UMA NOVA CHANCE (Original)

CAPÍTULO 38 - O PLANO PERFEITO - PARTE 1

Lívia

Taquaritinga do Norte, 2040

Momento atual

- Estão prontos para conhecer a estratégia que venceu inúmeras batalhas? – Pergunto e eles me encaram, ansiosos.

- Amor, eu nasci pronta, manda logo. – Denise pede, sem rodeios.

Caroline

Caruaru e Cabrobó

Ano de 2039

Capítulo 1

Três anos se passaram desde o início da nova estratégia, em Pernambuco; Lucas estava no colégio interno, em Salgueiro; e eu o buscava nos finais de semana para passar comigo e com Lívia. Contudo, em dados momentos, o meu pequeno ficava apenas comigo e Safira, afinal de contas, a minha irmã não sabia de nada, ainda. Nós treinávamos o nosso garoto, na intenção de que ele não mencionasse sobre a outra mãe a ninguém; e como Glória cuidava de Daniel, eu podia conversar com ele e ir me inserindo na sua vida. Era muito complicado convencer duas crianças a manterem segredo sobre algo, entretanto, quando eles confiavam totalmente em quem falava com eles, entendiam as coisas de maneira que nem imaginávamos que poderiam entender. Arriscamos muito em contar tudo para eles sobre a nossa família, mas foi a melhor escolha; não poderíamos permitir que a distância nos tornasse completos estranhos. De maneira inconsciente, nós exploramos os medos dos meninos e acabamos tendo os segredos mantidos porque eles tinham medo de nos perder; só descobrimos o erro, depois de os levarmos para ter um acompanhamento com uma psicóloga.

Daniel sempre foi a nossa maior preocupação. Aos poucos, Lívia descobriu o que Karen fazia com a cabeça do menino, e o medo dele não suportar, era enorme. Além daquilo, dadas as circunstâncias, ele poderia perfeitamente pensar que a mamãe dele formou outra família e o esqueceu. Não podíamos permitir um desfecho como aquele, pois a nossa família não estaria completa sem o pitoquinho. Dani e Lucas tiveram breves conversas ao passar dos anos, e já se conheciam perfeitamente; para a nossa alegria, eles sempre se deram muito bem e o mais velho nunca demonstrou ciúmes; ele estava convencido de que vivíamos uma aventura de super-heróis e após derrotarmos o vilão, estaríamos finalmente unidos.

Lívia jamais passaria tanto tempo sem ver um filho; aquela não era a personalidade dela. A minha mulher moveu o que precisou ser movido para estar perto de Daniel, sempre que foi possível. Ela o viu nascer, e viajou periodicamente, com o objetivo de encontrá-lo. Porém, quando estava lá, a Duquesa esquecia de qualquer outra coisa e não se preocupou em investigar Karen; o único cuidado, era para que ninguém descobrisse sobre o filho e a segurança dele ficasse comprometida. Enquanto ela cuidava daquela parte, eu estudava meios de conseguir morar com as duas crianças; nunca estivemos paradas sobre o assunto, sempre fizemos diversas análises dos mais variados cenários.

Estávamos nos programando para o retorno de Daniel, em 2040; eu sairia do escritório e nós moraríamos em Recife; Lívia nos cercaria de seguranças e eu ficaria responsável pelos dois. Assim, Dani estaria perto, teria um acompanhamento psicológico e a Duquesa poderia ver os dois filhos sempre. Não aguentávamos mais esperar por um ataque de Thaís e resolvemos mudar os rumos que tínhamos tomado, no entanto, inesperadamente Glória resolveu entrar em contato com Lívia e pediu ajuda. Dani passava pelo seu pior momento e se não tomássemos alguma atitude imediata, as consequências poderiam ser terríveis; então, a minha esposa cortou a mesada de Karen e em poucos dias, o pequeno foi jogado em Cabrobó, pela outra mãe; a estratégia mudaria outra vez; nenhuma das crianças sairia de Pernambuco.