Capítulo 2

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(Foto de Nara acima)
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Seiji Matsuno.

Acordo ainda ouvindo a chuva cair, e aos poucos abro meus olhos, dou uma breve olhada no relógio de parede que marca 06:15 da manhã.

Me levanto da cama, e sigo direto para o banheiro. Abro o chuveiro, e fecho meus olhos sentindo a água quente sobre minha pele.

Quando saiu visto apenas uma calça fina, e visto um tênis, pego o celular na mesa de cabeçeira e o guardo no bolso.

Saio no corredor direção as escadas, quando chego lá em baixo alguns seguranças me cumprimentaram com o tipico "Bom Dia, Chefe" e eu apenas aceno com a cabeça.

Antes de ir para a academia tomei um iogurte, e comi uma banana. Atravessei o quintal dos fundos, e entrei no anexo onde montei meus equipamentos de treinamento, e também um escritório.

Depois de um breve alongamento, liguei o som conectado ao meu IPhone em um volume razoável. Comecei com algumas flexões, depois abdominais, corri na esteira, e andei na bicicleta ergométrica.

Treinei alguns golpes de jiu-Jitsu, e karatê, e terminei depois de 30 minutos no saco de pancada.

Voltei a mansão, fui para cozinha e peguei uma maçã. Nara entrou no momento em que me sentei a mesa.

- Treino pesado? - Ela se senta na cadeira a minha frente.

- Sempre. - Retiro o celular do bolso, e coloco em cima da mesa. Dou uma mordida na maçã

- Ah que isso? Eu nem dou tanto trabalho assim. - Ela pisca, e eu reviro os olhos.

- Volte ao trabalho Nara. - Ordeno em tom ignorante.

Meu celular toca em cima da mesa, e vejo que o meu trabalho também me chama.

Me levantei atendentendo a ligação, saindo para a sala de estar. Me joguei no sofá, e coloquei os pés apoiados na mesinha de centro.

- Quero contratar seus serviços... - A voz do outro lado da linha diz

- Sabe que está falando com um mafioso? Quem te deu esse número?

- Não direi onde arrumei seu telefone, mas posso lhe garantir que não liguei atoa. Fui informado sobre suas Habilidades, e desejo contrata-lo. Prometo que pago bem. Esterei essa noite no Sushi-Ya, e lhe aguardo para conversarmos. - Ele desligou.

Na tela do celular, apareceu uma mensagem com a hora marcada, e nome da reserva da mesa. Voltei a cozinha, e Nara permanecia sentada a mesa

- Nara, eu mandei você voltar ao trabalho. - Ela me olha, e se levanta para sair, mas antes que ela deixe o cômodo eu agarro seu pulso. - Nós vamos sair para jantar hoje a noite, esteja pronta as 20:00 hrs.

Ela concorda de cabeça baixa, e sai me deixando sozinho. Subo no quarto e passo uma água, me visto apenas com outra calça fina, dessa vez na cor cinza.

Volto para o anexo e entro no escritório. É aqui que passo a maior parte do dia, quando quero fugir de algo, ou evitar alguém, porque aqui ninguém aparece, ninguém me incomoda.

Liguei o mini system em uma das minhas musicas favoritas, peguei uma dose de Whisky Dalmore Trinitas 64, sentei na minha confortável cadeira presidencial de couro preto, tentei relaxar e manter a mente vazia.

Meus planos duraram pouco, quando ouvi batidas na porta.

- Chefe tem uma treta rolando lá fora. - Ouço a voz de um dos meus seguranças abafada por trás da porta fechada. - Nara está arrumando confusão.

- Mais que Droga. - Abri a porta, e vesti uma camisa enquanto andava para o outro lado da mansão.

Quando passei a varanda da frente, vi Nara no chão, batendo em um do nossos homens. Ela sempre lutou muito bem, quase tanto quanto eu. É praticamente um general aqui.

Observo ela dando uma sequência de socos, e ele protegendo o rosto. Ela é rapida, e parece estar realmente com raiva.

Quando vejo suas pernas sendo passadas pela cintura dela, e ele consegue inverter a situação, eu me agito. Ando apressadamente até os dois.

Chego dando um golpe mata-Leão no homem para tira-lo de cima dela. Ele parece surtar, e tenta me atingir com o cotovelo, mas com um movimento rapido, o viro de frente, e o nocauteio com um soco bem dado na têmpora.

Nara está no chão, e os homens ao redor só observam.

- Levem-no para o porão. - Pego ela nos braços, entro para a sala, e a deito no sofa.

Ela não responde ao meu chamado, e noto um sangramento no seu lábio inferior.

Aos poucos seus olhos vão se abrindo, e encontam meu olhar preocupado.

- Você está bem? - Ela se levanta devagar, para sentar no sofá.

- Estou, apenas um pouco zonza. - Ela leva as mãos na cabeça.

Andei para a cozinha, peguei um saquinho transparente, e enchi com cubos de gelo. Voltei, e me sentei ao lado dela encostando o gelo no seu ferimento.

- Suba para o meu quarto, eu converso com você depois. - Peguei seus braços, e ajudei ela a se levantar.

Ela não disse nada, não reclamou, não xingou, nem me pediu para subir com ela. Apenas me obedeceu.

Sai nos fundos, e desci uma escada longe da casa, que dá acesso ao porão.

O homem estava sentado em uma cadeira, com as mãos amarradas para trás. Sua camisa clara estava suja com respingos de sangue da Nara.

- Que merda foi aquela lá em cima? - Perguntei sentindo uma raiva quase palpável.

- Ela me desafiou, disse que provava ser mais homem do que eu. - Ele não olhou para mim.

Dei um soco bem posicionado no meio do seu nariz, e sangue espirrou na minha roupa.

- Todos aqui sabem quem Nara é, e o que ela significa para mim. Você assinou sua sentença de morte ao encostar nela.

- Ela não passa de uma piranha, só age desse jeito porque é "a queridinha do Seiji". - Ele fez uma voz fina.

- Sim, e por ser minha queridinha, ela é intocável. - O homem levantou o olhar, e sobressaltou, quando viu que eu já apontava uma arma para a cabeça dele.

Apertei o gatilho, movido pela raiva de saber que aquele insignificante me desafiou quando não acatou as ordens dela.

Passei uma franela limpa na minha roupa, onde sujou de sangue. Sai do compartimento e entrei subindo para o quarto.

Nara estava deitada de lado, virada para a janela e de costas para a porta. Seus cabelos negros tomavam conta quase da cama inteira.

- Está melhor? - Perguntei me aproximando dela.

- Estou, obrigada. - Sua voz é meiga, e sei que ainda está sentindo dor.

- Nara, me conta o que aconteceu... - Pedi caumamente

Ela respirou fundo, se ajeitou na cama virando de barriga para cima.

- Ele passou a mão em mim, eu não ia deixar aquilo barato. - Sua voz alterou de meiga, para raivosa, e eu que já havia matado o homem, senti vontade de voltar lá e mata-lo novamente.

- Garanto que nenhum deles, nunca mais vai nem olhar torto para você. - Dei um beijo na sua testa, e me ajeitei deitado ao seu lado.

Abracei seu corpo, e deitamos de conchinha logo senti sua respiração ficar pesada.

Seiji Matsuno. A Paixão Do Mafioso[1]Onde histórias criam vida. Descubra agora