CAPÍTULO 23 - CONDE

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Conde de Paulo Afonso

Agosto de 2039

Segunda-feira

Entre 10h e 10h30 da manhã

- Thaís, minha querida. – Falo, após a Duquesa atender ao telefone. – Estou terminando de posicionar os meus homens agora. Já tenho um operativo pequeno em cada cidade para não chamar a atenção dos homens de Lívia; continuamos com a ordem prevista? Petrolândia, Floresta e Belém de São Francisco?

- Sim, meu bem. Não perca esses terrenos, afinal, eu preciso deles para me infiltrar entre a minha irmã e a Viscondessa dela. Como ficarão os posicionamentos após a troca? – A mulher me questiona, gentilmente. Assim como em todos esses anos, ela continua na palma da minha mão.

- Já organizei as trocas e manterei os times em cada localização até fecharmos todos os acordos e posicionarmos as equipes responsáveis por administrar os perímetros. Também já passei a próxima missão ao meu Lord, posicionado na primeira cidade; ele irá buscar Aisha e Karen, como você indicou, e as levará até a Bahia. Porém, lembre-se de que a senhorita Saraceli não poderá ficar desaparecida por muito tempo, isso chamará muita atenção por se tratar da filha da Governadora. – Explico e ela solta uma risada sarcástica.

- Chega de interpretar a empresária, eu não estou nem aí para quem porra elas são. Quero as duas na Bahia e não comecem nada antes do meu retorno; essas vadias vão pagar muito caro por não completarem missões tão simples como as destinadas a elas. Karen principalmente; é pessoal. – Detalha, sem a menor paciência. – Investi muito dinheiro nessa história e as duas patricinhas não sairão impunes. – Finaliza e eu franzo o cenho. Sempre que o assunto é a outra mãe de Daniel, a Duquesa parece perder o controle; se eu não a conhecesse, acharia que ela protege o moleque.

- Tudo bem, como queira. Entretanto, como prosseguiremos se desconfiarem de você? – Pergunto e ela suspira do outro lado, de maneira impaciente, como se estivesse dando um texto decorado esse tempo todo.

- Primeiro vamos nos abraçar ao fato de que Karen Saraceli está em missão na Angola; depois veremos o que faremos, contudo, eu tenho Paulo Afonso na palma da mão e se precisar sair do país, terei os meus meios. – Afirma e eu concordo com um sinal sonoro. – Dê início; a Baronesa já está posicionada. – Ordena e finaliza a ligação. Imediatamente, disco o número do meu Lord e ele atende em poucos segundos.

- Podem começar, não esqueça de enviar um dos seus homens até Floresta para dar continuidade. – Defino e ele solta um grunhido irritado.

- Por que não podemos simplesmente ligar e dar seguimento ao plano? – Questiona pela milésima vez.

- Porque a porra do deslocamento nos dará a possibilidade de saber se há operativos da polícia, ou da Duquesa de Cabrobó, no caminho. – Respondo com a mesma irritação. – Siga as minhas ordens, homem; e não mande o seu filho para avisar, aquele maricas pode fugir e ele sabe demais. Eu ainda estou pensando em como vou salvar o seu rabo desta confusão toda.

- Sim, senhor. Henrique ficará aqui, sob a minha vista. E eu não tocarei nele e nem falarei nada. – Concorda com a ordem, como combinamos. – E quanto a Baronesa de Recife?

- Hoje ela continuará viva, amanhã teremos mais terrenos para finalizar a compra; só a mataremos no último território. – Explico, enquanto ele me escuta. – A idiota tem Lívia e Caroline como clientes e não pediu ajuda. Vai morrer por isso.

- O que te faz pensar que ela não pediu ajuda? – Pergunta interessado.

- Acha mesmo que ela estaria em Petrolândia para a troca se Lívia soubesse de algo? – Interrogo e o homem fica em silêncio. – Todos os terrenos estariam cercados com a segurança dela e Thaís já teria sido pega na fazenda da Rainha; mulheres não pensam como nós e você sabe disso. Veja só, eu te disse que retomaria o meu posto ao lado da Duquesa e ela já voltou a comer na minha mão.

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