Capítulo 51

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William
"Give me love", de Ed sheeran, toca baixinho, um fundo musical no nosso quarto, os tons calmos e relaxantes. As pálpebras de Maitê se abrem aos poucos, piscando várias vezes, as pupilas encolhendo diante dos meus olhos enquanto ela se acostuma à luz da manhã. Noto o momento em que ela me vê sentado sobre a cintura dela, com uma perna de cada lado, porque ela sorri. E o sorriso desaparece assim que ela tenta me tocar.
Porque ela não consegue mover as mãos.
O olhar dela corre para a cabeceira da cama, onde seus punhos estão algemados. Alguns puxões mais tarde, ela volta os olhos para mim. Engo as sobrancelhas. A boca dela se abre.
William: Bom dia, baby (cantarolo, colocando as mãos na parte de dentro de seus braços, na intenção de pausá-los na cama.)
Maitê: Ah, não! Você não fez isso
William
Vocifera ela, inutilmente tentando se liberta de baixo de mim.
William: Ah, sim, eu fiz. (Chego o meu rosto mais perto do dela, aproximando-me mais e mais dos seus lábios. Maitê congela.) Lembra-se das suas últimas palavras ontem à noite? (Ela arregala os olhos e sei, sei que ela vai negar. Ela balança a cabeça devagar, um sorrisinho querendo surgir no seu rosto. Ah, ela sabe muito bem.) Faça como quiser. (Suspiro alto, deixando a cabeça pender para a frente até meu queixo tocar o peito.) Vou começar no três (aviso, com a voz carregada do desejo que me consome.) E quando chegar ao zero, baby...
Maitê: O que vai acontecer? Vai me forçar a casar com você outra vez?
William
A ousadia no seu tom é excitante. William: Três... (Começo sem lhe dar uma resposta, sentando-me mais ereto sobre ela.)
Maitê: William...
William: Dois... (Mostro-lhe meus dedos e vou baixando-os sem pressa até sua barriga.
Maitê fica imóvel, dura como pedra.
Maitê: Não.
William
Vou baixando os dedos, lento no meu propósito, prolongando sua ansiedade.
William: Lembra-se do que disse? (Ela aperta os lábios firmemente, minha tentadorazinha teimosa.) Não? (As pontas dos meus dedos atingem seu ponto de mais cócegas e param.) Por mim, tudo bem. Um.
Maitê: William
William
Maitê chama meu nome e logo inspira e prende a respiração, preparando-se.
William: Zero, baby (sussurro, afastando as mãos dos seus quadris e caindo sobre ela, tomando a sua boca e surpreendendo-a com um beijo quente e vertiginoso. A despeito da surpresa que vejo em seus olhos, ela corresponde quase de imediatamente, com a mesma profundidade, usando a língua a vontade. Não há canto da minha boca que ela não encontre.) Case-se comigo (digo suavemente contra os seus lábios. Sinto-a sorrir.)
Maitê: Você já se casou comigo duas vezes.
William
Eu me afasto, com um olhar severo, que me escapa.
William: Isso é um não?
Maitê: Eu não disse não.
William
Ela olha para as algemas, puxando um pouquinho.
Maitê: Pode me soltar?
William
Não tenho idéia do motivo que me faz aceitar tão rápido seu pedido, especialmente porque Maitê, de fato, não disse sim, mas é exatamente o que faço, abrindo as algemas. Ela se senta e me empurra deitado de costas, agora sentando-se por cima de mim. E então pega os meus braços e me algema à cama. E eu permito.
É oficial. Estou louco.
William: O que está fazendo? (Pergunto enquanto a observo espalhar o corpo sobre o meu, olhando para mim e beijando com suavidade todo o meu tórax. Deixo a cabeça cair no travesseiro e dou um gemido rouco, com os olhos se fechando em êxtase. Isso pode ser um truque. Ela pode estar me levando a uma falsa sensação de segurança. Mas agora, com a boca roçando na minha pele, o calor de suas lambidas e mordidas deixando-me em brasa, eu não poderia me importar menos.
Não luto contra a imobilidade. Não perco a cabeça por não poder tocá-la.
Não me preocupo com o fato de ela estar potencialmente querendo extrair informações de mim. Estou perdido. Um escravo de sua boca venetadora.
Maitê: Essa é a transa da verdade, certo?
William
Pergunta ela, a voz rouca e grave, ainda salpicando meu corpo com beijos, chegando ao meu queixo e logo depois minha boca. Uma onda de pânico toma conta de mim. Não há expressão no rosto dela, apenas puro e potente desejo.
William: Sim... Oh... (Dou um gemido quando os quadris dela roçam meu púbis.) Porra, Maitê. (Erguendo-se um pouco, ela liberta meu membro e ele sobe imediatamente, a glande pincelando a entrada de sua vagina. Eu estremeço. Maitê estremece. E então ela baixa de uma vez sobre mim, engolindo-me dentro de si de uma só vez. Eu ranjo os dentes, respirando pelo nariz, e ela inicia um movimento de vaivém em um ritmo enlouquecedor. Encaro os olhos dela, olhos castanhos que derramam desejo sobre mim. Maitê está me matando mil vezes em cada ir e vir daqueles quadris, as mãos pousadas no meu peito. Reúno forças para quebrar o contato visual, e meu olhar recai sobre os seios e o leve movimento que fazem, e em seguida para o ventre, de onde as provas de sua gravidez dos gêmeos me olham de volta.
Linda. Cada centímetro dela è lindo.
Desabando para a frente, ela envolve a minha cabeça com os braços, seu rosto a milímetros do meu. O ritmo jamais falha. Meu prazer nunca diminuí, permanecendo consistente, levando embora mais e mais do meu fôlego a cada estocada.
Maitê: Quer algumas verdades, William Levy?
William
Murmura ela, passando as mãos pelos meus cabelos.
Eu apenas aquiesço com a cabeça, ignorando a dor que acomete meus braços e concentrando-me em acalmar a ânsia no meu sexo, friccionado pelas quentes paredes internas dela.
Maitê: Eu te amo, sim.
William
Maitê me beija e altera a forma como me cavalga, transformando o movimento em um embalo mais suave. Esse ritmo, essas palavras. É o meu fim, assim como o da Maitê.
Maitê: Juntos
William
Ordena ela, com um fio de voz, a boca colada à minha. Uma palavra e eu me atiro no abismo com ela, mantendo o beijo por todo o tempo em que curtimos as ondas de prazer, unidos. Nosso beijo vai acalmando,assim como nossos corpos, embora seu sexo continue pulsando em torno do meu pau por muito mais tempo.
Sinto o momento em que ela relaxa quando dá um suspiro e deixa o corpo derreter sobre o meu.
Maitê: Case-se comigo
William
Pede ela, beijando-me no rosto.
Se houvesse, algum dia, um jeito de engarrafar um momento da minha vida para guardar para sempre, seria agora. Porque ela acaba de me dizer que está dentro com tudo a que tem direito.
William: Você não pode me perguntar isso enquanto estou algemado à cama (sussurro, e Maitê imediatamente me solta. No instante em que as minhas mãos voltam a ser minhas, eu a viro e fico por cima dela outra vez.)
Maitê: Quer se casar comigo?
William: Que pergunta idiota. (E eu a beijo.)
Continua...

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