CAPÍTULO 14 - NEM TUDO É O QUE PARECE

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Caroline

Agosto de 2039

Alguns minutos antes

Termino de arrumar as duas malas e levo-as ao carro, com a intenção de deixar tudo preparado para sair, amanhã; depois da reunião desta quinta-feira, com Lívia, fiquei livre para viajar ainda na sexta e queria aproveitar, saindo bem cedo de Caruaru. Volto ao meu quarto e entro no chuveiro, estou tão exausta que não quero ficar na banheira; tomarei um banho rápido, trancarei a casa e deitarei para dormir. Termino meu banho e estou vestindo a última peça de roupa, quando o meu telefone acende com uma mensagem e a energia da residência cai, no mesmo instante; rapidamente, olho pela janela do quarto e vejo umas casas mais altas ainda com luz. Imediatamente, fico em alerta.

Ando até a mesinha de apoio, ao lado da cama, e abro a gaveta, com o objetivo de pegar a minha arma, porém, lembro que ela está dentro da mala, que eu botei no carro, minutos atrás; me xingo mentalmente, por causa do descuido e começo a ficar nervosa; pego o meu telefone e procuro um lugar, dentro do quarto, com a ideia de ficar escondida; após me posicionar, recebo uma segunda mensagem.

Lívia:

Os seus batimentos indicam nervosismo. Está tudo bem?

Respiro fundo, pensando se devo, ou não, responder. Só que antes disso, o telefone mostra outra mensagem, dessa vez, da minha irmã.

Safira:

Aconteceu alguma coisa?

Há um mês, a vaqueira deixou um embrulho de presentes comigo, isso aconteceu na manhã após a nossa última transa, quando ela foi embora. O primeiro pacote tinha alguns microchips com aplicadores; ele vinha acompanhado de um bilhete que dizia: "me deixe te proteger, a decisão é sua". Resolvi não ir contra esse pedido e no meu primeiro encontro com a minha irmã, aplicamos uma na outra; por isso, tanto Lívia quanto a minha caçula, sabem que eu estou em pânico. Decido pedir ajuda, entretanto, ao abrir a mensagem da Duquesa, sou interrompida por um barulho, dentro do meu quarto.

- Nem pense nisso, Viscondessa. – O homem fala, apontando uma pistola na minha direção. – Venha, me acompanhe.

- É Baronesa! – Respondo, enquanto caminho até ele; contudo, antes de deixarmos o cômodo, o meu celular começa a tocar.

- Tá bom! – Ele ironiza. – Atenda e diga que tomou um susto com a queda de energia, mas está tudo bem, ou invente qualquer outra desculpa. - Faço o que o idiota manda e atendo a chamada de Lívia. – Vejo-o fazer um sinal, para eu colocar a ligação no viva voz e obedeço ao comando.

- Pois não, Duquesa; algum problema? – Inicio o diálogo, de maneira formal, afastando um pouco o telefone para ela entender, pela distância da voz, que eu estou com alto falante ativado.

- Estou esperando o relatório mensal, aconteceu alguma coisa? – A vaqueira disfarça o assunto, indicando que entendeu o recado. – Precisa de ajuda com algo?

- Vou demorar um pouco para enviar, a minha casa ficou sem luz e terei de esperar o retorno. – Explico e ela faz um som, em concordância. – Não precisa se preocupar, está tudo sob controle.

- Posso passar na sua residência e pegar pessoalmente. – A mulher insiste e o homem faz um sinal de negativo.

- Não se incomode com isso, Lívia; eu mesma te envio, mais tarde. Amanhã, já estará no seu e-mail. – Tento convencê-la. – E se a energia não voltar, eu te entrego pela manhã; afinal de contas, você está em Caruaru e não em outro Estado. – Não preciso falar mais nada para que ela entenda o outro estado como Bahia.

UMA NOVA CHANCE (Original)Onde histórias criam vida. Descubra agora