Fixy
Vesti meus couros illyrianos e fui até o ringue da casa. Posicionei meu corpo e minha guarda. Criei quatro alvos feitos de luzes, sorri maliciosamente e comecei a socar cada um deles. Conforme os alvos iam se quebrando, novos cresciam no lugar.
O treinamento illyriano era fraco em comparação ao treino que eu queria. Manipulei as luzes para que me pegassem desprevenida. Lâminas brancas saiam de dentro dos alvos nas mais diferentes alturas. Precisava pular, me agachar, ir para os lados e desviar, conforme eu quebrava os alvos.
O sangue começou a escorrer por conta de cortes no meu ombro, rosto e barriga. Não me importei com a ardência, apenas em quebrar todos os malditos alvos antes que se regenerassem. Faltava só mais dois alvos, quebrei um deles e dei um mortal para trás, uma lâmina passou embaixo da minha cabeça no ar, alguns centímetros a menos e eu poderia ter sido morta pelos meus próprios poderes.
Assim que quebrei o último alvo, sorri e assoprei uma mecha de cabelo que tinha caído em meu rosto. Apoiei minhas mãos na cintura e olhei para o céu, sorri ao ver o sol encima de mim. Fechei os olhos e dei uma carambota no ar, desviando da Reveladora da Verdade.
O emaranhado de sombras se desfez, revelando meu pai. Sorri provocando e ele partiu para cima de mim. Criei uma adaga de lâmina afiada, como uma foice, feita de raios de sol. Começamos a lutar corpo a corpo. Azriel investia com a Reveladora da Verdade e eu com a Matadora de Sombras, nome da minha adaga.
Ele acertou um chute no meu estômago. Cambaleei para trás, deixando minha guarda abaixada, ele se aproveitou disso assim como eu previ. Pulei para o lado girando a Matadora de Sombras pelo seu pescoço, fazendo um corte superficial. Ele parou e tocou o próprio pescoço, viu sangue e rosnou.
Ele me envolveu num casulo de sombras e com a Matadora, comecei a rasgar. Cada rasgo, luzes saiam de dentro do casulo. Ao me liberar totalmente, enviei mini lâminas nas laterais dos braços de meu pai, fazendo cortes leves, mas assim como eu, ele sabia que eu poderia mata-lo se eu quisesse.
- Você está mais forte. - ele disse analisando os machucados que começavam a se curar, sorri irônica.
- Aprendi com o melhor. - respondi e corri até ele. Azriel abriu os braços e eu ri, golpeando e o prendendo no chão.
- Porra Fixy, eu só queria um abraço da minha filha. - ele resmugou e eu ri. O soltei e o abracei com força.
- Senti sua falta. - murmurei contra o couro da sua roupa. Azriel fez cafuné nos meus cabelos.
- Eu também senti. - ele respondeu depositando um beijo no topo da minha cabeça.
- Onde está a mamãe? - perguntei me afastando e o olhando nos olhos.
- Com Nestha, Cassian e sua irmã. Ftily usou os poderes e ficou fraca. - falou com uma voz preocupado e eu revirei os olhos.
- Ela só quer atenção. - respondi e ele me olhou sério.
- Você sabe que sua irmã tem dificuldades com os próprios poderes Fixy. - ele me repreendeu e eu dei de ombros.
- Problema não é meu, tivemos o mesmo treinamento com Amren, se ela não aprende, é porque não quer. - respondi e ele fechou a cara.
- Você como a irmã mais velha, deveria ajudá-la. - disse amaciando a voz e eu bufei, prendendo os cabelos.
- Não devo nada a ela. Não tenho culpa se ela é fraca. - respondi e fui surpreendida com as mãos de meu pai segurando meu pescoço com força, arregalei os olhos.
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Com Amor, Círculo Íntimo
Fantasy*Continuação de "Com Amor, Azriel" com a narração de vários personagens* O pós guerra deixou muitas cicatrizes e traumas no Circulo Íntimo, após alguns deles terem tido a experiência de quase morte. Esse livro continuará suas histórias, contada por...