Assim é um coração despedaçado

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Como fui liberada pelo sr. La Grand, naquela manhã eu estava de folga. Acordei razoavelmente cedo, fui para a academia onde Augusto atendia seus clientes, desde tudo o que aconteceu com a gente, que eu sempre procurava por ele depois de qualquer mudança. E ele já sabia que algo tinha acontecido quando me viu correndo aquela manhã na esteira.

– Não me diz que você vai casar com os dois irmãos La Grands, eu nem tenho roupa para isso – ele disse, parando na minha frente.

– Casamento é uma instituição falida, – eu disse, ofegante – principalmente depois do que eu vi ontem.

Ele me olhou sem entender.

– Ontem eu fui até a casa dos La Grand, – eu diminui a velocidade da esteira para falar com mais facilidade – precisava entregar uns documentos que o Walter estava esperando. Eu estava lá esperando e a sra. La Grand aparece do nada, me convidou para jantar e deixou claro que sabia do meu caso com as pessoas da família. Eu fiquei super sem graça, mas nada se comparou a reação do Luís e do Walter.

Eu parei para fazer um suspense.

– Se você for me obrigar a te fazer falar, saiba que eu tenho ótimas técnicas de tortura – ele disse, nada feliz com a minha pausa.

– Tá. Então, eles ficaram com muita raiva pelo convite, eu nunca vi o Luís tão alterado. Eles disseram que era para me proteger, bom eu achei que a sra. La Grand ia me atacar, me culpar pelo fracasso do casamento dela, e etc, mas Gus, era muito pior do que eu podia imaginar.

Eu parei a esteira e olhei em volta, ninguém podia saber daquela história, me aproximei do meu amigo, por cima da esteira.

– Adelaide La Grand tem um amante e leva ele para dentro da casa, como se ela fosse totalmente solteira – eu disse em voz baixa.

– Santa Glória Groove, você só pode estar de sacanagem – Augusto tinha os olhos arregalados e a boca aberta.

– Não, ele sentou na mesa de jantar com todos nós e comeu como se não devesse nada a ninguém, Adelaide agia como se aquilo fosse normal – eu disse ainda de voz baixa.

– E você? E os outros? Qual foi a reação do Walter – Augusto ainda estava espantado.

– Todos estavam profundamente constrangidos, era até triste de ver, Walter estava com muita raiva, acho que nunca vi ele daquela forma – eu disse, desci da esteira e fiquei em pé ao lado de Augusto. – Tem mais.

Eu parei de falar quando alguém passou pela gente.

– Walter me levou até o escritório dele e me contou tudo – eu disse com a voz ainda mais baixa. – Ela faz isso de vingança, ele foi um canalha durante todo o casamento deles, e agora ela tortura ele, como ele próprio fez com ela.

– Adorei ela – Augusto agora ria debochado. – Eu sabia que essa família era doente, mas não a esse ponto. E aí?

– Eu falei para ele que ele estava colhendo nada mais do que plantou – eu disse – e ele me disse uma coisa que me fez pensar.

Agora estávamos andando.

– Eu espero que você não tenha amolecido – ele disse, sua cara era de preocupação.

– Ele me perguntou se não havia nada mundo que fosse o motivo do meu vício, algo tão forte que eu simplesmente não conseguia resistir, porque era assim que ele sentia, por mais que amasse a esposa, o sexo extraconjugal era o vício dele – eu disse, um pouco desolada.

– Você ficou com pena dele – Augusto constatou, exasperado. – Triz, ele jogou isso para cima de você para ganhar sua pena, para que você ficasse do lado dele e não do lado certo.

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