Dance with me • pjm + jjk

Capítulo 12

Apesar de eu ter pensado que conseguiria trabalhar normalmente pelo resto do dia, acabei ficando muito cansado. Na primeira hora meu corpo já estava exausto pelo treino que tive, mas me esforcei para não deixar transparecer.

— Eu limpo aquela mesa. — Anunciei, me preparando para sair de trás do balcão.

Já era cerca de sete horas da noite, perto do fim meu expediente. Não tinha ninguém na lanchonete além de mim e Lucy, os únicos funcionários dali no momento. Me perguntei se teria outra pessoa que trabalhava em meu lugar nos fins de semanas. Antes que eu conseguisse sair de onde estava para limpar a mesa, Lucy me parou.

— Pode deixar que eu limpo. Inclusive, você já deveria ir para casa, seu expediente está praticamente no fim.

— Mas ainda não acabou. — Argumentei. — Qual é, Lucy, não me trate como se eu fosse um incapaz.

— Eu nunca faço isso! — Exclamou. — Só fico preocupada de ver você trabalhando tanto, aqui e na dança.

— Eu dou conta.

— Dá mesmo? Porque agora mesmo você parece um morto vivo.

— É isso ou nada. Preciso desse emprego pra pagar as contas e ter o desconto que faz com que eu consiga pagar as aulas aqui.

— É por isso que eu odeio esse desconto. — Ela disse com desdém. — Foi muito bem planejado para que ninguém queira. É um grande desconto, mas quase nunca aparece alguém que ache que valha a pena.

— Bom, eu acho.

— E eu continuo achando crueldade. Pra conseguir esse desconto milagroso você precisa trabalhar demais aqui, quase não sobrando tempo para dançar. Você não é o primeiro a tentar isso, e não vou te julgar se desistir, é muito cansativo.

— Eu jamais vou desistir, Lucy. — Disse com seriedade. — Eu prometi a mim mesmo que faria de tudo pelo meu sonho.

— Cansaço adoece, Jimin. — Havia um pesar em sua voz, quase como se ela já estivesse passado por alguma situação semelhante.

— Então faço uma nova promessa: vou parar se eu ver que isso está acabando comigo.

— Só não deixe chegar num nível extremo, não quero ir te visitar no hospital porque você desmaiou de exaustão.

— Pode deixar. — Ri.

— Agora você deveria ir para casa descansar.

— Antes vou te ajudar a limpar essas mesas.

— Sou velha mas tenho mais disposição que você nesse momento. Além disso, não estou pedindo. Anda logo, garoto.

Não tinha como discutir com Lucy, então dei mais uma risada e concordei com a cabeça, pegando minha mochila e indo trocar minha roupa. Quando saí do banheiro, vi que ela passava um pano molhado numa das mesas. Apressei o passo e lhe dei um abraço por trás.

— Obrigado, Lucy. Até amanhã.

— Você quer me matar, garoto? — Ela me bateu com o pano, mas eu não contive a minha risada. Vi que ela também ria.

Me afastei completamente de Lucy, indo em direção a saída da lanchonete. Dei um boa noite para o recepcionista da vez e saí do prédio. Sem me demorar, comecei a seguir meu caminho de volta para casa, mas uma voz atrás de mim me fez parar

— Jimin? — Era a voz de um homem. Me virei e vi a figura masculina andando a passos apressados em minha direção, só pude ver seu rosto quando ele estava perto o suficiente de mim e foi iluminado.