me reconheceu e até deu uns gritinhos.
Conversei um pouco com ela, desliguei o telefone.
Vou sentir falta dessa gordinha quando manda-la para o internato, na sua idade escolar.
Mas pelo menos agora tenho a Ágata, não ficarei só, como sempre fui.
E pensando nela, ela abriu a porta do banheiro.— Nick?
— Oi! — ela permanecia dentro do banheiro.
— Fecha os olhos!
— Ágata, Ágata... Oque você está aprontando.
— Nick, fecha os olhos antes que minha vergonha me mate e minha pouca coragem suma.
— Já está fechado.Ouvi passos delicados, pararem diante de mim, que estava sentado na beira da cama.
— Pode abrir!
Olhei, Ágata estava de roupão, segurando o laço do roupão com suas unhas pintadas, numa cor suave, seu cabelo preso num coque frouxo, e a maquiagem ainda intacta.
— Abri! — ela falou com suas bochechas vermelhas.
— Tem certeza? Olha lá, se essa maquiagem não for a prova d'água, ela não vai durar nem as preliminares.
— Nick! — me repreendeu envergonhada — Não tem problema, ela é a prova d'água e mesmo que não fosse, eu quis me produzir por você, não pelo evento. — falou sem olhar em meus olhos.
— Linda, não me provoca assim. — falei segurando seu queixo para que me olhasse.
— Então, isso quer dizer que você gostou? — perguntou envergonhada.
— Melhor eu te mostrar. — sussurei em seu ouvido.Desfiz o laço do roupão que revelou uma lingerie branca, de renda, delicada igual seus lábios.
Olhando para minúscula calcinha rendada, vi a tatuagem, pela primeira vez, rocei os dedos e Ágata suspirou.
— Linda! — depositei um beijo entre seus seios que estava na linha de meus lábios. — Perfeita! — desci uma trilha de beijos até chegar na tatuagem.
Ela suspirou com o contato e entrelaçou os dedos no meu cabelo.
— Nick?
— Oi amor!
— Faz amor comigo.
— Nem precisa repetir. — beijei sua barriga — Estava sonhando com esse pedido.Levantei ficando frente a frente com ela, desci o seu roupão que caiu ao seus pés.
Segurei-a em meus braços e reivindiquei sua boca.
Eu estava louco para sentir novamento sua pele na minha, seu corpo junto ao meu.
Beijei-a com sede, era como sua boca fosse água no deserto, nunca desejei tanto alguém como desejo Ágata.
D'ela eu quero tudo, passado, presente e futuro.
Quero ser seu abrigo, seu refúgio diante das incertezas, quero ser seu caminho em meio ao caos, porque é assim que me sinto ao seu lado.
Ela é a luz que brilhou em meio a minha escuridão, ela é a minha esperança de que eu não sou amaldiçoado e de que talvez haja um futuro para nós, sem dor, sem medo, sem mortes.
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Indicação de música para este capítulo: Coldplay - The Scientist
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Recomeçar
RomanceÁgata Andrade, 18 anos, é uma linda jovem com marcas profundas e cruéis para sua pouca idade. Nascida numa pequena cidade do interior, filha única de Mário Andrade e de Dona Marina. Um trágico acidente põe fim na vida dos pais da jovem garota, mas...