Priscila não era dessas moças que se satisfazia com um motel de beira de estrada, ao contrário de mim, que achava esses ambientes bem interessantes. Mas como o principal objetivo era agradar a ela, paramos em um hotel cinco estrelas, a pedido dela.
Este hotel impressionava por sua grandeza, alto e imponente, corta o céu da cidade. A recepção era grande, o balcão era de mogno e atenciosos recepcionistas esperavam para nos atender. Assim que pedimos o quarto e o recepcionista pediu que nos aguardássemos para prepara-lo, sentamos nas confortáveis poltronas do hall de entrada.
Ficamos as duas ali, lado a lado, Priscila parecia um pouco constrangida, podia entender sua inquietação baseando em tudo o que ela fazia longe do grande público. Sem que ela notasse fui aproximando minha mão da dela, que estava apoiada no assento do sofá. Rocei as pontas dos meus dedos levemente no dorso da mão dela, e como se tivesse levado um choque, retirou a mão. Seus olhos em mim eram grandes bolas azuis de pânico.
– O que foi? – Questionei, preocupada, imaginando se ela estaria arrependida de estar aqui comigo.
– Eu não faço isso em público – ela disse, sua voz era fria, mas ao mesmo tempo tinha um toque de medo. – O que as pessoas falariam se vissem a filha do grande Walter La Grand com uma outra mulher?
Eu nunca pensei assim, eu nunca tive medo que as pessoas me julgassem com baseado em quem eu transava, isso nunca foi realmente importante para mim.
– Tudo bem – eu disse, e cruzei as mãos no meu colo, e passei a observar o ambiente ao meu redor.
– Você não ficou chateada, ficou? – A voz infantil de Priscila me pegou desprevenida.
– Você tem o direito de se manter reservada, eu não tenho nada com isso – eu a acalmei.
– Queria que fosse diferente – ela se lamentou. – Eu queria ser mais como os meus amigos, fazer o que dá na cabeça, ficar com qualquer um, ou uma, sem medo do que vai sair nas manchetes de fofoca no dia seguinte. Uma coisa é o Otávio estar no centro de escândalos sexuais, outra sou eu estar lá. É uma sociedade de merda.
– Não se cobre por isso, um dia, quando você menos esperar, você vai ter a coragem necessária para não ligar para essas pessoas – eu sorri para ela e dei uma piscadinha.
– Senhoritas? – Um rapaz vestido, em um elegante terno bordo, parou em nossa frente. – O vosso quarto já está pronto.
Nos levantamos e o acompanhamos até os elevadores.
O único quarto que conseguimos naquele hotel, foi o quarto nupcial. Que impressionava nas suas cores neutras e sóbrias, elegância em cada detalhe. Assim que entramos demos de cara com uma sala de estar iluminada apenas por velas vermelhas, numa bancada de mármore ao fundo uma garrafa de champanhe esperava pela gente no balde de gelo. A esquerda, separada por uma porta grande de correr, estava uma grande cama de casal.
Deixei minha bolsa em uma das poltronas e me dirigi até o balde de gelo. Abri a garrafa de champanhe com destreza, servi as duas taças, pegando-as entreguei uma a Priscila que me olhava impressionada.
– Belo trabalho com o champanhe – Priscila elogiou.
– Só tenho um passado como barwoman – dei de ombros. – Um brinde.
– A que? – Ela perguntou.
– A coragem de sermos quem somos, sem medo de retaliação.
Priscila sorriu sem graça, mas brindou assim mesmo.
Sua boca fez uma curva sensual quando terminou de dar um gole no champanhe, isso reverberou direto no meu ventre. Me aproximei, envolvi meu braço livre em sua cintura e pousei minha mão pouco acima de sua bunda. Nossos rostos ficaram bem próximos, seus olhos azuis pareciam imãs a me puxar para si. Sua respiração acelerou e eu pude sentir sua excitação aumentar.
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Escolha de sucesso
Chick-LitBeatriz Saldanha não é a tipica mocinha dos romances de Hollywood. Talvez ela seja classificada como uma bela atriz porno. Mas a questão não é essa. Beatriz é uma mulher forte, destemida, determinada e que vai fazer grandes descobertas na sua vida...