William
Ao olhar para o imponente edifício, concluo que isso é tão estranho para mim quanto deve ser para Maitê. O Level ainda é o Level, exceto que hoje é o Level Golf Resort e Spa. O terreno está impecável quanto na época e o prédio igualmente impressionante.
Maitê: Nós nos conhecemos jogando golfe?
William: Não houve muito romantismo no nosso primeiro encontro, baby (digo, conduzindo-a aos degraus que levam às portas abertas, tomando o devido cuidado com a sua perna. Ela ainda manca discretamente.
Maitê: Não houve?
William
Ela parece decepcionada, com a cabeça pendendo para trás para assimilar a vista da estrutura extraordinária.
Maitê: Sabe, essa poderia ser a oportunidade perfeita para você mudar isso.
William
Eu paro no lugar, olhando para ela, perplexo. Ela permanece em silêncio enquanto busco uma resposta. Nada me ocorre, então faço menção de entrarmos, com a mente a mil por hora. Não por sua insinuação de que eu deva ser romântico, mas porque está mostrando um lado sugestivo, o que adoro. Não devo, no entanto, considerar essa dica sutil como um sinal verde para jogá-la na cama. Ainda não, pelo menos.
William: Por aqui.
Maitê: Por que a cara feia?
William
Esse lugar não vai ajudá-la em nada a se lembrar. Como poderia, se eu mesmo mal o reconheço?
William: Aqui não é mais como eu me lembrava (digo apontando para o barman, que veste um termo verde que combina com a decoração e parece um pinguim.) Mario era muito melhor.
Maitê: Quem é Mario?
William: Meu barman.
Maitê: Você tinha um barman?
William: Ah, sim. Eu já fui dono desde lugar.
Maitê: Você tinha um resort de golpe?
William
Boquiaberta, ela olha para o ambiente novamente. A casa, seu Aston, este lugar. Nós somos ricos?
William: Estamos em uma situação confortável (digo, indiferente, esperando que esse seja o fim do assunto, pelo menos por ora. A complexidade do que envolve o Level e como veio parar em minhas mãos não é um dos tópicos prioritários na lista do que eu tenho para contar a ela. A parte que "nos" concerne é que é importante. Peço duas águas e pergunto ao barman se posso falar com o gerente.
Maitê: Por que o vendeu?
William: Não era um resort de golfe quando era meu (respondo, ciente de que abri as comportas para uma inquisição. Pego o copo e passo para ela, aguardando o inevitável.
Maitê: Então o que era?
William
Ela bebe um golinho, olhando para mim e esperando uma resposta.
Tento enrolar, evitando o olhar dela, como se Maitê pudesse encontrar a resposta em meus olhos.
William: Veja, uma bela pintura de Saint Andrews (aponto com o copo para a parede oposta ao bar, onde eu costumava expor arte de mais bom gosto.
Ela dá uma olhada rápida por cima dos ombros, claramente desinteressada.
Maitê: O que era este lugar quando pertencia a você?
William
Repete Maitê, olhando-me com expectativa.
A pergunta simples me faz descobrir o quanto há para ela relembrar. Isso tudo fica mais assustador a cada minuto.
Meu traseiro cai de forma abrupta no banco ao lado de Maitê e eu dou um suspiro longo e derrotado.
William: Um clube de sexo (respondo em voz baixa, não que haja alguém em volta para nos ouvir.
Maitê: O que?
William
Ela tosse, pousando o copo d'água no bar.
William: Era um clube de sexo exclusivo para os ricos e bonitos.
William
Apoio o cotovelo no bar e descanso a cabeça em minha mão.
A boca linda da Maitê está aberta mais uma vez. E eu estou rindo por dentro. Ela ainda não ouviu nada e, pela primeira vez, me pergunto se há certas coisas que eu deveria omitir para sempre. Coisas que quase nos destruíram.
Coisas que eu teria adorado apagar da memória dela mesmo antes do acidente. Isso não seria justo, no entanto. A nossa história é a nossa história, afinal, e eu tenho que ter fé no fato de que, se ela as superou antes, então pode superá-las novamente.
Maitê: Espere.
William
Maitê se encolhe no assento.
Maitê: Você disse que nós nos conhecemos aqui
William
Diz ela, erguendo a mão e girando o dedo para apontar para o recinto, caindo em sí. O medo de seus pensamentos é adorável.
Maitê: Diga que eu não...
William: Você não (asseguro-lhe, com um sorrisinho.)
Maitê: Ainda bem
William
Ela solta a respiração, levando a mão ao peito.
Maitê: Descobrir que sou casada e com filhos já é difícil o bastante pra assimilar sem o adicional de que eu era uma vadia safada.
William
Dou risada diante de seu alívio acidente.
William: Ah, mas você é safada, mocinha. De um jeito todo seu.
Maitê: O que quer dizer com isso?
William
Maitê enrubesce. Eu não via uma expressão de constrangimento no rosto da minha esposa há anos. Ainda fica uma gracinha com ela.
Eu me delicio com a visão, inclinando-me á frente para me aproximar dela.
William: Você é uma sedutora que gosta de provocar, baby. Uma selvagem quando quer.
Maitê: Uma selvagem?
William: Daquelas que morde e arranham. )Seu choque crescente ganha como resposta mais um sorrisinho meu.) Daquelas que gritam, muito alto. Somos perfeitos juntos. (O rubor em sua fase se intensifica e ela desvia os olhos dos meus.)
Maitê: Oh...
William
Eu rio do seu puritanismo.
William: Uau, essa é uma visão estranha.
Maitê: O que?
William: Minha esposa sendo tímida e reservada.
Maitê: Bem, não é todo dia que sua esposa descobre que seu Marido era dono de um clube de sexo.
William: Não é todo dia que sua esposa esquece quem você é (devolvo, sem mágoa ou crueldade por trás das palavras. É apenas um fato.) Ambos estamos fora da nossa zona dr conforto, Maitê. (Ela me fita em silenciosa contemplação.
Maitê: Por que eu tenho a sensação de que estou a ponto de experimentar algo incrível?
William
Mais um sorriso e eu pego a mão dela, ajudando-a a descer do banco.
William: Porque está. Porque a nossa história é verdadeiramente incrível. Venha. (Encontro o gerente e converso alguns minutos com ele, enquanto Maitê aguarda no hall de entrada, olhando para o andar de cima. Só vê-la ali, observando o ambiente, parecendo tão deslocada, trás muitas lembranças. Uma doçura reminiscente, ainda que ligeiramente dolorosa. Uma bela visão, mas os sentimentos são feios. Não tenho excitação que me consumia e o temor dentro de mim, como tinha naquele tempo. Agora tenho ansiedade.
Vou até Maitê, também olhando para o andar de cima. As portas mais próximas á escada estão todas fechadas - portas de quartos de hotel, em vez de portas que levavam a horas de prazer.
William: Por aqui (sussurro no ouvido dela, causando-lhe um sobressalto.)
Nosso café da manhã de casamento foi nesse salão.
Maitê: Por favor, diga-me que vendeu esse lugar antes de nos casarmos.
William: Não posso. Qual sua lembrança mais recente? A coisa mais recente de que se lembra, Maitê? (Coloco sua mãos em meu peito, observando-a imergir em pensamentos, a testa franzindo em concentração. Espero pacientemente ela encontrar o que procura, estimulando-a sem palavras.
Maitê: Eu trabalhava em uma empresa chamada Rococó Union.
William
Seus lábios se contorcem e ela olha para mim.
Maitê: Também namorava um homem, mas não era você.
Sinto como se uma faca fosse cravada em meu coração e, embora tente não demonstrar, sei que minhas marinas estão perigosamente dilatadas.
William: É isso? Não há mais nada? (Tento não parecer esperançoso demais. É difícil, já que é tudo o que mais espero. Apenas algo com que eu possa trabalhar.) Qualquer coisa? (Sua expressão neutra e o fato de que ela está enrolando para me responder dizendo-me que não.)
Maitê: Sinto muito.
William
Ela desvia os olho, com certeza para evitar a decepção em meu rosto.
Seu desânimo me mata. Puxo-a para mim e enlaço seus ombros.
William: Está tudo bem.
Maitê: Leve-me para casa.
William
Ela se aninha em meu corpo e sinto suas lágrimas umedecendo minha camisa.
Maitê: Por favor.
William
Fico de pé em um movimento rápido, carregando-a para fora, tentando não sucumbir à derrota. Ainda estamos nos primeiros dias e ela ouviu apenas uma mínima parcela de nossa historia. E mesmo assim, já está cansada dela. Mas eu não vou desistir. Não está no meu DNA, especialmente quando se trata desta mulher.
Continua...

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Submissa
FanfictionEle a quer e esta determinado a te-la. Maitê sabe que está prestes a entrar em um relacionamento intenso e conturbado, mas o que fazer se ele não a deixa ir? ⚠️ Plágio é crime ⚠️ Essa história é de minha autoria.