O regresso

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No dia seguinte ao jantar, eu pedi que Gabriela assumisse meu lugar na parte da manhã, e assim eu podia dormir até mais tarde e recuperar a energia dispensada no evento. Pude me sentar e botar alguns assuntos em dia, assuntos que eu já estava adiando há algum tempo.

O primeiro era entrar em contato com o hacker amigo meu, para verificar o programa que os técnicos instalaram na empresa. Nada tirava da minha cabeça que algo naquele programa estava errado.

Depois li alguns artigos que havia separado, que tratava sobre administração de empresas. Precisava me manter atualizada no que o mercado oferecia de novo nesse ramo. Verifiquei minha lista de objetivos, e graças a armação das meninas eu estava adiantada nos meus prazos. Eu achava que só estaria em um cargo de confiança com quase oito meses de empresa, mas já estava indo para o segundo mês, e ocupava um alto cargo de confiança. Mas aquilo não me bastava, eu não tinha poder nenhum assessorando os sócios, eu devia ocupar um cargo que me exigisse organização, planejamento, liderança e tomadas de decisão.

Depois de passar no restaurante perto do meu apartamento para almoçar, cheguei no escritório às 13h, o trabalho estava começando a ficar tediante, e eu não tinha empolgação nenhuma de ir trabalhar. Não era desafiador como no início, quando cada dia era uma surpresa e eu tinha que me reinventar sempre, agora era mais como respirar, era automático, eu já sabia o que ia me esperar.

Foi nesse clima de desanimação que eu cheguei para mais um expediente.

– Boa tarde, senhorita Saldanha! – Gabriela me saudou assim eu saí do elevador.

– Boa tarde, Gabriela, quais são as novidades? – Eu cumprimentei, não dando importância para a animação dela.

– Nada de muito relevante, apenas o senhor Walter e o senhor Luís vieram trabalhar hoje. Consegui organizar todos os telefonemas, relatórios e contratos, deixei os mais importantes na sua mesa, os demais eu já arquivei.

– Muito obrigada, senhorita Antunes, agora já pode sair para o seu almoço.

Não me surpreendia que Walter tivesse vindo trabalhar, ele detestava ficar em casa. Mas Luís já estar na cidade e ter vindo trabalhar, era algo definitivamente surpreendente.

Pensar no Luís me fazia lembrar da fala de Walter na outra noite. Segundo o ele, o mais novo La Grand já participou de brincadeirinhas com o pai e os irmãos. O próprio Luís já tinha afirmado que não era tão inocente quanto eu acreditava. O que me deixava intrigada para descobrir quem era Luís La Grand.

Tentei tirar esses pensamentos da minha cabeça, era primordial que eu me concentrasse no meu trabalho e esquecesse esta família, se eu continuasse no ritmo que eu tinha assim que eu cheguei na empresa, logo, logo eu estaria em outro departamento exercendo um cargo de maior responsabilidade.

Não demorou muito para que as portas do elevador se abrissem e saíssem de lá Walter e Otávio. Era querer demais que o jovem La Grand não fosse trabalhar naquele dia, isso eu podia esperar de Priscila, não do Otávio.

– Senhorita Saldanha, que prazer em vê-la – Walter me saudou.

Otávio me olhou com fúria e seguiu para a sua sala. Sr. La Grand balançou a cabeça e tomou o rumo da própria sala. Continuei meu trabalho, Otávio não me assustava. Não demorou muito para que o outro jovem La Grand chegasse.

– Senhorita Saldanha, que alegria te reencontrar – Luís estava ali, na minha frente, com seu sorriso brilhante, fiquei impressionada o quanto eu tinha esquecido que ele era bonito. Mesmo sem saber quem ele era de verdade, eu me senti segura em tê-lo ali no escritório.

– Senhor Luís, que surpresa tê-lo tão cedo ao trabalho. Esperei que o senhor fosse demorar mais, e aproveitar para tirar o fim de semana de folga e aproveitar as belezas do Rio de Janeiro.

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