No ringue com o amor

quinze

Hope campbell

As crianças está agitadas hoje, e chove bastante. Tem algumas goteiras bem no meio da sala. Quando que vamos arrumar isso mesmo?

— Tia?  - Aurora a mais nova da turma me chamou.

— Oi meu amor. - me abaixei para ficar mais ou menos da mesma altura que ela.

— Eu não tenho um parceiro.

Um parceiro?

— Para que?

— A peça. Não tenho um parceiro para ensaio. O Pedrinho não veio hoje.

Sim, ele não vaio por que esta doentinho.

— Quer que eu te ajude com isso?

— Não. Você não é menino.

Rir.

— Não sou um menino. Ouvir um amém?

— O que?

Rir mais ainda.

Amém por eu não ter nascido menino, imagino que eu não seria diferente de tantos outros.

— Não sou um menino, mas eu posso fazer tudo que um faz, ainda melhor. - ela pareceu pensar sobre.  - Posso te ajudar com os ensaios enquanto Pedrinho fica melhor, o que acha?

— Sim.  - Sorriu.

A agitação das crianças não pararam, pelo contrário ficaram ainda mais agitadas com os trovões e relâmpagos. Deram um certo trabalho hoje. Mas no final do dia elas estavam mais tranquilas para voltarem para casa.

Ainda chovia um pouco quando avistei Raul do lado de fora da escola.

— Vou ficar Mal acostumada de você sempre vem me buscar. — Ele estendeu o braço para me puxar para debaixo do guarda chuva.

— Estava aqui por perto.

Duvido muito. Ele grudou em mim mesmo e eu gosto muito dele, me faz lembrar meus irmãos e ter alguém pra contar pra tudo, é muito bom.

— Quer tomar um café antes de irmos para casa?  - perguntei o olhando.

— Seria ótimo. Não estou afim mesmo de ajudar Lucrécia com o jantar. - riu.

Sabia que ele não estaria por perto, ele só estava arrumando uma desculpa para não ajudar Lucrécia com o jantar, cá entre nós, ela é muito muito mandona.

Fomos numa cafeteria, nos sentamos o mais afastado possível da rua, já que a chuva tinha aumentado. Cada um fez o pedido de café e algo para acompanhar.

— O que o Henry queria naquele dia?

Tinha esquecido que o tinha encontrado e ele fez a idiotice de dizer, que me queria de volta.

— Eu devia está muito cega pra ter tido algo com ele.

— Ele é gente boa.