Seiji Matsuno. A Paixão Do Mafioso[1]

Capítulo 12

Aisha Beatriz:

Minha cabeça doi bastante, minhas pálpebras pesam, e meu corpo inteiro está dolorido.

Abro meus olhos e para o meu espanto, todo o ocorrido não foi um pesadelo, foi real.

Não escondo o medo que toma meu corpo assim que percebo estar em um avião, e pelo jeito já longe de casa, minhas mãos estão amarradas, e na minha boca sinto um tecido que machuca minhas bochechas.

Lagrimas descem meu rosto, expondo minha fraqueza, não sei onde estou e nem para onde estão me levando.

Vejo os homens que me sequestraram discutirem, um deles é aquele que ia matar meu pai, e o outro é aquele com quem sai no soco que à proposito nem me lembro como ele conseguiu me nocautear.

Aquele quem quase nos matou está gritando em japonês, parece indignado com alguma coisa, ele está sem camisa e segura no braço enquanto anda de um lado para o outro, vejo varias tatuagens espalhadas pelo seu tórax, nas costas, e até no pescoço, enquanto o de olhos puxados apenas o observa, parece estar sem argumentos.

- A bela adormecida acordou. - O alto de olhos puxados fala em um inglês perfeito, fazendo o tatuado me encarar.

Ele caminha devagar até mim, e se abaixa para ficar perto, tento pedir para ele não me machucar, mas o pano que me amordaça só permite que saia um barulho da minha boca, em formato de gemido.

Ele passa alguns segundos me olhando nos olhos, em seus labios uma linha reta que deixa seu esboço sério, me tremi de medo com aquele olhar verde, frio e sem brilho, que praticamente me obrigou a me encolher no assento confortável da poltrona.

- Irei lhe fazer algumas perguntas, e quero que responda sem hesitar ou enrolar, se não teremos alguns problemas, eu fui claro? - Seu timbre é rouco.

Balanço a cabeça em concordância, e sem nenhuma delicadeza ele puxa o pano da minha boca, machucando minha mandíbula.

- Quem é você? - Ele me observa com precisão.

Respiro fundo antes de lhe responder, tentando acaumar o desespero dentro de mim.

- Me...meu nome é... - Engulo seco. - Meu nome é Beatriz, Aisha Beatriz. - Me limito a falar mais que o necessário, por não saber do que esse homem é capaz.

- E o que fazia na casa?

- Eu morava lá. - Respiro fundo mais uma vez.

- Vou perguntar de novo, e quero que seja mais específica dessa vez. - Olho na direção do homem alto de olhos puxados, que está em pé com os braços cruzados atrás do tatuado. - Quem é você?

Entendi exatamente o que ele quis dizer com isso, e mesmo não querendo falar não tenho outra saída.

- Aisha Beatriz Ibrahim. - Vejo seus lábios darem uma leve abertura, e seus olhos se arregalarem sutilmente. - Sou filha de Zayn Ibrahim. - Digo em tom apoderado.

Quase me perco na imensidão gelada daqueles olhos verdes, que agora olhava cada centímetro do meu rosto.

- Por favor, posso beber um pouco de água? - Olho de um para o outro.

Eles se entrolham, e o tatuado pega uma faca para cortar a corda que prende meus pulsos, ajeitei minha postura trazendo um grande alivio para o corpo.

O tatuado chamou a aeromoça, que rapidamente compareceu diante de mim perguntando do que eu precisava.

Lhe pedi um copo com água, e quando me virei para trás os dois não estavam mais ali perto de mim.

A água logo chegou, e minha euforia para bebe-la era tão grande, que quase bebi tudo em um unico gole.