Capítulo 30

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— Muito prazer. — Eu digo, com o sorriso mais falso possível.

Quando me criava, mamãe sempre dizia sobre como eu sempre devia ser sincero com as pessoas, mas ao mesmo tempo devia ser gentil. Isso acaba travando nossa mente. Como vou ser verdadeiro com uma pessoa que eu não gosto e ainda ser gentil? Acho que os pais não pensam direito na lógica, só pensam em ensinar os filhos a seres pessoas boas. Escolhi o lado da falsidade ao invés da sinceridade e grosseria. Eu não quero tratar Chaeyoung mal, mas ao mesmo tempo não quero estar perto dela.

— Sabe, ouvi muito falar de você, Park Dois. — Chaeyoung diz, esboçando um sorriso enorme. — Por meses tive que ouvir Jungkook reclamando de você, então depois ele começou a falar muito bem, o que foi uma surpresa.

— Jura? — Minhas bochechas doíam de tanto forçar o sorriso.

— Juro! Eu tive que implorar para ele parar. Adivinha? Ele não parou. Mas, então, tive uma ideia. Se Jungkook não para de falar desse garoto, acho que tenho que conhecê-lo uma hora.

— Então você veio aqui para me conhecer? — Pergunto, sentindo um desconforto tremendo no estômago.

— Só para esclarecer, — Jungkook diz. — eu não a chamei aqui. Chae veio de surpresa. Eu estava na minha casa e de repente ela apareceu lá.

— Chae? Quer dizer que perto do Park Dois eu sou apenas Chae? Acho que sabemos quem é o preferido. — Com um sorriso e uma piscada de olho, Chaeyoung me dá batidinhas com o cotovelo. Eu a odeio mais ainda por ser tão legal. É enjoativo. — Já que estou na cidade, não custa nada mostrarem os melhores lugares por aqui. Preciso comer algo salgado ou vou morrer agora mesmo!

— Eu... vou ter que dispensar. — Tento dizer.

— Nada disso! Não existe desistência quando Chaeyoung está na área. Ou você vai, Park Dois, ou você vai. Sem escolha numa noite sem regras. Só eu, você, Jungkook e a cidade!

Após praticamente gritar isso no saguão, Chaeyoung, com a intimidade que eu não havia dado, me agarra pelo pescoço com um braço e faz o mesmo com Jungkook do outro lado. Para uma garota baixinha, ela é bem forte. Chaeyoung consegue nos carregar para fora e quando consigo parar de cambalear para me afastar do seu braço, vejo que estamos parados na frente do carro de Jungkook.

— Por conta da faculdade, eu só tenho dois dias aqui. Vou embora segunda de manhã, então, a gente vai começar a se divertir o quanto antes.

— Você quer dizer agora? — Eu pergunto em tom de indignação. — Mesmo se eu aceitasse, ainda estamos com roupa de ginástica.

— Primeiramente, Park Dois, você já aceitou. Não escutou o que eu disse? Não existe desistência quando a Chaeyoung está na área. — Ela fala alto e eu fecho os olhos para conter a minha raiva. — Segundo, analisando o corpo belíssimo, esculpido pelos deuses, que você tem, tenho absoluta certeza que é do mesmo tamanho que o Jungkook. Conclusão: você vai vestir as roupas dele e eu vou vestir as minhas que está na minha mala na casa do Jungkook. O que quer dizer que vamos todos para lá e só voltar quando o sol acordar!

— Sem chance. — Eu digo simplesmente e dou as costas para os dois, andando na direção oposta. Penso que vou para casa tomar um banho para tirar o estresse do dia, mas uma silhueta baixinha entra no meu campo de visão e me faz parar. Chaeyoung correu até ficar na minha frente.

— Ah, você não vai embora não, Park Dois.

— Eu nem conheço você e eu e Jungkook não somos mais tão amigos. O que faz você pensar que eu vou numa noitada com vocês?

Chaeyoung parece ficar sem graça por um segundo. Antes que dê tempo de eu me arrepender pelo tom das minhas palavras, Jungkook surge ao nosso lado com um sorriso contido e as mãos escondidas no bolso de trás da calça.

Dance with me • pjm + jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora