Ruptura

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ATENÇÃO: Toda parte tecnológica descrita nesse capítulo é pura criação da autora, nada é verdade. Não tentem isso em casa.

O galpão que Miguel marcou para encontrá-lo era na parte mais pobre da cidade, no fim de uma rua de oficinas. Dentro do carro eu olhava as ruas e me arrepiava as imagens que passavam ali, parecia uma zona de guerra, carcaças de carros, fogueiras em tambores e pessoas maltrapilhas em volta do fogo tentando se aquecer.

Parei de frente ao galpão, não havia ninguém por perto, os poucos maltrapilhos estavam longe, mesmo assim ainda esperei um tempo para ter certeza. Saí do carro e caminhei em passos hesitantes até a porta do galpão, estava uma noite fria.

– Aê, tia! – Uma criança, no início da sua adolescência, talvez com doze ou treze anos, me chamou. – Maneiro esse teu carro.

Ele olhava para o carro desejoso, tentava manter uma pose desafiadora, de quem roubaria o carro depois de me matar. Crianças.

– Cenzão se quando eu voltar ele estiver da mesma forma – eu disse. O carro era equipado com sistema de segurança que me faria localizá-lo em menos de cinco minutos, além do que sua parte mecânica não deixaria que ele ligasse, mas não custaria nada ajudar aquela pobre criança refém dessa sociedade capitalista e corrupta.

– Pó dexá – ele respondeu.

Cheguei na porta e me identifiquei: -... . .- - .-. .. --..Tive que aprender rapidamente código morse se eu quisesse me comunicar com Miguel. A porta se abriu em seguida, mas não vi ninguém, entrei.

– Olá! – Chamei no galpão a meia luz.

– Alguém te viu aqui? – Uma voz falou atrás de mim, me fazendo pular de susto.

Me virei e Miguel estava lá, me olhando com preocupação.

– Apenas um garoto – respondi.

– Que garoto? – Perguntou ele, correndo até a ilha central onde havia vários monitores. – Ah, é o Tiago.

Miguel, por ser um pirata da tecnologia não dava medo em ninguém. Tinha cabelos cacheados e desgrenhados, acho que tinha uma semana que ele não o lavava; usava óculos grandes, maiores que seu rosto comportava, parecia uma máscara; seu nariz era fino e arrebitado, e os lábios eram finos, mas muito bem desenhados. Ele era magrinho, passava mais tempo olhando as telas do computador do que se alimentando, e também não era muito alto, acho que devido a falta de exercício físicos. Sem muito efeito, Miguel era bem charmoso, quando o conheci eu dei para ele. Fazer o que? Ele me pareceu bem gostoso, hoje já não o vejo assim.

– Você já ouviu falar na Transportadora Paixão? – Miguel perguntou, tirando de dentro de um arquivo uma pasta fichário, com tantas páginas que parecia uma junção de cinco livros

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– Você já ouviu falar na Transportadora Paixão? – Miguel perguntou, tirando de dentro de um arquivo uma pasta fichário, com tantas páginas que parecia uma junção de cinco livros.

– Nos últimos meses tenho ouvido bastante esse nome, parece uma nova concorrente da La Grand's – respondi me aproximando da mesa que ele depositou a pasta. – Por que?

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