Maitê
Quando William insistiu em me levar à ioga hoje, não discuti. Pude ver que ele estava aturdido, mas sei o motivo. Tiro as chaves da mão dele e abro o carro.
Maitê: Eu dirijo. (Ele debocha, obviamente achando minha declaração divertida.)
William: De jeito nenhum. (Tomo as chaves de volta, e levo ela para o lado do passageiro.)
Maitê: Por que não? (Minha resistência não faz nem cócegas na obstinação dele.) Jamais? Nunca mais? O quê? Por quê?
William: Porque vc não precisa
Maitê
Ele tilinta as chaves bem debaixo do meu nariz, me põe sentada ni banco do passageiro e afivela o cinto de segurança.
William: Estou procurando um motorista pra vc.
Maitê
Ele planta um beijo casto no meu rosto e fecha a porta, antes que eu possa protestar. E quando se senta no banco do motorista, ele mantém a atenção à frente, ignorando meu olhar fulminante. Não haverá discussão sobre isso. Eu vou dirigir de novo.
Colocando um pouco de música, em um plano óbvio para quebrar o silêncio, ele sai em alta velocidade, marcando o tempo da canção com os dedos no volante.
Até que não há mais música. Ele nota pelo canto dos olhos que eu me viro no assento, com o rosto contorcido de desprezo.
Maitê: Está me dizendo que nunca mais vai me deixar dirigir?
William: Sim (Ligo o som de novo e ela corre para desligá-lo.)
Maitê: De jeito nenhum, William. Vc não pode me impedir. (Ele meio tosse, meio RI.)
William: Espere pra ver. (Aperto o botão no volante encho o carro com música outra vez.)
Maitê: Espere vc pra ver (grito por cima da música, sentando-me pesadamente.) Se não vai permitir que eu dirija para lugar algum, vou dar um jeito de sair por ai, a começar por hoje. Vou pegar o metrô pra casa. Vc está sendo irracional. Foi um acidente. Uma chance em um milhão. Vc está sendo estúpido.
William: Estúpido? Bem, essa uma chance em um milhão foi a minha esposa, portanto me perdoe se meu instinto protetor subiu às alturas.
Maitê
Ele esmaga o botão no volante, silencia a música e então para o carro no acostamento, tenso dos pés à cabeça. Tão irracional. Ele segura meu rosto e o vira para si. Meus olhos são duas linhas finas, de tão furiosa que estou. Os deles mais ainda.
William: Escuta aqui, mocinha. É meu trabalho te proteger. Não há nada de irracional em querer te manter segura, Maitê.
Maitê
A voz dele está mais suave agora é um mero sussurro, seus olhos ficam sombrios e sei que é porque ele está pensando no que poderia ter acontecido.
William: O meu maior medo neste mundo quase se tornou realidade. Eu quase a perdi. Então não diga que estou sendo irracional ou exagerado ou estúpido, está me ouvindo? Vc tem que me deixar ser como sou ou vou ficar louco de raiva.
Maitê: E eu vou ficar louca de raiva se vc me sufocar. Preciso de espaço, William.
Se quer que eu me apaixone por vc outra vez, precisa permitir que eu faça isso sem me reprimir. (Detesto a mágoa que vejo nós olhos dele. Odeio.
Seu rosto lindo é tomado pela agonia e ele engole em seco, a raiva mistura-se à sua expressão.
William: Vc pode usar o metrô.
Maitê
Eu posso usar o metrô? Como se eu precisasse de permissão? Puta merda, ele é mesmo louco. Mas ainda assim eu balanço a cabeça afirmativamente, apesar de estar desconcertada por dentro.
Maitê: Que bom. (Eu me recosto no banco, olho pela janela, e William segue com o carro. E eu me pergunto...
Como foi que me apaixonei por tanta loucura?
Eu não sei, mas esta acontecendo de novo e não coseguiria impedir, nem que quisesse.
Continua...
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Submissa
FanfictionEle a quer e esta determinado a te-la. Maitê sabe que está prestes a entrar em um relacionamento intenso e conturbado, mas o que fazer se ele não a deixa ir? ⚠️ Plágio é crime ⚠️ Essa história é de minha autoria.