Capítulo 20

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Quando me tranquei em minha sala, com o Boris, agradeci aos céus por Ágata não aceitar vir junto. 

Assim pude falar mais abertamente com ele sobre oque aconteceu com a Ágata e como tudo aquilo mexeu com ela, claro que ouvi umas gracinhas e piadinhas dele de como um homem como eu, que já fudeu metade da cidade, estava apaixonado por uma mulher que não me deixará toca-la, mas ele não entenderia o sentimento puro e sincero que venho nutrindo por Ágata.

Após a morte do senhor Racan, o chefão da facção e pai de Boris, sua vida ficou em risco, mas graças ao plano arriscado que envolvia minha própria vida, o filho da mãe hoje esta aqui.

Desde o inicio nos relacionamos bem, eu era seu homem de confiança, na verdade o único, pois naquela época de minha vida eu não estava nem ai pra nada, tão pouco fazia diferença se eu vivia ou morria, era eu por mim mesmo, eu só queria sentir a adrenalina tomar conta de mim, então me envolvia em qualquer coisa que me fizesse extravasar minha revolta juvenil e me fizesse sentir vivo, mesmo que fosse através de problemas ou das drogas.

Após contarmos a Ágata de forma superficial sobre o plano, nos despedimos de Boris, mas quando já nos preparamos para sairmos de minha sala e voltarmos para casa, bateram a porta.

— Vou ver quem é. — disse Ágata ao se afastar para atender a porta — Senhor, é a senhorinha Dutra.

Fiz um aceno de cabeça concordando, e ela entrou.

Ágata já ia fechando a porta quando lhe chamei.

— Ágata, venha aqui por favor. 

Se pondo ao meu lado coloquei a mão entorno de sua cintura, os olhos atentos de Poliana não disfarçaram sua surpresa.

— Senhorita Dutra antes de qualquer coisa deixe-me esclarecer alguns pontos. Sobre a ultima cena que a senhorita protagonizou nesta sala...

— Exatamente por isso que vim aqui senhor Torres, — me interrompeu — este é um dos assuntos, eu vim me desculpar pelo meu comportamento.

— Ótimo! Acredito que a senhorita entendeu de uma vez por todas que nosso relacionamento é estritamente profissional.

— Sim, senhor. — apesar de parecer arrependida eu não conseguia lhe ver naquela posição de submissa, de que seu arrependimento fosse real e sincero, a Poliana não parece ser esse tipo de pessoa, mas espero estar enganado.

— Bom, apesar de não dever satisfação a qualquer pessoal preciso informa-la que eu e Ágata estamos namorando, mas acho que a senhorita percebeu da última vez quem esteve nesta sala.

— Parabéns Senhor, felicidades ao casal. Não foi minha intenção causar algum mal estar entre vocês, espero que a Ágata me entenda. — concluiu com um sorriso sem mostrar os dentes.

— Claro que entende, não é meu amor? Entende tanto que intercedeu pela senhorita quando pensei em tomar uma atitude mais enérgica. — sorri, para uma Ágata cabisbaixa.

— Sim! — concordou sem esboçar grandes reações.

— Já que estamos conversados, me diga, qual o outro assunto?

— É sobre o projeto dos argentinos, a equipe enviada já concluiu os estudos, agora a minha equipe ira para realizarmos a inicialização da obra, partiremos na quarta-feira.

— Esta bem. Provavelmente me juntarei a vocês com a equipe de projeto na quinta-feira. — confirmei.

Já estava em meus planos ir, obvio, é uma obra bilionária para entregar nas mãos de outros arquitetos, mas eu ainda não havia dado certeza, pois queria ver como Ágata iria reagir a uma viajem de avião de curta distancia, para então leva-la comigo.

— Então, esta bem encontro o senhor lá. — sorriu, desta vez mostrando todos os dentes — Com licença. — disse e saiu da sala.

Após sua saída o desconforto ainda permanecia entorno de Ágata.

— Oque há? — perguntei-a.

— Nada. — disse ainda parecendo sem jeito.

— Ágata, lembra do que conversamos? Você tem que me dizer como se sente em relação as coisas.

— Eu sei, mas é que... Quer dizer... Eu não sei explicar, me sinto estranha com essa história de namorada, e vê que há mulheres como a Poliana que se jogam a seus pés me deixa insegura, eu acho.

Eu sabia que era isso, mas precisava que ela me dissesse, Ágata é inexperiente e qualquer mulher que ela ache mais bonita que ela, oque discordo que haja mulher mais linda que ela, faz ela se colocar numa posição de inferioridade, mas preciso fazer ela enxergar o quão perfeita ela é.

— Meu amor, você é a mulher mais linda, perfeita e incrível que já conheci. Mulheres como Poliana são artificiais, não agem movidas por algum tipo de sentimento bom, na maioria das vezes é por ambição. Entende? — falei enquanto levava suas mão a meus lábios.

— Mas olha para mim Nick, ela é linda, elegante, tem o corpo perfeito, sem... — hesitou — sem marcas.

— Estou olhando para você desde o dia que te vi pela primeira vez, meu amor. Marcas todos nós temos, há aqueles quem tem uma marca muito maior, a falha de caráter. Acredite em mim quando digo que você é linda, perfeita e que te quero de todos os jeitos que você imaginar, mas do que já quis alguém nessa vida, eu só evito transparecer demais devido a tudo oque você já sofreu, não quero lhe assustar, mas sou louco por você.

— Eu quero acreditar, eu quero ser completa para você.

— Não, você deve ser completa por você, meu amor, só assim será completa para nós.

Dessa vez partiu dela a iniciativa de me beijar, e eu aceitei, me aproveitando a cada instante de seu gosto em meus lábios.

Saindo do escritório em sua companhia, fomos para casa.

Ágata conheceu a avó de Olivia, nós almoçamos todos juntos e depois seguimos para o hangar de táxi aéreo.

Diferente do que pensei Ágata não pareceu estar com medo, por se sentir "presa" em um voo. Ela transparecia uma mistura de fascinação e nervosismo, meu coração se encheu de alegria ao ver seu sorriso.

—Nick, que lugar lindo! Para onde vamos? Vamos andar num desses?

Eram muitas perguntas somada a sua excitação e euforia.

— Vamos para outro estado, na verdade uma ilha privativa. E sim, vamos andar num desses, caso você se sinta confortável.

— Ilha? Irei ver o mar? — seu sorriso me iluminava como faróis em meio a minha escuridão.

— Sim! Você terá um mar só para você.

— Obrigada, eu nunca vi o mar. — seus olhos brilhavam — A cidade onde nasci é uma zona rural, só havia rios. — confessou.

Essa simples declaração me confirmou oque eu já sabia, Ágata não viveu muito, não conhece o suficiente do mundo, exceto a parte ruim, isso ela conheceu de perto.

Farei de tudo para que ela recupere o tempo perdido, no que depender de mim Ágata será feliz até meu último suspiro.

Se existe um Deus, acredito que ele teve misericórdia de um filho da puta, infeliz como eu e me permitiu viver para redimir meus pecados, fazendo de Ágata o ser mais feliz desse mundo miserável.

Indicação de Música para este Capítulo: James Arthur - Fall


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