Família La Grand

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Acordei me sentindo leve, estava confortável a cama em que me encontrava e algo me dizia que não havia problema nenhum estar se sentindo assim. Abri os olhos e pisquei para me acostumar com a claridade que se infiltrava pelas cortinas, sabia antes mesmo de olhar, que mais uma vez eu havia dormido com Priscila. E sorri ao constatar esse fato.

Priscila estava ao meu lado, dormindo tranquilamente, parecia um delicado anjo repousando. Me levantei lentamente da cama, fui ao banheiro, usei um pouco de enxaguante bucal, lavei o rosto e voltei para o quarto. Ela ainda dormia, então resolvi ver o que tinha para comermos quando ela acordasse, e como esperado não tinha nada. Fiquei na dúvida entre ir à padaria ou pedir pelo aplicativo. Priscila dormia pesado, não parecia que ia acordar tão cedo, mas se eu saísse e ela acordasse, a guerra estaria declarada, e eu não estava afim de entrar numa batalha. Porém, no fim decidi ir até a padaria, era um bairro residencial, teria alguma por perto, mas antes de sair deixei um bilhete, caso ela acordasse antes de eu chegar.

Na portaria do prédio me informei, e a dois quarteirões havia um café, seria rápido no fim das contas. Eu não sabia o que Priscila gostava de comer de manhã. Então comprei um pouco de cada coisa: uma salada de frutas, tapioca de queijo branco, donuts, croissant, café e suco. Voltei ao apartamento e para minha surpresa Priscila continuava dormindo. Devo confessar que me senti um pouco aliviada, eu não queria que ela pensasse que eu tinha ido embora, que não dava valor ao que aconteceu, eu podia ser uma ninfomaníaca descontrolada, mas sabia muito bem respeitar o outro.

Preparei o balcão da minicozinha com tudo o que tinha comprado, e depois sentei aos pés da cama, meu objetivo era acordar a jovem La Grand, mas parei para observa-la dormindo. Era tão doce, tão suave, tão delicada, hipnotizante. Fiquei pensando em tudo o que aconteceu na noite anterior, a confiança que ela depositou em mim, para penetra-la pela primeira vez. Me senti grata e não queria trair essa confiança, eu não ia jurar amor eterno, porque isso era impossível, mas eu ia fazer o possível para que ela fosse feliz, que se encontrasse, que aceitasse quem ela era, Priscila já tinha trinta anos, e ainda mentia sobre a sua sexualidade, isso não era normal e nem saudável. Meu desafio era ajudar que ela enfrentasse o mundo pela sua própria felicidade.

Aos poucos vi ela despertando, ela virou de barriga para cima, e antes que abrisse os olhos, seu rosto ficou levemente rosado, ela devia estar relembrando a noite anterior, o que me fez sorrir, Priscila era adorável quando se comportava como uma lady.

Ela abriu os olhos, olhando para o teto, sua expressão ficou séria e olhou para o lado, vi ela começar a ficar com raiva e tive vontade de rir, era tão mimada aquela garota.

– Bom dia, senhorita La Grand! Café? – Saudei, segurando para não rir da expressão de surpresa no rosto dela.

– Achei que você tinha ido embora – ela disse com vergonha.

– Não poderia deixar você sozinha – eu disse, indo me deitar ao lado dela.

– Você já está vestida – ela reparou nas roupas que eu usava na noite anterior, e que eu tinha vestido para ir ao café.

– É, eu precisava providenciar alguma coisa para a gente comer – eu disse, olhando em seus olhos. – Dormiu bem?

Ela concordou com a cabeça, fechando os olhos aproveitando o carinho que eu fazia em seu rosto.

– Eu queria te agradecer por ontem – eu disse, toda a emoção que eu podia colocar naquelas palavras, eu o fiz. – Permitir que eu tirasse sua virgindade foi uma prova muito grande de confiança, e eu definitivamente, me sinto muito honrada com isso.

– Eu é quem tenho que agradecer – ela disse, seus olhos grandes, transmitiam toda emoção que estava sentindo. – Eu esperei por alguém que fosse ser gentil, que me trataria com carinho e respeito. Eu sei que não há sentimentos entre a gente, mas há admiração, e isso basta para que eu escolhesse você.

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