Capítulo 42

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Após conversar e esclarecer as coisas com a Ágata, a sensação de carregar o peso da culpa nas costas foi substituído pela leveza de ser lembrado, mesmo que em sonho, pelo amor de minha vida.

Já entramos com o processo, realizamos as denúncias, inclusive junto ao órgão médico competente.

Saber da possível existência do bebê deu um gás para Ágata, ela criou coragem e força para enfrentar de uma vez por todas o seu passado.

Agora, a justiça será mais uma aliada na minha caçada a este Enrico.

Com isso temos parte dos problemas solucionados. Digo, parte dos problemas, porque a outra parte parece bem complicada.

Descobri o nome da informante do Enrico, mas oque não faz sentido é como ela poderia passar informações tão próximas, se ela está afastada da empresa a muitos anos e nem se quer sei de seu paradeiro.

No início foi difícil relembrar do nome e de quem se tratava, estava com a cabeça cheia nas últimas semanas com os problemas de memória de Ágata, mas em uma das noites que passei na biblioteca, bebendo, e conversando com a foto de meu pai, remexendo em uma das caixas que trouxe do escritório, com tralhas que ele guardava, acabei achando uma antiga agenda e lá estava o nome que me parecia familiar: Ana Lúcia Peres, a tal secretaria com quem meu pai traiu minha mãe.

O nome era o mesmo da lista com nomes de possíveis colaboradores, lá havia diversos nomes e telefones. O número do cara que fazia os documentos falsos, o nome do cara que fazia placas frias para carros, tantos nomes, mas meio a eles o nome de uma mulher me chamava atenção, mesmo sem lembra de onde reconhecia aquele nome fez uma luzinha acender dentro de mim.

Até que finalmente encontrei, liguei mas alguém atendeu, mas quando falei desligou e desde então o número da desligado.

Procurei informações com antigos funcionários, procurei na internet, lista telefônica, procurei de tudo, mas nada, ninguém sabia de seu paradeiro.

Até que sai com a desculpa de que iria correr, e fui ao endereço que achei na sua antiga ficha de registro na empresa.

No local, a casa antiga parecia estar abandonada.

Bati, chamei, mas ninguém saiu, até uma senhora já de cabelos brancos aparecer na janela da casa ao lado.

Perguntou oque eu queria, então falei que procurava a Ana Lúcia Peres, a senhora disse que eu precisava procurá-la no cemitério, pois ela já havia morrido a alguns anos.

Na dúvida fui ao cemitério da cidade, e lá estava a lápide com o nome dela, de fato ela estava morta.

Oque me causou ainda mais desconfiança, alguém muito perto de nós sabia da morte dessa mulher e usou seu nome para se passar por ela e se comunicar com o tal Enrico, pois se fosse descoberto, estaria com seu nome verdadeiro livre de qualquer suspeitas. Mas quem? Quem poderia ir tão longe e esse ponto? 

Porque tudo parece tão difícil?

Toc toc...

Bateram a porta.

— Entre!
— Dominick, ligaram da clínica que a sua mãe está internada, não consegui tranferir a ligação, acho que esqueceu o telefone fora do gancho. — disse Ágata se aproximando e colocando o aparelho no gancho.
— Porque não ligaram para o meu celular? É algo grave?
— Acredito que não seja grave, verifique seu celular enquanto transfiro a ligação. — disse Ágata saindo da sala.

Procurei o aparelho no bolso do terno e estava desligado.

Droga! Descarregou.

Logo o telefone tocou e atendi de imediato.

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