Capítulo 9

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Manuela

Após o café da manhã eu e Edgar passamos o dia juntos, ele me fez companhia, tomei os medicamentos que Otávio comprou e depois de um belo filme acabei pegando no sono.

A semana passou voando, eu fiquei melhor e Edgar voltou para o trabalho, também fui para universidade, conheci melhor Karen e Henrique, eles eram pessoas incríveis, eu me sentia muito bem quando estava com eles, até hoje ninguém sabe quem é realmente o meu marido, uma descrição que solicitei a diretora da universidade, então todos me tratavam normalmente, os professores inclusive mantinham sua descrição também.

Edgar estava cada dia mais natural comigo, não sei explicar, era como se estivéssemos realmente criando uma bela amizade, ele me contava suas frustrações no trabalho e eu falava tudo que acontecia na universidade, a gente ria e aquela sensação era muito boa, nossas noites dormindo no mesmo quarto passou de constrangedora para agradável, confesso que ainda me sinto intimidada, a gente dorme com lençóis separados, sempre um de costas pro outro, isso até me alivia um pouco, afinal encarar ele seria tão perigoso, seu olhar me penetrava de uma tal forma que se eu permitisse já havia me entregado a ele e eu sei que no momento que fizer isso seria apenas mais uma que ele teve em sua cama e não queria isso, fora que não queria também que minha virgindade fosse entregue dessa forma.

Um mês depois...

A mais ou menos três dias Edgar tem chegado tarde em casa e sai bem cedo, não nos encontramos, apesar de sempre me mandar mensagem avisando que vai chegar tarde, tenho passado esses dias todos em um tédio total, pois minha maior alegria era quando ele chegava cansado, mas ainda assim tinha tempo para uma boa conversa e sentia que toda a tensão do dia se esvaía o deixando mais leve, porém, não temos nos vistos e muito menos se falado direito por mensagem, apenas o básico, sinto que há algo errado, mas ainda não sei exatamente.

Estava na cozinha conversando com Joana e Otávio, já estava bem tarde, mas essa noite me peguei na conversa com os dois e perdemos a hora, eles tem sido a minha melhor companhia esses dias, ouço barulho de chaves vindo da sala, vejo um vulto e quando me viro para ver era Edgar, ele nem sequer nos cumprimentou, foi direto para o escritório.

- Hoje ele está pior que os outros dias! - diz Joana.

- Acho que vou falar com ele. - digo.

- Melhor não querida, ontem ele também chegou um pouco mais cedo e... - diz Otávio, mas ao olhar Joana que estava com uma cara o encarando ele não continua.

- O que tem? - perguntei curiosa.

- Bem...  - ele quer dizer, mas Joana o olha e depois a vejo suspirar.

- Desculpe querida, mas acho que ele deve está com problemas no trabalho, outro dia falou um pouco rude comigo, mas sei que não fez por mal, algo o incomodava! - Joana finalmente diz o que Otávio queria dizer.

- Ele fez isso? Não está certo Joana, ele não pode, nem que tenha problemas, isso não lhe dá o direito de tratar as pessoas como se não fossem nada! Eu vou falar com ele. - falei bem irritada, pois Edgar não podia tratar ninguém de forma rude.

- Não querida, por favor! Sei que ele não fez por mal. - diz Joana.

- Ele pediu desculpas? - perguntei.

- Não, mas... - eu a interrompo - Então irei falar com ele! - digo já me levantando e indo em direção ao escritório.

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