William
Grávida. Grávida. Grávida.
Estou impressionado com a calma dela.
Por que ela não está surtando comigo?
William: Estou com quarenta anos, Maitê. (Eu me levanto e começo a andar de um lado para o outro no quarto.) Estou velho demais para ser pai outra vez.
Maitê: Não está, não.
William
Minha esposa parece aborrecida, e olho para ela e descubro que está, seu rosto fechado, irritado.
Maitê: Os pais estão a cada dia mais velhos.
Pelo menos foi o que a médica disse.
William: Você consultou uma médica? Sem mim? Quando?
Maitê: Peguei um táxi para o consultório dela depois que você me deixou na ioga ontem.
Eu precisava ter certeza antes de te dar a notícia, que sábia que te colocaria em órbita.
William
Órbita? Que tal outra galáxia?
William: Grávida! (Grito, só por gritar.) Eu não acredito. (Estou assimilando a notícia agora, e visões do rosto exausto da Ana e Ivan desde que Betty nasceu pipocam na minha mente.
Eu já cumpri a minha parte.
Meus dias de fralda sujas e noites em claro ficaram para trás.) Ai meu Deus (Lamento, indo para o banheiro, ligando o chuveiro e balbuciando toda sorte de bobagens enquanto tiro a roupa.
Entro debaixo do fluxo de água e espero que o jato frio me desperte deste pesadelo.)
Maitê: Você está aceitando muito bem.
William
Brinca ela, aparecendo através da porta do box, observando-me esfregar cada centímetro do meu corpo.
William: Maitê, vamos colocar isso em perspectiva. (Chego perto do vidro para que ela posso ver o quanto estou em pânico.) Quando essa criança tiver dez anos, eu terei quase cinquenta e um. (Estremeço.) Os gêmeos estarão na faculdade e eu estarei levando nosso caçula à escola. (Quero chorar, ao passo que Maitê apenas suspira, deixando que eu tagarele.
Bom mesmo, porque tenho muito a dizer.
Maitê: Você está sendo ridículo. (Saio andando.) Vou fazer o ultrassom na terça-feira.
Venha se quiser, e se não quiser, tudo bem.
Não pense que não posso fazer isso sozinha.
William
E é assim que sou tirado do meu colapso nervoso.
Ela vai fazer isso sozinha? Sem mim? (Eu me enconho, o pensamento fazendo muito mais do que me magoar.
Então, estranho a minha própria atitude, questionando o que deu em mim.
E penso com carinho.
Penso qual é a real questão, e não é a chegada de outro bebê.
Sou eu.
Meu problema.
O que me deixa desesperado.
Não tem nada a ver com ser pai outra vez.
Mas tudo a ver com o meu complexo imbecil.
Talvez outro fator seja ter mais alguém com quem me preocupar.
Mais ansiedade.
Porra, mais uma pessoa por quem ser obcecado será esforço que pode me matar.
Meu coração dispara só de pensar.
Inspiro e expiro profundamente, tentando me acalmar.
E penso no rosto de Maitê agora há pouco.
Como ela parecia serena e calma, mesmo quando bati o recorde dos surtos.
Eu quero e vou fazer ela e nossos filhos felizes eles são minha vida.
Continua...

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Submissa
FanfictionEle a quer e esta determinado a te-la. Maitê sabe que está prestes a entrar em um relacionamento intenso e conturbado, mas o que fazer se ele não a deixa ir? ⚠️ Plágio é crime ⚠️ Essa história é de minha autoria.