Quando enfim saí do escritório naquela noite de sexta-feira, já passava das 20h, eu não conseguia conter minha excitação só de lembrar, não por ter estado com dois homens, porque eu já estive com mais de três e não me senti daquele jeito, mas foi o fato de serem os meus chefes, isso fazia a situação se tornar muito mais prazerosa. E como eles eram bons de foda, eu estava descadeirada pela intensidade das estocadas, mas completamente saciada. Pela primeira vez eu queria repetir o feito, e isso era muito estranho para mim.
Eu não sei exatamente quando essa regra da não repetição apareceu na minha vida, mas eu lembro exatamente quando eu descobri que os homens só se importavam com o meu corpo. Eu tinha quinze anos e acreditava no beijo de amor verdadeiro, no príncipe encantado, eu achava que as princesinhas da Disney existiam de verdade, e que eu era uma delas. Eu estava "apaixonadinha" por um rapaz da minha escola, lindo, olhos verdes, cabelos amarelo ouro penteado de lado, mas que caia displicentemente na testa, fazendo ele jogá-lo para trás toda hora com um movimento da cabeça. Ele era o típico cara que os pais ficariam felizes que as filhas namorassem, destaque em todas as matérias, presidente do clube de debates, capitão do time de futebol e dono de um carisma irresistível, todos os adultos beijavam o chão que ele pisava.
Eu tive a felicidade de cair na graça dele, e não foi muito difícil se apaixonar por ele, meia dúzia de sorrisos, algumas palavras encantadoras, o número certo de olhares intensos e luxuriosos, e pronto eu já me considerava namorada dele. Era sempre fantástico as trocas de caricias atrás das arquibancadas da escola, ele dizia que não podia me beijar em lugares públicos porque as regras da escola não permitiam, e eu acreditava.
O lindo loiro de olhos verdes não precisou de muito tempo para me levar para a cama, e qual não foi a minha surpresa quando as palavras românticas sumiram, os olhares desejosos se tornaram de desprezo e sorrisos se tornaram uma careta forçada de simpatia. A gente ainda se via atrás das arquibancadas, mas somente quando ele queria e muito rápido. E foi Augusto que me abriu os olhos, ele me levou, sem falar nada até a sala que ficava na parte de cima do auditório e qual não foi minha surpresa ao ver meu "namorado" atracado com a maior puta da escola. Quando eu interrompi os dois, ela riu dizendo que eu era muito ingênua por acreditar que ele podendo ter todas, iria ter só uma. Já o perfeito loiro de olhos verdes disse que nunca tinha me prometido fidelidade, que ele era livre e se eu o quisesse, tinha que o aceitar daquela forma. Não preciso dizer que fiquei arrasada, pedi para mudar de escola, não queria mais viver. E foi meu pai que me deu o grande ensinamento, que levo até hoje, ele disse: "Homens amam possuir, mas detestam ser possuídos, e principalmente odeiam perder suas posses. Experimenta mostrar para ele que você pode ter quem quiser, e ele vai voltar como um cachorro abandonado para você".
E dentre todos os conselhos que meu pai me deu, entre profissão e vida pessoal, aquele foi o que de longe mais valeu a pena. Não foi difícil encontrar alguém que quisesse ficar comigo, foi um após o outro, nunca repetindo e sempre me divertindo. O tal garoto que partiu meu coração até voltou a me procurar, dizendo estar arrependido, que se descobriu apaixonado por mim e queria tentar um relacionamento sério, que iria falar com meu pai e tudo mais. Só que a vez dele tinha passado, eu descobri que meu coração não era para ser de uma pessoa só, mas um pedacinho para cada esquema.
E desde então, ficar com uma pessoa diferente a cada noite se tornou uma regra, com o passar dos anos foi se tornando divertido ver a cara dos homens e mulheres quando eu dizia que não iriamos repetir. Mas agora o jogo parecia ter mudado, eu só pensava em fazer de novo com os La Grand. Um de cada vez, depois os dois ao mesmo tempo, em ambientes diferentes do escritório, em horários diferentes, rapidinhas antes de alguma reunião, sempre correndo o risco de alguém nos pegar. Ah, aquilo estava me matando.
Passei o fim de semana dolorida, cada vez que eu sentava eu dava um sorrisinho. Nunca tive tanta vontade de voltar ao trabalho na segunda-feira, como eu estava dessa vez. Falei com Augusto apenas no domingo, em um almoço, e contei tudo o que aconteceu, não preciso nem contar o show que ele deu, "Você está jogando no lixo a sua carreira"; "Eles não vão te respeitar mais, e se alguém descobrir, também não vai". Ele tem razão, mas eu tenho que acreditar que uma coisa não tem nada a ver com a outra, e que quando chegar a hora, eu serei a escolha perfeita para ocupar um cargo de confiança.
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Escolha de sucesso
Genç Kız EdebiyatıBeatriz Saldanha não é a tipica mocinha dos romances de Hollywood. Talvez ela seja classificada como uma bela atriz porno. Mas a questão não é essa. Beatriz é uma mulher forte, destemida, determinada e que vai fazer grandes descobertas na sua vida...