Cap. 6

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Azriel

Eu nunca estive tão feliz em toda a minha vida. Minha parceira havia engravidado e descoberto no meio do campo de batalha. Eu quase morri se não fosse por Madja e Helion. Eu senti o laço rasgar, um mísero ponto ainda nos ligava.

Mas então lá estava eu, belos dias me recuperando, abrindo os olhos e vendo aquele rosto feito pela mãe, os olhos marejados e suas mãos sob a barriga. Eu soube, naquele exato momento, o que significava. Fomos abençoados com filhos, mas como se não fosse o suficiente, tivemos gêmeas.

Fixy e Ftily, as donas das sombras e luzes, minha princesas, meus maiores orgulhos. Após o nascimento delas, decidimos que seria melhor que nos mudassemos. Continuamos em Velaris, porém mais afastado da cidade.

Com o salário que eu havia juntado durante séculos, compramos uma casa no alto de uma colina. Tinhamos um campo privado, e no verão de Velaris, era possível ver a grama. Noor e as meninas viravam horas correndo e brincando ali.

Após alguns anos de treinamento comigo e com Cassian, minha esposa se juntou comigo no cargo de Mestres Espiões. Ela consegue fazer o mesmo que eu, só que com as luzes. O dom que ganhou dos Kazacks, de poder ver além dos olhos dela, foram cruciais para conseguirmos certas informações.

As meninas cresceram rápido de mais, se parecem como Feyre quando ainda era humana, porém ainda são crianças. 165 anos, tão novas, mas tão corajosas. Fixy foi enviada para o Refúgio dos Ventos cedo, Ftily não quis ir, tinha medo.

Ftily se parece muito comigo, quieta, não fala muito, mas possui o olhar e o sorriso de sua mãe. Algo em seu nascimento a afetou, percebi isso enquanto crescia. Fixy puxou meu lado guerreiro e a falação de sua mãe. Amo as duas igualmente, mas segundo Amren, Ftily se prende na própria mente, é como se de alguma forma ela sugasse os traumas dos outros para si.

Apesar disso, a fêmea disse que ela progrediu durante as décadas. Ftily passou muito tempo de sua vida com Amren, Elis e Varian. Por termos um trabalho perigoso, eu e Noor ficavamos meses as vezes, fora. Fixy aprendera a atravessar, sempre que conseguia vinha nos ver. Ftily consegue a poucas distâncias.

Minha vida com Noor não é perfeita, mas contanto que esteja ao meu lado, ela me rouba um sorriso fácil, a única além das minhas meninas que conseguem esse feito. Após a queda das estrelas, como tradição, eu, Cassian e Rhys, costumamos voar para as colinas, guerreamos com neve e depois passamos um tempo na sauna.

Da primeira vez que fomos, Noor quis vir, e durante esse tempo, ela tentara se transformar na besta interior. Tentou durante 28 anos até conseguir novamente após a guerra. Ela argumentou dizendo que precisava dominar sua besta caso um dia fosse necessário, e eu pedia a mãe que não.

   - Vocês fazem falta. - Nestha comentou enquanto abraçava minha parceira.

   - Vocês também, sinto falta das provocações de Cassian. - respondi e ele sorriu maliciosamente olhando para a fêmea. Noor me cutucou com um sorriso malicioso. - Aqui não, por favor.

   - Podemos conversar sobre isso em outro lugar. - Cassian disse com o sorriso provocativo de sempre, gargalhei de nervoso ao imaginar o que me esperava.

   - Me contem, qual das duas dá mais trabalho? - Nestha perguntou e Noor balançou a cabeça.

   - Definitivamente Fixy. - respondeu e eu arqueei a sobrancelha.

   - Diz isso porque ela fala demais, e isso querida, ela puxou de você. - retruquei fazendo a mesma abrir a boca e franzir a testa.

   - Vincenzo é que nem o pai. - Nestha confessa pendendo a cabeça para trás, apoiando no estufado do sofá.

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