Resgate

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QUINTO DOS ÚLTIMOS
10 CAPÍTULOS
🌑✨




O santuário, como esperado, é todo branco com bancos em madeira e detalhes em vidro. A imagem de um Sol saindo de duas mãos está na frente de um altar. Logo abaixo, há uma imagem minha. Entro com cautela, e vejo que algumas pessoas estão ajoelhadas, como se estivessem rezando. Obviamente, eles de imediato percebem minha presença, se levantam e vão andando em minha direção. Da mesma forma que pessoas no dia seguinte que derrubei a Dobra, que pediram minha benção, queriam me tocar, essas também.

Minha Santa! — uma criança, uma menina de cabelos loiros e olhos castanhos me chama. Por um momento me distraio, vejo a situação em que ela está, sua roupa simples, de cor neutra, não parecendo estar totalmente alimentada, mas é uma menina linda. Ela se parece comigo, quando criança e morava no orfanato, a não ser pelos cabelos loiros.— O que faz aqui?

Estou procurando o Apparat. Sabe onde ele está?— respondo, saindo do meu próprio transe.

Ele foi atrás do homem de preto.

Homem de preto?

Isso, chegou um pouco antes do Apparat, ele disse que estava doente, possuído, não podíamos nos aproximar.

Pode me mostrar onde esse homem está?— ela me pega pela mão e me leva por corredores sem fim. Até finalmente chegarmos em uma porta de madeira, com detalhes em ferro. Ela aponta para a porta, indicando que meu noivo está do outro lado da mesma— E o Apparat?— ela continua apontando a porta e entendo o que ela quer me dizer. Os dois estão do outro lado dessa porta. Um vento gelado passa por mim, me gelando toda, estou com um mau pressentimento.

Crio meu feixe de luz, a disparo em direção do céu, a mantenho por alguns segundos, sendo suficiente para que os outros me localizassem. Assumo que os soldados do Apparat também viram minha luz, pois começa correria e gritaria, logo a porta a minha frente provavelmente abriria. Digo a garota que saia e vá para algum lugar seguro, ela assente e corre.

No momento que vejo que ela se foi, eu abro a porta a minha frente, mas ao contrário do que a menina me disse, ali dentro só havia o Apparat. Era um cômodo um tanto incomum. Havia mobília em madeira, uma mesa de escritório, cadeiras, e no centro da sala havia duas árvores, uma menor e outra extremamente maior. Embaixo da maior, tinha o que aparentava ser uma mesa de pedra. O Apparat estava sentado em frente a mesa, mexendo em alguns papéis, e assim que me vê, levanta.

Minha Santa! O que está fazendo aqui?

Surpreso?— feliz que o peguei desprevino, quero o intimidar, assustar.

Claro, mas encantado por sua aparição, não a esperava. É um prazer tê-lá aqui.

Sim, tenho certeza. Onde está o Darkling?— consigo ver por uma fração de segundo medo em seu rosto.

Desculpe minha Santa, mas não sei do que está falando.— ele tenta se fazer de desentendido, contudo vejo através de sua face. Continua falando— Está sala é a principal e mais importante nesse santuário. Vê essa árvore?— ele aponta para a maior— Sua semente foi plantada na semana que a Dobra foi criada, há muito muito tempo. Pode ver como seu tronco é grande, possui diversos galhos, sendo sua copa tão grande. A outra foi plantada no dia em que você surgiu, pouco tempo atrás. Elas mostram há quanto tempo lhe esperamos, rezamos por você, uma Conjuradora do Sol. Demonstra nosso momento de desespero e nosso momento de alegria. Você é nossa esperança, nossa salvação, a verdadeira governante, por isso criamos lugares como este santuário, em sua homenagem.— nesse momento escuto passos e sei que Ivan, Mathias e Fedyor, me acharam.

Chega! Me diga onde ele está.— seguir lágrimas que ameaçam cair só de pensar que eu causei tudo isso, que meu amor foi levado por minha culpa.

O monstro? Desculpe minha Santa, mas não posso. Ele não lhe faz bem, não deve governar ao seu lado!— diz convicto.

Ele é o pai do meu filho, que pode ter o poder de conjurar a luz, sendo mais um a vocês admirarem. Ele é bom, você pode não ver mas eu vejo!— grito, cansada dessa discussão, só querendo o matar.

Não o achamos Alina, o procuramos por todos os cantos, ele não está aqui— diz Kaz e o Apparat ri, parecendo estar até se divertindo.

Guardas entram por outra porta no cômodo e dirigem suas armas a nós. Apesar de mandar não nos acertar, uma flecha vem em nossa direção, mas é parada por umas das adagas de Inej. Olho para ela, lhe agradeco pelo olhar, mas imediatamente vejo ela parecer se sufocar, caindo de joelhos no chão tentando e falhando em pegar ar. Apenas um sangrador ou aero poderia fazer isso. Procuro quem poderia ser o responsável, pronta para usar meus poderes quando eu mesma começo a sentir falta de ar e é ai que tudo começa a ficar embaçado.

A primeira coisa que penso é em meu bebê, e levo minhas mãos a meu ventre. Escuto gritos, do Apparat, de Fedyor, e outros que mal consigo identificar de quem são, quanto mais entender o que estavam dizendo. De repente, algo dentro de mim cresce, uma raiva descomunal, que parece não ter limites. Crio fumaça em tudo ao meu redor, exceto nos 8. Recupero meu fôlego, e penso se não conseguem nos ver, não conseguem usar seus poderes em nós. E estou certa, mas começam a atirar cegamente, balas, flechas, e protejo meu domo de luz a nossa volta. Mathias, no entanto está fora dele. Uma bala, vindo por trás dele, está por o acertar mas a derreto com minha luz. Ele vê o metal derretido no chão, olha para mim, e amplio meu domo.

Começo a pensar onde poderia estar Aleksander, afinal ele tinha que estar aqui. Me recordo da garota indicando que os dois estavam aqui, e analiso onde o teriam escondido quando vejo a mesa de pedra, seria um lugar ideal para esconder alguém, um corpo.... não! Cego todos na sala que estavam atirando em nós e corro na direção da mesa, a quebro e vejo o corpo da minha metade ali estirado, como se fosse um cadáver na tumba. Ivan se aproxima e nós tentamos o acordar mas não conseguimos, vejo sangue, começo a entrar em pânico.... Até que vejo sua garganta, estava cortada. Não conseguia acreditar no que estava acontecendo, não podia tê-lo perdido, não de novo. Ele era mesmo um cadáver em uma tumba, meu coração está despedaçado, não consigo sentir meu corpo e nem as lágrimas correndo pelo meu rosto.

Já é tarde, querendo ou não, seguirá sua vida e governará sem ele.— fala o Apparat se levantando com dificuldade, depois de ter sido cegado, mas ainda com sorriso no rosto.

Dou um berro, quase tão alto que poderia ter ensurdecido todos e qualquer um a minha volta. Preparo meu corte e uso no desgracado que acabou com minha metade. Me ajoelho no chão, chorando, Ivan e Fedyor estão tirando o corpo de Alek de dentro da mesa, enquanto todos me observam.

Moy svet...









Fortes emoções não é mesmo?!
Apparat fdp, peguei a ideia de qnt na serie da Netflix ele me assustava. Hahahaha
fanlulau

Light of mineOnde histórias criam vida. Descubra agora