Capítulo 33

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Aisha Beatriz.

Tudo o que se planta será colhido mais para frente, eu sabia que iria pagar pela minha ousadia de fugir da mansão, mas prefiro enfrentar o perigo aqui fora do que ficar presa, esperando Seiji decidir o que vai fazer comigo.

Nas prmeiras horas o pânico me consumiu, não podia ficar parada no mesmo lugar, pois eu sabia que quando Diogo descobrisse ia mandar que revirassem cada pedra atrás de mim, e se ele é capaz disso imagina o mafioso e assassino mais temido do mundo.

Não quero nem pensar em cruzar com Seiji

Depois que o trem passa e a linha fica vazia, desfarçadamente me escondo em um canto no qual os seguranças não reparam, e pulo nos trilhos, saio correndo desesperada e rezando para que ninguém tenha me notado.

Agradeço mentalmente por dentro do túnel ter espaço o suficiente para andar sem problemas, e traço um caminho seguindo sempre reto.

Não demoro para chegar em outra estação, pulo a cancela de acesso sem que ninguém perceba e me sento em um dos bancos.

Meu estômago reclama de fome, e penso como farei para me alimentar? Sendo que além de não conhecer ninguém, ainda não sei falar japonês.

Preciso achar um caixa eletrônico - Penso.

Mas não posso acessar minha conta, serei achada com facilidade dessa forma, então sem ter opção subo a escada voltando as ruas movimentadas.

Tento parecer o mais confiante possível, atravesso uma avenida e caminho até a vitrine de uma padaria que tem pães aparentemente muito apetitosos.

A funcionaria me vê, aponta para onde estou olhando e balança a cabeça como quem me pergunta se estou interessada.

Concordo e gesticulo com as mãos, dizendo que não posso pagar por eles, ela então me mostra a palma da mão como quem diz "Pode parar" e abre um sorriso, pega um saquinho médio, coloca alguns deles dentro e me entrega.

Sem saber como reagir, pego na sua mão e sorrio balançando a cabeça demonstrando meu eterno agradecimento.

Rapidamente retorno para onde eu estava, e fico o tempo necessário apenas para comer, seguindo caminho depois disso.

Após passar a noite praticamente inteira andando sobre as madeiras e pedregulhos da linha ferrea, resolvo parar na proxima estação.

Me estico sobre o banco vazio e acabo pegando no sono.

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Sinto um toque no braço, acordo assustada sem me lembrar de onde estou nem saber que horas eram, aos poucos minha mente vai voltando para o lugar, vejo que o dia já amanheceu e que a estação está lotada de gente.

Ao meu lado há uma garota em pé me olhando.

- Sorry (Desculpa) - Ela sorri levemente.

Fiquei feliz por ter encontrado alguém que fala pelo menos inglês nesse lugar, ou melhor ela me encontrou.

- Whi sleep on this uncomfortable bench? (Porque dorme nesse banco desconfortável?) - Fala com bastante dificuldade, porem consigo entende-la.

Analiso o estreito banco onde estou, e me sento ajeitando minha postura.

- Preciso fugir daqui, e não tenho para onde ir. - Prendo o cabelo atrás da orelha jogando o restante nas costas.

O trem chega a plataforma, e ela olha da locomotiva para mim, abre a bolsa retira dois sanduíches de dentro e me entrega, tira o casaco que está vestindo e coloca no banco do meu lado, sorri da tchau com a mão e corre para não perder o transporte.

Seiji Matsuno. A Paixão Do Mafioso[1]Onde histórias criam vida. Descubra agora