O que acontece nessa empresa?

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Uma música tocava ao longe, eu até consegui reconhecer como uma música do meu celular, mas não conseguia dar a devida importância. Meu corpo estava pesado e minha cabeça parecia se desprender do corpo e flutuar. Minhas pálpebras pesadas impediam que eu reconhecesse onde eu estava e nem que horas eram. Por que eu estava assim? O que tinha acontecido na noite anterior?

E aí eu me lembrei. Eu fui ao bar ontem com o Augusto. Conversei com ele sobre minha atração pelos meus chefes. Otávio apareceu. Augusto foi embora. Eu fui ao banheiro. Otávio foi junto. Otávio me comeu. Otávio foi embora. Eu voltei para o bar e me sentei ao balcão. Os conhaques foram chegando um atrás do outro, não sei se porque eu pedi ou se o balconista achou que estava me ajudando. Mas eu não sabia como eu cheguei em casa.

– Pelo amor de Deus, levanta!

Milhões de alfinetes entraram na minha cabeça pelos meus ouvidos e quando tentei abrir os olhos, também foram atacados pelos alfinetes. Quem estava gritando?

– Brünhild Schäfer Luxes, WACH AUF! (Acorda!)

Augusto, era ele gritando. O que ele estava fazendo ali?

– Beatriz De-Lux Saldanha, pelo amor de Deus! E para de gritar!

– Quando você levantar, eu paro de gritar.

– Para que você quer tanto que eu levante? – Eu perguntei, pressionando os dedos nas têmporas.

– Seu celular não para de tocar e pela hora deve ser do escritório – ele falou com voz entediada.

– Hora? Que horas são? – Eu pulei da cama, ignorando a dor e procurando o celular.

Augusto estava encostado na porta, parecia recém tomado banho. Peguei o celular e conferi a hora, 8h02min.. Meu Deus, como eu tinha perdido a hora?

– Por que você deixou eu perder a hora? E o que você está fazendo aqui? – Eu perguntei, andando perdida pelo quarto.

– Eu acordei você duas vezes, em uma das vezes até te pus sentada – ele ria de mim. – Você sempre voltava a deitar. E, estou aqui porque o garçom do bar ontem me ligou, quando você ficou inconsciente.

– O que eu tenho que fazer?

Minha cabeça estava completamente confusa.

– Vai tomar banho, eu separo uma roupa para você.

Augusto separou uma saia lápis de cor grafite, blusinha de alça e um blaise que fazia conjunto com a saia. Me arrumei em menos de dez minutos. Liguei para Gabriela e a orientei nas primeiras funções do dia, também pedi que não dissesse nada aos sócios, que se perguntassem, diria que estava em outro departamento. Augusto me levou de moto até a empresa, foi bem trabalhoso subir, mas no fim foi uma ajuda e tanto.

Quando enfim cheguei a minha mesa, o relógio já marcava 8h42min., e minha cabeça latejava mais do que nunca.

– Bom dia, senhorita Saldanha! – Cumprimentou-me Gabriela.

– Bom dia, senhorita Antunes! – Eu me forcei a dizer, aquele dia não teria nada de bom. – Alguma novidade?

– Senhor Luís pediu que a senhorita fosse até a sala dele – disse Gabriela.

– Ok! Só ele chegou? – Eu queria muito saber qual seria a reação de Otávio e também a minha, ao ficarmos frente a frente.

– Todos já chegaram, mas somente o senhor Luís perguntou pela senhorita – Gabriela informou.

– Obrigada, senhorita Antunes, vou até a sala do senhor Luís, se algum dos outros sócios me procurar, diga que estou lá.

Quando entrei na sala de Luís quase caí para trás diante de tanta beleza. O La Grand mais novo estava usando roupas todas negras, com o cabelo perfeitamente alinhado, a barba recém feita e um incrível ar de dominação. Estava um perfeito assistente do diabo, querendo me levar a tentação. Mas Luís não fazia meu tipo, era bonzinho demais.

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