Mês 1
A vida no trabalho estava incrível, o ambiente estava mais descontraído, aqui e ali ouvíamos risadas, e pasmem, nem sempre eram de Luís, acontecia com muita frequência de ser de Otávio e até de Priscila. O sistema de organização que eu implementei, funcionava muito bem, até mesmo Gabriela não se perdia em nada, e por muitas vezes assumia sozinha funções que eram minhas. Isso não me incomodava, pelo contrário, me deixava tranquila, eu iria sair dali, precisava de alguém que trabalhasse bem.
O que me incomodava realmente foi que, estranhamente, Luís se aproximou mais de Gabriela. Foi logo depois do almoço com o avô dele, e isso só queria dizer uma coisa: algo que aconteceu naquele almoço ou a repercussão dele, fez ele rever nosso relacionamento, se é que tínhamos algum. Na verdade, quando sentávamos para conversar, nas poucas vezes que só havia eu para atender seus chamados, nada tinha mudado, ele continuava gentil, educado, brincalhão, mas não perguntava sobre minha vida, sobre meus planos para o futuro e nem contava nada pessoal da parte dele. E por mais que eu tentasse me convencer que estava tudo bem, que era melhor assim, eu não podia deixar de me sentir um pouco mais triste.
O que estava melhor também era o encontro com os três La Grands, na verdade, dois, porque desde a noite do fatídico jantar, Walter e eu mantivemos apenas conversas profissionais, mas eu sabia que ele ainda me desejava, a olhada que ele me dava sempre que eu entrava na sala dele era a comprovação. Mas boas fodas somente com Otávio e Priscila.
Certo domingo, dia de um sol escaldante, eu decidi ir ao clube. Não foi surpresa nenhuma encontrar sr. La Grand lá, almoçando com os amigos. Eu passei por ele, sorrindo discreta e me sentei em uma mesa distante, sozinha. Ele me olhou por um tempo, e logo se levantou, se dirigiu à minha mesa, sem cerimônias. Vestido com bermuda jeans, camisa de linho e tênis, Walter não lembrava em nada o presidente da La Grand's Corporation.
– Senhorita Saldanha, que surpresa lhe encontrar por aqui – ele me saudou quando chegou à mesa.
– Senhor Walter, eu sabia que era um risco encontra-lo por aqui, mas preferi corre-lo – eu disse. – Não quer se sentar e me acompanhar em um drink?
– Adoraria – ele disse.
Eu pedi um cosmopolitan e Walter um whisky, conversamos bastante, era sempre muito agradável estar com ele. Acabamos por almoçar juntos, me preocupei com os amigos que ele havia abandonado e ele me jurou que eles nem dariam por falta dele.
– Não gostaria de fazer uma caminhada, senhorita? – Ele propôs. – O bosque é um ótimo lugar, agradavelmente fresco e protegido dos olhares curiosos deste clube.
Concordei. E iniciamos nossa caminhada tranquila, pela trilha no meio das árvores do bosque. Continuamos a conversar, nunca tocávamos em assuntos pessoais, mas sempre opinávamos sobre o que acontecia no trabalho. Walter me contava histórias da empresa de antes deu começar a trabalhar lá. Assim descobri que Liane e Otávio tiveram um breve relacionamento, o que despertou ainda mais a raiva dela na hora que ela foi demitida, ela acreditava que por causa desse relacionamento, ele a protegeria, coisa que Otávio não faria, pois nem lembrava que tinha transado com ela (o que eu achei meio escroto, mas fiquei quieta).
VOCÊ ESTÁ LENDO
Escolha de sucesso
ChickLitBeatriz Saldanha não é a tipica mocinha dos romances de Hollywood. Talvez ela seja classificada como uma bela atriz porno. Mas a questão não é essa. Beatriz é uma mulher forte, destemida, determinada e que vai fazer grandes descobertas na sua vida...