vinte e um

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Luiza Oliveira

Não lembro a última vez que vim para o México, só venho quando é estritamente necessário. Sendo assim minha vinda até a Cidade do México é necessária. Tenho várias coisas para resolver aqui da ONG e com certeza um bônus disso, ver o meu filho. Após deixar as coisas no quarto de hotel, peguei minha bolsa, pegando um táxi em direção à academia onde meu caçulinha treina. Não foi difícil de achar-lo, nem precisei perguntar por ele, logo o avistei no ringue de treinamento.

— Isac visita para você! — um dos amigos dele disse a pedido meu. Ele parou de bater no saco de areia, olhou em minha  direção.

— Mamma! — falou em italiano e saiu do ring vindo na minha direção. Abri os braços para abraçar meu menino. Passei a mão nos cabelos dele após o abraço.

— Ai meu deus, sentir tanto sua falta. Olha só como você esta, está lindo, anda se alimentando direito? Tá bebendo água? — Alguns caras riram, Isac ficou com as bochechas coradas. Estou fazendo meu papel de mãe, envergonhando meu filho.

— Mãe! Eu sei me cuidar.

— Sei que sabe se cuidar, mas um alerta nunca é demais. — Toquei sua bochecha que ainda está corada. — Vai demorar ainda, quer tomar um café com sua mãe?

— Já acabei por aqui. Só um minutinho vou me trocar e já volto.  — esperei alguns minutos, olhei em volta é tudo muito limpo e organizado para visto que só tem praticamente homem por aqui. Avistei alguns rostos conhecidos, devido as redes sociais do meu filho e entre eles Josh não se encontra. Nunca gostei muito dele para falar a verdade. Isac saiu do vestiário, sorriu vindo em direção com um capacete de moto, ele não mudou muito de quando era adolescente, sempre gostou do perigo, inclusive moto.

— Vamos?

— Vamos sim. — assim que chegamos na lanchonete, nos sentamos numa mesa vazia, rapidamente fizemos o nossos pedidos.

— Então me diz como anda as coisas com a Gabrielle? — ele me olhou um pouco sério, Gabrielle é uma das voluntárias da minha ONG, soube que os dois estavam de rolo.

— Não estamos mais juntos. No começo foi bom demais, mas como tudo tem um fim, o nosso chegou. Não aguentei muito bem a pressão que ela exercia sobre mim e para não sairmos mais machucados do que já estávamos, resolvi terminar.

— Mas estão bem?

— Sim.

Ele não falou mais nada sobre o assunto, colocando outro por cima bem aleatório o que deixei passar.

........

Alojamento da ONG…

Verifiquei o endereço antes de sair do táxi, para ver se realmente estou no lugar certo e estou. Esse é um dos principais alojamentos aqui da cidade. O pessoal que reside aqui, eles são responsáveis pela parte de saúde e educação.
Os seguranças do alojamento sorriem ao me verem, sorri de volta, toquei a campainha Pablo atendeu me desejando boas vindas, logo murmurando “ ai meu Deus “, quando uma discussão soou.

— Gabrielle me devolve o meu celular. Para de fazer graça! Eu estava numa ligação importante, estava falando com os meus pais.  — era a voz do Raul, doce menino. Fazia gosto da relação dele com minha filha Lara.  Cruzei os braços assim que cheguei na sala vendo a Gabrielle com o celular do Raul, correndo de um lado para o outro. Assim que me viu Raul parou de falar com a Gabrielle — Senhora Asensio, quanto tempo! — assim que Raul diz essas palavras Gabrielle para no mesmo momento.

— Dona Luiza. — ela devolve o celular para Raul — Toma, achei que tava falando com alguém mais interessante e não era seus pais e sim aquela magrela loira sem graça da Hope. Ela é tão chata insuportável quanto você.

No ringue com o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora