CAPÍTULO 36 - RECOMEÇO

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Lívia

Agosto de 2040

Um ano depois

Carlos estacionou o carro na lateral da nossa nova mansão e me encarou, esperando pelas ordens seguintes. Estávamos nós quatro em São Paulo, e chegamos em Pernambuco esta manhã; eu e ele resolvemos detalhes de algumas entregas, que deveriam sair das novas fazendas, as mesmas que Thaís tentou interceptar, há um ano; já Denise e Johnny, seguiram para outra cidade, a fim de verificar uma situação específica. Marcamos de nos encontrar aqui com o restante da nossa família.

- Isso é tudo por hoje, vamos curtir a nossa família. – Digo a ele, que abre um sorriso.

- Sim, precisamos muito disso. – Afirma, antes de sair do carro.

Após os acontecimentos do ano passado, todos nós ficamos ainda mais unidos, e agora, morávamos em Taquaritinga do Norte, onde as crianças estariam próximas de uma boa escola de Caruaru, e ao mesmo tempo, não precisariam dormir lá; os meus meninos voltavam para casa todos os dias; e Henrique os acompanhava no trajeto, sem armas, claro; o jovem também foi matriculado no mesmo centro educacional. Esse foi um dos últimos pedidos de Caroline e eu seguiria com unhas e dentes. Ah! Minha jurista, parece até que esse ano passou no mesmo período de uma década, foram muitas coisas desde então; eu gostaria que você pudesse ter visto tudo de perto.

Mudamos algumas coisas nas nossas estruturas e unimos todas as fazendas; o nosso Grupo empresarial agora se chama Mascate Equator e o Grupo Jiboia foi adormecido. Todas as fazendas de Thaís, na Bahia, são administradas por Alícia; a baixinha viaja até Paulo Afonso uma vez na semana, ficando por um ou dois dias, enquanto o resto do comando é feito à distância; ela é uma Marquesa agora, mas usa o disfarce de Duquesa, com o objetivo de impedir o crescimento de outros fazendeiros por lá. As fazendas que eram da minha Viscondessa, estão sendo cuidadas por Caio, junto com alguns novos terrenos adquiridos; ele é o Marquês do nosso estado, e não precisa assumir posto de Duque, porque temos esse título em atividade. Já as propriedades pertencentes a mim e a mainha, foram divididas entre Denise e eu, Duquesa e Rainha, respectivamente.

Nós duas fizemos uma alteração no método de produção, com o objetivo de cada terreno oferecer o melhor resultado possível; é o caso do antigo território de Salgueiro, que não tinha mais condições para plantio, e foi transformado em uma enorme fábrica. Com relação ao monitoramento direto, eu e a minha irmã cuidamos das terras registradas no meu nome e de todo o grupo empresarial; Lis e Vick tomam conta dos terrenos pertencentes a minha irmã; Carlos e Johnny agora são responsáveis por toda a equipe de segurança de todos os nossos perímetros; eles designaram chefes em cada ponto, e os acompanham à distância. Antes da guerra, os quatro seguranças eram Ladies e Lords, agora, os títulos foram remanejados e todos assumem posição de Condessas e Condes; braços esquerdos para mim, Denise, Caio e Alícia; apenas eu e Denise temos braços direitos.

Em resumo, cada um de nós se interliga ao outro; e eu e Denise supervisionamos todo o processo. Estamos mais organizados e a população tem nos olhado cada vez melhor. Principalmente quando transformamos os galpões usados para tráfico de pessoas, em escolas e centros culturais. Cerca de vinte mil crianças e adolescentes são beneficiadas com os empreendimentos, nas três cidades, incluindo jovens de localizações vizinhas, que ganharam transporte para conseguirem chegar ao local de estudos, e depois voltar até as suas famílias. Foi unânime, ninguém queria fazer algo naquelas terras, nenhum de nós queria lembrar do que era praticado ali, então, nós decidimos doá-las ao poder público e investir na educação e na cultura. Olho na direção das três meninas correndo na parte de dentro da casa e abro um largo sorriso, lembrando do que aconteceu ali.

UMA NOVA CHANCE (Original)Onde histórias criam vida. Descubra agora