No ringue com o amor

oito

A desconfiança, o não acredita estar tão estampado no seu rosto. Eu não mentiria com uma coisa dessas, eu não mentiria, eu não sou esse tipo de mulher a minha família , a minha mãe me deu educação, tenho uma base família forte, caráter estabelecido, eu não mentiria uma coisa dessas.

- E o que é que eu tenho haver com isso?

É, realmente ele... Passei a língua entre os lábios respirando fundo, me aproximei dele ele se afastou. Já esperava uma reação parecida.

- Isac, um mês atrás a gente ficamos. Eu lembro... Eu lembro que a gente se preveniu. Mas você sabe que essas coisas não é 100% seguro.

- Esse filho é meu?

- E de quem mais seria?

- Não sei. Não sei com quem você se envolveu.

Olhei pra ele de cima baixo, não acreditando que ele acabou de dizer isso. Não convivemos mas ele me conhece... Ele deve me conhecer. Ou ter uma ideia basicamente de como sou.

Eu não sou do tipo de pessoa que fica com uma pessoa diferente a cada noite, a cada balada. Não. Se eu me envolvo com a pessoa, mesmo só ficando vez ou outra, é só aquela pessoa. E funcionou assim com ele. Foi só ele.

- Isac... - já não estou conseguindo me controlar. Ou eu vou gritar com ele ou chorar.

- Isso é brincadeira né? Está brincando comigo? - Ele começou a rir.

Eu não soube o que fazer, para onde olhar, mordi o lábio para evitar de chorar. Estou me sentindo horrível.

- Eu sei que a situação não é a ideal não planejamos isso eu não planejei mas aconteceu.

Ele começou a rir alto apontou dedo pra mim.

- Você planejou tudo. Você fez isso tudo por interesse, você me usou.

- Já chega Isac. Você está passando dos limites, com que essa sua desconfiança besta. Idiota. Eu não te usaria para seu pai do meu filho. Interesse? O que que você tem a me oferecer? Nada. Você só é um lutadorzinho de briga de galo, de Rinha de galo. Você não tem nada para me oferecer.

- Olha lá como você fala. Olha lá como você fala da da minha profissão. Do meu trabalho.

- Olha você como fala de mim. Do meu caráter. Da minha índole. Você me respeite, me deu o devido respeito. - A essa altura já estou chorando. Passei a mão nos olhos limpando as lágrimas. Apontei o dedo para ele e notei que estou tremendo muito.

O silêncio entre nós reinou, as pessoas na rua não estão prestando atenção no que está acontecendo aqui, o que é ótimo, o que é ótimo para a carreira dele. O que eu tinha na cabeça de armar aquele escândalo. O que eu tinha na cabeça de procurar ele com uma coisa dessas, isso pode estragar a vida dele.

- Você tem certeza? - ele perguntou baixinho.

Funguei.

- Nunca atrasa. Isso nunca aconteceu.

- Você fez o exame, para ter certeza? Fez pelo menos algum teste?

Olhei para ele, que parece estar mais calmo e vindo na minha direção.

- Eu fiquei... Nervosa. Não soube muito bem como agir, eu só tenho vinte anos Isac. Meus planos para ser mãe, não é por agora. E eu nem sei se quero ser mãe.

- Se não fez nenhum teste, vamos ter que fazer. Não fica assim. - Ele me abraçou. Fiquei com mais vontade ainda de chorar, só que tenho dignidade, mesmo que eu não a use, hoje por exemplo não usei.

- Me desculpa pelo escândalo. - funguei.

- Foi um baita escândalo. - ele disse rindo.

- Sim. Foi tudo na improvisação. Menos a parte da piranha. Onde você encontra aquelas coisas? - ri saindo do abraço. Isac, limpou minhas bochechas, a make borrou tudo.

- Não procuro nada, elas vem até mim. - revirei os olhos.

- Eca! - ele riu apontando pra mim. Nossa! Eu também fui atrás de certa forma, praticamente me joguei nele, antes de nos beijarmos. Se for assim eu estou na mesma categoria daquela piranha, então eu sou uma piranha.

- Eu não quis te chamar de golpista interesseira. Me desculpa.

- Quis sim.

- Foi na hora da raiva. Algumas garotas já se aproximaram de mim, por interesse. Meio que ficou... Já esperando isso. Me desculpa.

- Ta. Eu também não quis desmerecer, a sua carreira. E parabéns por ter ganhado hoje. Eu estava lá, eu vi, você foi um máximo.