CAPÍTULO 37 - O PASSADO ANTES DA HISTÓRIA

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Lívia

Taquaritinga do Norte, 2040

Momento atual

Desligo a ligação, ainda em pânico, e Carol me puxa até o lado de fora da casa, onde todos estão reunidos.

- Vamos contar tudo, agora! – Sussurra, antes de nos aproximarmos, e eu apenas confirmo com a cabeça. - Pessoal, nós precisamos conversar. – Caroline indica, andando apressada na direção deles. – Crianças, que tal uma rodada de jogo de tabuleiro lá na sala, ou videogame? – Pergunta e os mais velhos entendem rapidamente que o assunto será restrito aos adultos; eles instigam os mais novos a saírem do local. Os cachorros saem de onde estão e correm, acompanhando a turminha.

- Aconteceu alguma coisa? – Mainha questiona, com um olhar avaliativo. – Nem parece que hoje é um dia de comemorar a alegria! – Completa, antes de observar o seu celular e respirar fundo. Analiso a sua mudança de postura, de completa confusão para total preocupação; caminho até ela, começando a comentar sobre o ocorrido.

- Eu acabei de receber uma ligação e descobrimos que ao contrário da última guerra do crime, não estamos mais um passo à frente. – Afirmo e todos me olham, confusos. A nossa família começa a se agrupar, procurando lugares confortáveis; aproveito o momento e sussurro para Dona Clarice. – Espero que você não tenha nada a ver com isso.

- Eu nem sequer sei o que aconteceu, Lívia. – A mulher me responde, dispensando a minha presença e começando a digitar algo no telefone.

- Do que você está falando, Lívia? – Alícia me interroga. – Nós vencemos!

- Mas pelo visto, a guerra do crime ainda continua. – Carol se pronuncia, já sentada em uma cadeira. – Prestem atenção, eu e Lívia estamos conversando sobre isso há um bom tempo; procurávamos a melhor maneira de contar tudo a vocês, sem sermos ameaçadas de morte.

- Não sei se quero saber do que se trata, então. – Denise interrompe. – Eu não quero matar a minha irmã.

- Ah! Entretanto, eu quero saber de tudo, podem começar a falar, o que nós não sabemos? – Niara vai contra o argumento da esposa.

- Eu e Carol nos conhecemos antes de ela ter ido para São Paulo, com Chico. – Pontuo e todos nos olham, incrédulos. – Vocês precisam ouvir atentamente, se quiserem entender o motivo de deixarmos todos de fora disso tudo.

- Estamos esperando. – Safira declara, encarando a irmã com irritação; nós respiramos fundo, antes de começarmos com os relatos.

Caroline

Cabrobó

Ano de 2032

Eu estava fechando a última janela da minha casinha, quando avistei uma sombra no meu terreno; engoli em seco, sem saber como reagir; Chico não estava comigo e qualquer um descobriria que eu estava sozinha. A pessoa continuou se aproximando da minha casa, e um alívio consumiu o meu corpo, após perceber que era uma mulher. Ela avançou até a minha porta e não invadiu a propriedade, apenas bateu e esperou por mim.

- Boa noite, Caroline. – Uma modelo de capa de revista, com os olhos verdes mais lindos da face da terra, me cumprimentou. – Podemos conversar por um minuto? – Confirmei com a cabeça, abrindo mais a porta para lhe dar passagem. – Você sabe quem eu sou? – Perguntou e eu neguei. – Eu tenho todas as terras ao seu redor e soube que um homem quer comprar o seu terreno, contudo, também tenho conhecimento sobre ele ser apenas um representante dos interesses da Duquesa de Paulo Afonso.

UMA NOVA CHANCE (Original)Onde histórias criam vida. Descubra agora