trinta e nove

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Hope….

Olhei para todas as minhas coisas  tenho apenas duas malas grandes, a minha era consumista, ficou para trás, mas também nesses últimos dias, estourei alguns cartões de créditos, meu pai até me ligou perguntando se eu tinha sido roubada. Foi engraçado.

Cheguei em casa, na minha casa nova, Victor estar descarregando algumas caixas, que a tia Luiza mandou de lá de Madri para o Isac, que na verdade são coisas do Isac quando ele era criança e adolescente, e agora serão do Gael.

— Obrigada! — lhe entreguei uma garrafa de água.

— Não por isso. — me encostei na bancada da cozinha, Victor está na minha frente suado até os ossos. Nem estar tão calor assim.

— Está nervoso?

— O que? Eu?

— Quem mais estar aqui? Claro que é você.

Ele riu.

— Agora sei como Isac se sente, quando dou de terapeuta. — coçou A cabeça na altura da nuca, trocou o peso de uma perna para outra.

— Não precisa me falar se não quiser, mas você não está conseguindo esconder muito bem o que você está escondendo, quer dizer está tentando esconder.

— Não é muito bem um segredo.

— É seu lance com a Lara? Isac ainda não sabe? — Ele ficou calado me encarando. — É isso então. Está preocupado qual vai ser a reação dele quando descobri?

Victor estalou a língua no céu da boca, voltou a coçar a cabeça.

— Ele é bem ciumento as vezes, quando se trata das irmãs dele. Principalmente a Lara.

Concordei.

— Sim. Mas isso não quer dizer que ele vai ser contra, e mesmo se for contra, a vida é dela. E sua. E tenho certeza que ele quer o melhor para vocês, ele conhece tanto você quanto ela, sabe das suas qualidades e se você é bom ou não para a irmã dele e mesmo assim, quem decide as coisas sobre a vida dela ela mesmo.

— Sim eu sei.

— Essas coisas, são complicadas mesmo.

Entrei no quarto que vai ser do Gael, estar quase tudo pronto, só umas coisinhas aqui e ali para finalizar. Sentei na cama com uma pelúcia no colo. Estou apreensiva se vai dar certo ou não e quanto tempo pode demorar.

— Oi. — olhei para Isac que está parado no batente da porta. — Está tudo bem?

Neguei.

— Desde que comecei o processo de mudança, que não tenho notícias sobre o andamento da adoção. A diretora falou que é normal, que essas coisas podem ficar estagnados.

— Sim. Eu me informei também. — balancei a cabeça, ele veio se sentar perto de mim. — Também, falei com minha mãe, se ela pode ajudar com alguma coisa, de novo.

— Sério? O que… o que ela disse?

— Ainda não tive respostas, mas, ela falou que é normal e que é só esperar. Eles vão… — Isac ficou me olhando como se estivesse escolhendo as palavras certas para não me magoar e com isso meus olhos encheram de lágrimas. — Vão fazer o melhor para ele.

— O melhor é a gente. — minha voz saiu tão baixa, tão instável sem nenhum rastro de convicção.

— Eu sei, gatinha. Eles vão ver isso também. — me apertou junto a ele, me agarrei a ele com o coração na mão.

Acordei com o despertas tocando, cobrir a cabeça com a coberta.

— Desculpe, esqueci de desligar. — Isac desligando. Afastei a coberta avistando ele ainda de pé ao lado da cama, sorriu quando me notou lhe olhando. Ele está claramente voltando de uma corrida. Camisa agarrada ao corpo molhada de suor, bochechas rosadas, ainda um pouco ofegante. — Bom dia, gatinha.

— Como pode você ser assim? — gemi.

— Como? — riu. Voltou a colocar o celular na mesa de cabeceira.

— Atlético e gostoso logo cedo. Não é justo comigo. — fiz beicinho. Ele mexendo nos cabelos.

— Você não tem jeito. — riu sem jeito. — Vou tomar banho e fazer o café.

Tirou a camisa e foi para o banheiro.

Faz uma semana que estou morando na casa nova, Isac dorme aqui alguns dias na semana, ainda não conversamos sobre ele mudar pra cá. Não quero força-lo a nada, as vezes, ainda sinto como se tivesse imposto o Gael a ele. Cheguei até falar isso com ele, foi um emaranhado de palavras sem sentido e lágrimas. Ele garantiu que não, quer tanto o Gael, nossa família quanto eu, colocamos alguns pingos nos is e tudo certo.

Escovei os dentes enquanto Isac ainda estar no banho, ele está falando sobre a próxima viagem, um evento no interior para promover o boxe em cidades pequenas e carentes.

— Quando vai ser? — cuspir a água antes de perguntar.

— Daqui a dois dias, vamos ficar por lá uns quatro a cinco dias. — balancei a cabeça. Ele saiu do chuveiro apenas colocando a cabeça no vidro do box aberto. — Vai dar tempo de ir e voltar antes do casamento da Mia. A despedida de solteiro também.

Concordei sem tirar os olhos das gotas de água escorrendo por seu rosto e pescoço. Mordi o lábio logo desviando a atenção para a pia. O ouvir rir. Fui pega, não que seja um problema, é que estamos falando de uma coisa importante e eu com pensamentos obscenos.

— Por que você não fala de outra coisa, para eu me sentir melhor, menos uma doente tarada. — Ele riu, gargalhou.

— É, eu percebi que você estava me comendo com os olhos, só de apenas olha pro meu rosto.  — gemi escondendo o rosto nas mãos.

— Pois é! Eu não te falei, Atlético e gostoso, esse meu é ponto fraco. Nem é todo o resto que me faz ficar com você, é só a sua aparência.

— E se eu disser que gosto muito desse seu lado tarada?

— Não é coisa exclusivamente sua, os homens costumam ter egos grandes.

— Duvido que no meu caso eu tenha apenas o ego grande.

Ri em choque.

— Não acredito que você falou isso. — Balancei a cabeça indo até a porta do box aberta, olhando diretamente para ele e para o seu ego grande. — Não é apenas eu que sou tarada, pelo visto.

Ele riu se virando de frente pra mim. Diminuiu o chuveiro, a água apenas caindo aos poucos. Tirei as roupas entrando e fechando o box.

— Gosto quando me olha assim. — disse com as duas mão no meu rosto.

— Como?

— Como se eu fosse tudo para você. — Isacme puxa para mais perto, me pegando no colo, e eu passo as mãos no seu cabelo. Encosta sua testa na minha, nos beijamos sem muita pressa, com suspiros e frases sem muito sentido.

— Por que você é… — O canto de sua boca se levanta.

No ringue com o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora