Relações beneficente

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Cheguei em casa depois daquela cena no escritório me sentindo um lixo. Eu sentia meu corpo pregar, e isso me enojava. Entrei no chuveiro, a água superquente lavava cada parte do meu corpo. Com a bucha eu esfregava a minha pele, tentava apagar do meu corpo e da minha memória as mãos e bocas que me tocaram naquela tarde.

Antes de me deitar definitivamente, mandei uma mensagem para Augusto dizendo que estava tudo bem, mas estava cansada e não poderia ligar para ele. Não era de todo mentira, mas Augusto me conhecia bem demais, ele saberia que havia algo errado só pelo 'alô'. E dar explicações sobre qualquer coisa, era a última coisa que eu queria naquele dia.

Felizmente eu não precisei de remédios para dormir, estava cansada o suficiente para apagar a noite inteira. Eu tive um sonho qualquer, que eu não me recordei quando acordei. Mas isso não era importante para mim.

O anúncio de um novo dia pelo toque do despertador, me fez desejar não ir ao escritório naquele dia. Mas não era a primeira vez que alguém me trataria como uma puta e não seria a última, e em todas as vezes eu deveria mostrar que eu tinha esse adjetivo apenas quando me convinha, não quando eles queriam.

Levantei, pus minha roupa de malhar, uma saia-short com um top e tênis, e corri para a academia. Fazia isso todas as manhãs, às 5h30 eu ia para a academia, voltava me arrumava para trabalhar, tomava meu café da manhã, e com uma folga considerável, eu ia para o trabalho. Nas últimas semanas essa rotina tem se tornado cada vez mais rara, o que me levava a crer que o meu mal desempenho nos afazeres do trabalho era por conta disso. Porque, enfim, misturar sexo e trabalho nunca poderia dar certo.

Durante o treino daquela manhã, eu pensei muito no que vinha acontecendo nas últimas semanas. Em como, de modo tão fácil, eu tenho me deixado levar pelas ocasiões de sexo perigoso. Eu nunca fui santa, mas também nunca misturei sexo e trabalho. Luís tinha razão, se eu não abrisse meu olho, dez anos se passaria e eu estaria no mesmo lugar, pois quando se faz o que eu estava fazendo, sentindo o prazer de fazer, o resto fica em segundo plano.

Algo precisaria mudar!

Cheguei no escritório faltando quinze minutos para às 8h, e minha decisão já estava tomada. Já havia transado com eles, já havia matado minha curiosidade, então esse era o fim. Estaria focada agora na minha carreira, eu tinha um ano naquele escritório, depois se eu não pudesse crescer naquela empresa, procuraria outra.

Eu estava bem envolvida com os meus afazeres, quando a porta do elevador se abre, revelando Walter, Otávio e Priscila. Não desviei em nenhum momento minha atenção do que eu estava fazendo. Os três pararam e sorrindo cumprimentaram Gabriela e depois se viraram para mim.

– Bom dia, senhorita Saldanha! Como foi a noite? – Otávio perguntou.

– Bom dia, senhores! Em instantes vocês estarão em posse dos últimos documentos – eu disse de forma impessoal, desviando da pergunta. – Senhorita, senhora Raquel quer falar com a senhorita com urgência.

Os três me olharam como se não entendesse nada e se dispersaram, cada um em sua sala.

Mandei que Gabriela fosse entregar os relatórios e contratos a cada um. O único motivo pelo qual eu fazia essas entregas, era a oportunidade de provocar a cada um, agora isso já não era mais importante.

Sem peso na consciência eu fui até o RH, deixando a presidência sob a assistência de Gabriela, o que deixaria os três furiosos, mas eu não me importei, o único motivos que eles queriam que eu ficasse ali era para poder me controlar. Trinta minutos eu voltei, bem tranquilamente.

– Senhor Otávio pediu que você fosse à sala dele – Gabriela falou assim que eu me sentei a mesa.

– Ele disse qual era o assunto? – Perguntei.

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