Fixy
Minha cabeça doía quando abri os olhos, não fazia idéia de quanto tempo fiquei desacordada. Eu estava sentada em um tipo de sela feito de pedra. O lugar era frio e sombrio. Tentei iluminar a sela com as minhas luzes porém foi em vão. Olhei para as minhas mãos, ambas acorrentadas. Mas não era qualquer corrente, eram correntes feericas.
Impediam que eu usasse meus poderes, e se eu tentasse, elas os drenava. Bufei de ódio ao lembrar o que tinha acontecido. Azriel viu eu e minha irmã, ele a protegeu, eu ataquei e depois tentei atacar minha mãe.
Porra Fixy, podia ter sido mais inteligente.
Minha mente grita comigo mesma, apenas ignoro. Grades espaçadas feitas de ossos que vão do chão ao teto me mostram duas pessoas. Engulo seco ao encontrar um par de olhos violetas me fuzilando com eles, Rhysand.
Ao seu lado, de costas, está meu pai. Um arrepio passa pela minha espinha ao ver que ele está afiando a lâmina da Reveladora da Verdade. Não, ele não teria coragem de fazer isso comigo. Eu era sua filha.
- Da mesma forma que você esqueceu que meu irmão é seu pai quando tentou ataca-lo, ele esquecerá que você é filha dele caso não colabore conosco. - a voz de Rhysand soa firme e letal como um veneno, a verdeira voz do Grão Senhor.
Lembro de fechar minha mente com escudos, mas algo impede e grito de dor, ao sentir garras na minha mente.
- Pai! Pai! Faz alguma coisa! - grito na esperança dele me ajudar, mas ao invés disso ouço uma gargalhada sem humor algum.
- Agora me trata como pai? - ele pergunta dando ênfase na última palavra.
Seus olhos avelã brilhavam na escuridão, o mesmo acontecia com os olhos violetas. Meu estômago se revira ao ver que as sombras de Azriel sobem pelas minhas pernas, me arranhando.
- Eu sinto muito, eu perdi o controle, eu na...
- Não. - Rhysand exclama e o encaro. - Você não sente muito, Fixy. - ele abaixa a cabeça e se aproxima da cela.
Rhysand olha para meu pai, que gira a adaga enquanto encarava o chão, incapaz de me olhar.
- Eu descobri muitas coisas a seu respeito Fixy, e estou surpreso por nunca ter ligado os pontos antes. - sua voz faz com que eu estremeça, mas ergo o queixo, meus jogos não irão funcionar com eles, então não tem porque fingir.
- Seja lá o que tenha descoberto, não é motivo para me prender ou me tratar como prisioneira! Eu exijo minha mãe! - exclamo gritando e um sorriso cruel surge em seus lábios.
- O que acha que eu descobri Fixy? - ele perguntou calmo enquanto andava de um lado para o outro lentamente.
- Sobre suas espionagens nas outras Cortes? Sobre o que fez com Ethan, Vincenzo e com meu filho? - ele pergunta e eu arregalo os olhos. Nunca me senti daquele jeito, exposta.
- Sabe Fixy, eu pensava que conhecia você. O que mais me surpreende dessa história toda, é o quão podre você é. - ele cospe as palavras enquanto faz uma careta e olha para meu pai.
- O que você sabe? - perguntei com a voz trêmula e ele sorriu mais ainda, um sorriso que poderia ser letal.
- Tudo. Eu vasculhei cada centímetro da sua mente. Como você teve coragem Fixy? Como? - ele pergunta incrédulo e eu grito de volta.
- Não sei do que está falando. - respondo e ele ri com escárnio e desgosto.
- Grã Rainha de Prythian, hm? - ele pergunta e eu arregalo os olhos. Ftily. Ela contou.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Com Amor, Círculo Íntimo
Fantasy*Continuação de "Com Amor, Azriel" com a narração de vários personagens* O pós guerra deixou muitas cicatrizes e traumas no Circulo Íntimo, após alguns deles terem tido a experiência de quase morte. Esse livro continuará suas histórias, contada por...