vinte e três

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Hope…

Me despedir da minha mãe ao telefone assim que cheguei no alojamento, com a com as compras da semana.

— Você me parece um pouco fechada. — Meu amigo falou ao me ajudar a desembalar as compras.

— Não. Quer dizer... — Me encostei no balcão da cozinha — Só que essa semana está complicada.

— As pessoas estão pegando pesado com você, não é?

— Pois é. Mas faz parte. — dei de ombros.

— Sinto muito por isso.

— Você não tem culpa, mas obrigada pela preocupação. Você é ótima pessoa sabia?

— Eu? Imagina só estou fazendo o papel de ÓTIMA PESSOA! — rimos.

Terminamos de organizar as compras e assim que saímos da cozinha trombamos, eu especificamente, com Lucrécia que me olhou com cara feia.

— Até quando vai ficar com isso?

— Eu não falei nada garota.

— Não me chame de garota. Meu nome é Hope. — Lucrécia me olha de cima baixo e seguiu o caminho para a cozinha.

— Deixa isso para lá! — Raul falou me puxando pela cintura.

— Já estou de saco cheio de verdade. Paciência tem limites.

— Paciência tem limites? A nossa com você já estar acabando sua Patricinha mimada. — Gabi falou parando bem na minha frente.

— É melhor você sair da minha frente antes que eu arrebente isso que você chama de cara. — Ela riu. Avancei para cima dela, mas Raul me segurou me puxando para trás.

— Calma não vale a pena.

— Ela só faz isso, porque o aviso da dona da ONG foi só para mim. “Tente conter seus impulsos”. Com essa aí pode colocar colocar fogo na gente e ainda recebe uma medalha de honra.

— Já está falando merda hein Gabielle.

— Agora verdades tem outro nome?

— Vocês podem falar o que quiserem, mas não podem anular o meu trabalho.

— Não? — Gabi cruzou os braços.

— Já chega! Você cala a boca! — Raul falou apontando o dedo para Gabi, no segundo seguinte, me jogou sobre o ombro me tirando dali.

Essas acusações infundadas estão me tirando do sério, essa foi a segunda discussão que eu tive com Gabrielle só hoje.

Raul só me colocou no chão quando estávamos praticamente no final da rua.

— Da para me colocar no chão?. — Assim ele fez. Passei a mão na minha blusa tirando o amarrotado. — Você concorda com isso?

— Claro que não. Eu te conheço e conheço as normas da ONG, sei que ninguém aqui é melhor do que ninguém. É só não levar ao pé da letra, só estão com ciúmes de você está tendo contato direto com a dona Luiza. Não se preocupe eles vão esquecer.

Isac….

Registei uma ligação da Lizandra ainda em cima da moto, estou parado de frente ao ginásio de boxe a um tempo, tô com a cabeça cheia depois do almoço com minha mãe e a loirinha. Ela parece está me odiando mais do que o normal.

— O que foi? — Victor perguntou parado ao meu lado, não notei sua aproximação. — Não vai entrar?

— Cara, tô fudido. — ele olhou por sob o ombro, para o ginásio.

— A palestra vai começar daqui a pouco, mas acho que temos um tempo antes pra conversamos. — esfreguei o rosto olhando para o meu amigo.

— Tenho que terminar com a Lizandra.

— Ah… — ele olhou novamente para o ginásio. —  Pensei que estivessem se dando bem. Ela parece gostar de você.

— Estamos. Nos damos bem, temos bastante coisas em comum e eu gosto... de estar com ela.

— Mas?

Balancei a cabeça.

— Não é ela.

— O que? — balancei a cabeça de novo.

— Meus pais me falaram algumas vezes, que quando a gente encontra aquela pessoa que seja o amor da nossa vida, temos que agarrar e não deixar escapar.

— E a Liz não é essa pessoa.

— Poderia ser, em outro momento e se eu nunca tivesse...

— por que não vai pra casa, te dou cobertura para o treinador, essa palestra obrigatória, mas não quer dizer que seja algo está ordinário.

Fiz o que meu amigo falou, mas não fui para casa, não meu apartamento. Estou parado de frente ao alojamento da ONG da minha mãe, onde Hope mora. Não sei o que me deu de bom para aqui, mas já estou a uns bons quinze minutos.

Ouvir sua voz, ela está falando ao telefone com alguém. Sentou-se nos degraus, mexendo com a ponta do pé no chão.

— Não sei o que ela te falou mas… — ela se calou ouvindo o que a outra pessoa fala — Meu Deus Dom! Fale pra sua namorada que ela tá com muita coisa na cabeça e pare de acreditar… — bufou — Tá! Mas não tem cara nenhum. Nenhum mesmo. Estou passando por um momento ruim aqui no… — ficou calada, ficou de pé passando as mãos nos cabelos — Não é nada com a Gabi, quer dizer ela também, mas nada que eu não possa lidar.

A conversa se seguiu e continuei onde estou, não sei como ela ainda não me notou e como não fui embora.

— O que? — praticamente gritou. — O que tem o Isac a ver com essa história?

O assunto é comigo agora? Fiquei mais interessado.

— Não é possível que com essa distância toda, ainda consigam se meterem na minha vida. Não, Dom! Isso não te dar o direito de… — bufou — Quer saber, vou desligar. Não é que não aguento ouvir a verdade, é que essa não é a verdade. Dom, não vou admitir nada. Não…

E ela finalizou a ligação resmungando enquanto digita furiosamente no celular. Rir com a cena.

Rejeitei mais uma vez uma ligação da Lizandra, enquanto clique na notificação da mensagem da minha irmã.

— Essa semana que vem, apareço por aí com pessoal do ballet. — Sorri para a mensagem, logo respondi: você não vive sem mim.

Tirei os sapatos e jaqueta. Passei na cozinha pegando uma cerveja. Assim que abri a porta do meu quarto, dei de cara com Lizandra na minha cama, vestindo apenas uma camisa minha.

— Oi gatinho. — ela falou engatinhando na cama, descendo dela e vindo até mim.

— O que está fazendo aqui?

— Nossa! — ela recuou — estou aqui toda afim e é assim recepção que tenho?

— Me desculpa, mas eu não pensei que você estaria aqui.

— Estou aqui faz um tempo, a gente tinha combinado de ficarmos juntos hoje depois da palestra, então dei um jeito de não aparecer na palestra só para passar mais tempo com você.

— Me desculpe, eu fui almoçar com minha mãe e…

— falando nela, quando vou conhecer? Aproveita que ela vai passar esse tempo aqui e nos apresenta, amor.

E a situação saiu do controle, e quando dei por mim já estávamos sem roupas e ofegantes. Liz dormindo enlaçada em mim e na minha cabeça só se passava uma coisa: como sou um idiota.

Em parceria com a edrianamaria

No ringue com o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora