Cap. 4

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Cassian

Minha esposa dormia no meu peito enquanto eu a admirava. As vezes ela tinha pesadelos tão profundos que eu sentia o quarto sendo envolvido por chamas, chamas da morte.

Eu quase morri na guerra. Tive as asas em frangalhos e meu corpo perfurado. Se Mor não tivesse chegado a tempo, eu já não estaria mais aqui. Feyre juntamente de Madja ajudaram a mim e meu irmão. O sangue da minha Grã Senhora ajudou quanto o veneno, mas minhas asas...

Eu precisei ficar bons meses de cama, tipo um seis. Elas tiveram que ser totalmente reconstruídas. Madja realmente faz milagres. Assim como nas visões de Elain, tudo acabava com uma aberração. A mãe cantou para o nosso lado.

Lilith e Noor, nossas salvadoras. Azriel havia contado que tinha encontrado Lilith acorrentada em um dos navios, aquele mesmo navio que fui encurralado por cinco feiticeiros. Ele fez um acordo com a fêmea, se ela mudasse de lado, ela seria livre, o que era tudo que ela precisava, em troca receberia algo que pudesse matar quem quisesse.

Ela teve que atuar e matou alguns dos nossos. Quando Noor surgiu segurando a Ataraxia e a Reveladora da Verdade, a mesma que soltou ela, Lilith reconheceu a arma e entendeu quem era Noor. O ódio de vingança de Lilith foi tão forte, que desencadeou poderes três vezes mais forte, mesmo que a mesma estivesse fraca.

Noor a ajudou, através das luzes, entregou um pouco de forças juntamente com a Ataraxia. Lilith assassinou cada um que a tocou, assim como seus generais. Os soldados que sobraram, teletransportaram para suas terras.

A mãe das gêmeas, sofreu tanto quanto Nestha. Assim como minha esposa sentiu que eu estava morrendo, Noor sentiu o mesmo com seu parceiro. Eu me lembro muito bem do grito que Noor deu no campo de batalha, grito esse que atraiu todas as bestas em sua direção.

A mãe a abençoou e ela se transformou em besta, em um lobo de quatro metros de altura, uivando para o sol enquanto as bestas de Rask se curvaram em frente dela. Noor se descontrolou e aqueles que ela não rasgava a garganta com suas garras, suas luzes queimavam, fazendo o resto do trabalho.

Só a mãe sabe o quanto a pirralha sofreu. A barganha dos dois foi descoberta depois da guerra, Amren não deixou de chama-la de burra, assim como fez com Fey e Rhys anos atrás, quando os mesmos fizeram coisa do tipo.

Eu olhava além das montanhas eu parecia poder enxergar o acampamento illyriano. Minha mulher, esposa e parceira, treinadora das fêmeas illyrianas, tendo Gwyn como sua ajudante. Eu tinha orgulho dela mais do que meus pulmões poderiam estufar.

Vincenzo era um guerreiro temido por todos, inclusive por Devlon, mas apesar disso, foi desprezado no começo por ser filho de um bastardo e de uma "bruxa", mas ele devolvia na mesma moeda. Assim como Nyx e Ethan, ambos começaram a treinar ainda crianças, o que os deixou mais fortes.

Meu filho tinha o meu humor, mas facilmente poderia ser frio e inexpressivo como a mãe. Ele parece muito comigo, assim como eram eu, Azriel e Rhysand, agora eram Ethan, Vincenzo e Nyx.

Paz. Uma palavra quase que impossível para um guerreiro, que sempre estava em guerra, se não com os outros, lutava uma guerra interna, e eu tinha as minhas. Era difícil lidar com o fato de que eu carregava mortes nas minhas costas. Era algo que nunca consegui me livrar.

   - Já está acordado? - Nestha murmurou contra a minha pele, acariciei seus cabelos.

   - O que você acha? - perguntei brincalhão e ela me fuzilou com os olhos.

   - No que está pensando? - perguntou e eu respirei fundo.

   - Em tudo, e em nada também. - murmurei encarando um ponto fixo da montanha a nossa frente.

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