Então enfim assoprei minhas velas. Agora tenho oficialmente dezoito anos. Assim que as velas se apagaram e deixaram a casa um pouco escura, todos ali comemoraram alegres. Pude ver suas expressões de felicidades quando a luz foi acesa.
Minha mãe sorriu até espremer seus olhos e veio me abraçar. Ela estava tão baixinha perto de mim, e ainda me lembro de quando a via como uma gigante.
Meu pai passou a mão pelo seu bigode tosco e pude ver que ele também sorria muito. Veio até mim e me abraçou com um só braço.
— Meu filho é um homem agora! — Ele comemorou.
— Mas não importa o quanto cresça, sempre vai ser o meu Chimchim. — Minha mãe apertou minhas bochechas e eu senti uma onda de vergonha passar pelo meu corpo.
— Mãe. — A repreendi, mas ela apenas deu de ombros com um sorriso, pegando a espátula ao lado do bolo.
— Pode ir para seus amigos que eu divido o bolo.
Agradeci internamente por minha mãe ser tão atenciosa. Ela sabia que, por mais que eu adorasse aniversários, não gostava da parte de escolher para quem vai o primeiro pedaço. Me sentia um idiota por ficar tenso por isso, mas é impossível escolher quando se tem tantas pessoas importantes ao redor e você quer dar para todas elas ao mesmo tempo para ninguém se sentir excluído. Quando eu tinha doze anos e me foi perguntado para quem seria o primeiro pedaço, eu respondi: Todos ganham o primeiro pedaço! As pessoas na festa — minha família e alguns vizinhos — riram e acharam uma graça, mas ainda insistiram em quem levaria o primeiro pedaço. No fim, não escolhi e minha mãe repartiu normalmente. Depois disso, nunca mais teve essa cerimônia no meu aniversário.
Sorri para ela antes de me virar e caminhar até o canto da sala onde estavam Namjoon e Dahyun, meus melhores amigos. Namjoon, com seu cabelo castanho sempre bagunçado, usava uma blusa listrada branca com azul e uma calça jeans normal. Ele era mais alto do que eu, e sempre invejei o fato dele ter crescido mais mesmo que tenhamos a mesma idade. O que eu achava mais impressionante em Namjoon era como ele podia ser um nerd bem fofo numa hora, e em outra um desleixado sexy. Naquela noite ele estava na segunda opção.
Dahyun, ao seu lado, usava um short amarelo e uma blusa branca que caía no ombro esquerdo com uma regata vermelha por baixo. Seu cabelos estavam presos, como sempre, deixando as mechas coloridas no meio do cabelo castanho pendendo no rabo de cavalo. Dahyun sempre teve esse estilo bem colorido, e até o que ela usava para prender o cabelo era chamativo. Às vezes não entendia como ela tinha virado minha amiga e de Namjoon, já que somos tão quietos na escola e Dahyun é tão... descolada.
— Dezoito, hein. — Namjoon me cumprimentou, erguendo seu copo. — Já pode ser preso.
— Por que sempre falam isso? — Questionei com um sorriso. — Por que não: Já pode abrir uma empresa?
— Abrir uma empresa é muito difícil, mais fácil ser preso.
Dahyun deu uma risada e balançou a cabeça.
— A festa está ótima, Jimin. — Ela disse. — Você já falou com seu pai?
Dei um longo suspiro e passei os dedos nos meus cabelos loiros.
— Ainda não. — Respondi. — Estou com medo.
— Você tem que fazer isso logo. — Dahyun insistiu. — O ano já está acabando e quanto antes melhor.
— É só que ele está tão feliz comemorando essa noite, não quero estragar.
— Você quem sabe, mas não demore muito.
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Dance with me • pjm + jjk
FanfictionPark Jimin acaba de fazer 18 anos e resolve abandonar sua cidade natal, Busan, para seguir seu maior sonho: ser um grande dançarino. Ele se muda para Seul e se vê perdido na cidade, já que nunca sequer visitou o lugar. Jimin acaba dividindo um peque...