Capítulo 33

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Edgar

Cinco anos se passou, cada dia passava lentamente, eu ainda com sede de vingança, me fechei ainda mais para vida, aos poucos Manuela se apagava de minha mente, eu estava cada dia mais longe do meu grande amor, da minha vida, virei um homem amargurado, sem amor e totalmente trancado para a vida, me afastei de tudo, meus amigos, família, até dos meus empregados, deixei a casa onde passei os melhores momentos com Manuela e comprei uma outra, não suportava viver ali sem a sua doce presença, preferi ficar longe de todos, eu vivia enfurnado no FBI com Josi tentando ajudá-la a encontrar o maldito culpado.

Contudo a dois anos atrás eu estava perseguindo um informante de Analu, estava com ódio, só pensava na vingança, deixei a culpa, a raiva me invadi e não obedeci as ordem, segui dirigindo o carro e quando me dei conta estava em um hospital totalmente debilitado, sofri um acidente para nada, porque não pegamos novamente o culpado, eu havia fraturado a medula, fiz uma cirurgia complicada, a equipe do FBI me deu todo suporte, minha família não soube de nada, na verdade ninguém soube, mas Josi me tirou das investigações, eu fiquei arrasado, mas entendi que a culpa era minha. Com o tempo comecei a fazer fisioterapia, melhorei aos poucos, mas eu não conseguia mais evoluir, não era só o meu corpo que estava quebrado, a minha mente também estava, e quando percebi que eu não conseguiria mais, desisti até da minha própria vida. O tempo passou e Josi nunca mais me deu notícias, foi aí que decidi aceitar, e finalmente abandonei de vez, era muito ruim, eu não conseguia mais carregar esse peso, não conseguia mais me machucar, me frustrar com o "sempre quase" e "nunca a certeza".

Vânia minha governanta é a única pessoa que tenho de mais próxima desde então, nesse tempo ela que cuidou de mim, conversava comigo e era a única pessoa que eu tinha respeito ainda. Todos os fisioterapeutas que vieram depois da minha não evolução eu fazia questão de expulsá-los, e hoje haverá mais um, segundo a coordenação do curso na universidade era uma mulher, eu ri mentalmente por eles acharem que uma mulher seria capaz de me segurar, eu ainda era alto e forte, muitos especialistas falavam que eu estava curado, e que eu precisava me permiti, talvez até possa ser verdade, eu tenha acabado no comodismo, como disse eu havia desistido de viver, porque o buraco no meu peito era muito maior do que a vontade de andar novamente, principalmente por estar longe da única pessoa que valia a pena continuar vivendo.

Me virei para novamente despachar mais um profissional, diria que os serviços não seriam necessários, mas assim que a vi, assim que os meus olhos encontraram o dela, algo dentro de mim acendeu, ela estava tão linda, mais linda do que antes, era ela, a menina que levou meu coração, dona de toda a minha alma, Manuela a mulher que eu amava, que ainda amo, ela estava ali diante de mim.

Nesse momento sentia meu coração bater e fazia tanto tempo que eu não o sentia, esperança era o que eu sentia, mas como ela foi parar ali? Quando voltou? E porque Josi não me disse nada? Eu sabia que ela não podia está ali, não podia está perto de mim, mas já fazia tanto tempo, eu daria minha vida por ela, daria tudo para sentir seu cheiro, para abraçá-la, mas nem isso eu podia, porque dediquei esse tempo todo a permanecer nessa cadeira de rodas.

Manuela ficou parada um bom tempo me olhando, mas quando se deu conta do que via ela olhou para Vânia - Desculpa eu preciso ir embora, acho que foi um engano!

Aquela voz aquecia minha alma, meu corpo todo estremecia com aquela suave e doce voz - Manuela por favor espere! - digo.

Minha governanta me encarou tentando entender o que se passava, o que havia acontecido, afinal eu nunca fui delicado nas palavras, não depois que Manuela saiu da minha vida.

- Eu realmente preciso ir, vou informar a universidade para mandarem outra pessoa! - dizia ela a governanta.

Me doeu o quanto ela me ignorava, que queria distância, não se referia a mim, suspirei - Por favor Manuela! - implorei.

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