William
Abro os olhos na manhã seguinte e vejo Maitê sorrindo para mim, deitada de lado, na mesma posição que eu. Sua mão no meu quadril e a minha em cima da dela.
William: O que te faz feliz a essa hora da manhã? Porque eu ainda não te comi. (Ela ri, aproximando-se até sua respiração se fazer sentir na pele do meu peito.)
Maitê: Eu adoro te ver dormir. Vc parece tão angelical.
William
Dou um sorriso sonolento e fecho os olhos de novo, abraçando-a para trazê-la mais perto ainda.
William: Angelical? Vc quer dizer divino, certo?
Maitê: Certo. E estou feliz por ter me lembrando de algo.
William
Ela ainda está eufórica, tão orgulhosa apenas por ter se lembrado daquele detalhe. Proíbo a mim mesmo de pensar que ela não vai gostar tanto quando todo o resto voltar, o bom, o ruim e o absolutamente terrível. É uma coisa louca. Por um lado, quero muito que as lembranças venham, implorando para que voltem; por outro, estou morrendo de medo. Parte de mim espera que continuem pingando lentamente, dando-lhe a chance de assimilar tudo, em vez de fluírem de uma só vez e criarem o caos.
Maitê: É o seu celular tocando?
William
Faço uma careta.
William: Eu devo tê-lo deixando lá embaixo. (Ela solta os meus braços na hora e eu não fico nada feliz com isso.) Ei!
Maitê: Podem ser as crianças.
William
Suas costas nuas desaparecem porta afora, sua urgência atenuada pelos passos mancos.
Grunhindo, saio da cama, sem me importar em colocar a cueca, e desço.
Encontro-a com o telefone ao ouvido.
Maitê: O tal Facetime não está funcionando
William
Diz ela, com a mão nos cabelos.
Não consigo evitar sorrir ao vê-la, nua, pegando café no armário.
William: Ponha no viva-voz
Gabriel: Oi, pai!
William
Cantarola Gabriel, seguido por Luna.
William: Oi! (Pego as xícaras e Maitê vai buscar o leite.) Estão com saudade da gente?
Luna: Um pouquinho. A vovó disse que nós vamos voltar na segunda.
William: É isso mesmo. (Olho para Maitê, que também sorri.) O que vcs dois têm feito?
Luna: Tenho cotado conchas com o Hugo (Diz Luna, ousada, quase orgulhosa, porque ela sabe que está fora do alcance do meu rolo compressor.
Ranjo os dentes e olho para Maitê, um olhar que sugere que ela faça alguma coisa, antes que nossa filha arruine meu humor.
Ela pega rapidamente o aparelho e sai andando, afastando-se da minha presença ranzinza.
Maitê: Que gostoso, querida. E vc, Gabriel? Pegou mais algum peixe?
Gabriel: Peguei um de quase seis quilos, mamãe!
William
Por que Luna não encontra algo que a empolgue assim, qualquer coisa que não sejam garotos?
Eles conversam alegremente por um tempo, enquanto preparo o café.
Em seguida, Maitê se despede, com uma pontinha de tristeza na voz. Olho para ela, que desliga o telefone e suspira. O desânimo está tomando conta dela. Preciso distraí-la.
William: Ei! Meus olhos estão aqui em cima, baby. (O olhar dela imediatamente encontra o meu.) Tenho uma surpresa pra vc.
Maitê: Ah, é?
William
Ela me dá um sorriso atrevido, coloca o telefone na mesa e vem até mim, enchendo meu coração de alegria.
William: Vc só pensa em uma coisa, mocinha. E por mim tudo bem, mas hoje tenho algo planejado. (Pousando a mão no meu peito, ela abre um sorriso.)
Maitê: Isso ainda te surpreende?
William
Suas mãos descem em direção ao meu...
William: Ei! (Começo a rir e afasto a sua mão, antes que ela alcance meu membro, já interessando. De onde vem essa resistência toda?) Pare. (Eu a sento em um banco e o beicinho dela me faz sorrir. Ela encolhe os ombros.)
Maitê: Não consigo evitar. Basta olhar para vc e eu...
William: Fica molhada. Eu sei. (Termino a frase de modo confiante e absurdamente arrogante.) Vc se acostuma. (Lanço-lhe um sorriso de lado.)
Maitê: Então se essa não é a minha surpresa, o que é?
William: Vou te levar pra comprar um vestido novo.
Maitê: Por quê?
William: A festa de noivado do Eugênio, no sábado. (Os olhos dela se ilumina por um momento, mas logo perdem o brilho.
E então se estreitam. Eu sei o que vem por ai. Estou preparado para isso.
Maitê: Eu vou poder escolher o vestido?
William: Não. (Sorrio, presunçoso, e vou buscar mais café.)
Maitê: Não sei, não
William: Eu sei.
Maitê: De jeito nenhum.
William
Eu me viro e a encontro deixando a cozinha, com os cabelos longos ondulados sobre as costas nuas.
Maitê: Vou encontrar algo no meu armário, muito obrigada.
William: É o que vc pensa, mocinha. (Digo, com um sorriso no rosto. E porque sinto que devo reforçar a minha autoridade nesta casa, ainda grito: Ponto-final!
Continua...
![](https://img.wattpad.com/cover/247398189-288-k47414.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Submissa
Fiksi PenggemarEle a quer e esta determinado a te-la. Maitê sabe que está prestes a entrar em um relacionamento intenso e conturbado, mas o que fazer se ele não a deixa ir? ⚠️ Plágio é crime ⚠️ Essa história é de minha autoria.