CAPÍTULO 28 - SEGUNDO ATAQUE

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Lívia

Agosto de 2039

Segunda-feira

Entre 11h30 e 12h

Paro o carro e desço imediatamente, procurando ar para respirar; ando agoniada de um lado ao outro, tentando me recompor do desespero, mas é impossível. A minha Rainha pode estar nas mãos da pessoa que mais nos odeia, neste momento, e eu só consigo sentir culpa e impotência.

- Se nós pararmos agora, tudo será em vão. – Caroline avisa, se aproximando e segurando o meu rosto. – Precisamos continuar, meu amor; tenha forças. – Tenta me encorajar. – Alícia, abra o mapa do próximo terreno. Henrique, venha acompanhar. – A minha garota pede, me puxando para perto do carro e reunindo o restante do pessoal. – Eu odeio fazer qualquer coisa nas segundas, sempre dá merda.

- O próximo terreno fica na mesma estrada por onde fizemos o caminho de Petrolândia até aqui, a BR 316, porém, agora no sentido de Belém de São Francisco. O problema é que ele é mais exposto; quem passa pela rodovia, consegue ver os limites. – Alícia explica, mostrando o local no mapa. – Acho que esse foi um dos que você pediu para Caio dar uma olhada, Carol; é bem parecido.

- Sim, a saída é rápida e pela madrugada podemos transportar muitas cargas. Além disso, o acesso é maravilhoso; em casos emergenciais, rapidamente uma equipe consegue chegar até ele. – A Viscondessa completa.

- É seu. – Declaro e ela me encara. – Só nos mostre como interceptaremos os homens de Thaís.

- Henrique disse que serão quase a mesma quantidade de homens, certo? – Indaga e o garoto concorda com a cabeça. – Então teremos em torno de sete; três em um veículo, um em uma moto e mais três em outro veículo. – Define e Alícia anota tudo para quem está acompanhando de forma digital. – No máximo, teremos onze, então, deixe-os entrarem.

- Como é? – Questiono, esperando uma mudança de ideia, entretanto, a safada me lança um sorriso cafajeste.

- Não podemos dar nas vistas. Esse terreno tem vários galpões nos fundos, que eram usados nas antigas plantações; o dono foi preso por sonegação de impostos, tentou até burlar a Governadora, contudo, ela deu uma rasteira nele. – Lembra e eu concordo, porque sei de toda a história. – Lá dentro nós faremos a limpa.

- Eu só sei o que faríamos até aqui, não tenho conhecimento das ordens para o terceiro ponto. – Henrique se pronuncia.

- Tudo bem, nós faremos um interrogatório; estou precisando liberar a minha raiva. – Afirmo, sendo observada pelo garoto. – Você encontra com os homens e se eles mandarem acompanhá-los, insista em ir na sua moto; em qualquer situação, você já estará com um veículo de fuga, entendeu?

- Sim, e para onde eu vou? – Pergunta, direcionando a Caps, que foi quem o ofereceu abrigo.

- Onde está o seu celular? – A Viscondessa questiona e ele faz cara de quem não sabe. – Os homens tiraram de você no primeiro ponto? – Insiste e ele confirma. – Então está aqui na mochila que eu trouxe no carro. – Ela declara e abre a porta traseira, na intenção de pegar a bolsa, entregando ao menino logo em seguida, para ele encontrar o seu aparelho. Reparamos todos os eletrônicos acendendo, com recebimento de mensagens, contudo, o menino acha o telefone dele e desvia a nossa atenção, ao o entregar a Caroline. – Estou colocando o número de Niara e ela vai ver se o seu celular não está sendo rastreado; se tudo estiver certo, ela fará o monitoramento do seu aparelho e te ajudará se precisar se esconder. Se algo der errado, você irá até o meu chalé, em Garanhuns, e ficará lá, esperando que alguém vá te buscar.

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