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Estou sentindo que...estou bêbada. Não a ponto de cair de cara no chão, de não me manter de pé, chorar por algo chulo ou rir demais, mas meus movimentos estão mais lentos.

Sentir o braço do Isac sobre meu ombro, me aproximei mais dele, ficamos abraçados, minha cabeça apoiada no ombro dele, sua mão pendendo do meu ombro, entrelacei meu dedos nos deles.

- Eu acho que estou um pouco bêbada.

- Então paramos por aqui? - balancei a cabeça confirmando, depois negando - Por enquanto, então?

- Sim. É que faz tempo desde que tomei algo com álcool, fora vinho no jantar semana passada na casa dos meus pais. - levantei a cabeça um pouco para o lado, o olhando e ele estava me encarando. Sentir minhas bochechas queimarem.

Ele é o Isac chato e mimado que implicava demais comigo, filho da tia Luiza que é minha chefe, irmão dos meus amigos Mia e Miguel. E eu estou aqui prestes a beija-lo. Prestes a ser beijada por ele.

Passei a língua entre os lábios, ele olhou. Me aproximei mais. Acho que...ele está sofrendo do mesmo dilema que eu, beijar ou não! Me virei de frente para ele, sem soltar sua mão, passando minha outra cintura, costas.

Meu corpo todo está dormente.

Nos beijamos. Foi suave e gostoso. Uma pressão de lábios. Nos afastamos o suficiente para um olhar para o outro. Céus, o que eu vi nos seus olhos. O puxei para mais um beijo é esse diferente do outro, foi mais...me agarrei a ele retribuindo o beijo como se eu fosse morrer agora, se não fizesse. Paramos só para respirar melhor. Apoiei a testa em seu peito ofegante. Ele beijou meus cabelos.

Não tem como eu contar isso a Mia, não por agora. O que eu iria contar?

"Beijei seu irmão e gostei muito."

Não.

O Miguel, se ele descobrir vai contar pra todo mundo. Pior, vai ficar me infernizando.

Uma música antiga e agitada começou. Dançar é uma boa ideia.

- Vamos dançar. - falei lhe olhando.

Ele é bonito. Esses olhos, essa boca que acabei de beijar e vendo-a agora... me aproximei dele lhe beijando de novo. Antes de fazer uma besteira, o puxei para juntos das outras pessoas dançando.

Todo mundo dançando, Raul veio até mim sorrindo.

- Tô indo. - disse alto no meu ouvido. - Com ela. - apontou para uma garota um pouco mais afastada.

- Eu vou ficar bem. Pode ir.

- Tem certeza? - olhou para atrás de mim.

- Sim.

Raul foi embora. Olhei em volta e quase todo mundo do alojamento, estão com alguém ou já foram embora. Voltei minha atenção para o Isac que estava conversando com o amigo dele, na verdade não sei quem é.

Ele deixou o amigo de lado, me entregou uma garrafa de água. Tomei um gole lhe entregando de volta, ele perguntou se eu queria alguma coisa. Disse que não. Ficamos dançando um pouco, quando a música era mais agitada dançávamos perto, quando não era, também perto. A cabeça encostada no seu peito, suas mãos na minha cintura, minhas mãos por toda parte nele, onde posso tocar já que estou de costas para ele. Isac beija meu pescoço. Estamos praticamente colados. Meu corpo todo está quente sentindo o dele. Virei o rosto para o lado, ele se inclinou, nos beijamos. Me virei de frente para ele, para facilitar o beijo que cada vez ficava melhor e mais urgente, me agarrei a ele lhe apertando. Segurei sua cabeça entre as mãos.

- Seu apartamento é muito longe daqui? - perguntei no seu ouvido. A música ficou mais baixa.

Isac me olhou nos olhos, depois por cima de mim, como se estivesse à procura de alguém.

- Na verdade é bem perto. Mordeu o lábio depois sorriu.

É muita loucura. Quando que me atirei assim para alguém? Nunca tenho coragem ou me sinto confortável.

No ringue com o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora