POV Pepper
Aconteceu de novo. Exatamente como juramos que não aconteceria. Estava tudo bem — ou pelo menos fingíamos que estava. Dessa vez Tony não me procurou para conversar, e eu também não o fiz. Era melhor assim. As coisas se resolveriam com o tempo.
Era meu intervalo no horário de almoço, e eu estava no táxi a caminho da casa de minha mãe para almoçar junto à ela.
Não demorou para que o motorista estacionasse em frente a casa com o jardim. Acertei o preço da corrida, e desembarquei do veículo, caminhando até a entrada.Antes que eu pudesse bater na porta ela se abriu e Paul se revelou — Virginia, querida! — disse me abraçando — Sua mãe estava à sua espera, vamos, entre! — se afastou para que eu pudesse passar
— É Virginia? — A voz feminina distante ecoou da cozinha
— É sim, honey — meu padrasto respondeu me guiando
—Tia Pepper! — a garotinha ruiva surgiu da sala, pulando em meus braços
— Ah, meu amor, como eu estava com saudades da minha red head — disse aninhando Sophie no meu colo — Não sabia que você estaria aqui
— A babá teve alguns problemas e precisou faltar — minha mãe apareceu , limpando as mãos no avental
— Ai a mamãe me deixou com a vovó — a mais nova justificou, por fim
Terminei de adentrar pela casa, deixando meus pertences no sofá e depois seguindo até a cozinha para ajudar minha mãe com o restante do almoço.
Ela preparava um macarrão à carbonara — o meu preferido, diga-se de passagem — e eu resolvi colocar à mesa para que pudéssemos fazer a refeição todos juntos. Minutos depois estávamos sentados na sala de jantar, minha mãe, Paul e eu, já que Sophie resistiu a se juntar a nós, pedindo para comer enquanto assistia TV, minha mãe cedeu aos puppy eyes da neta e permitiu que ela o fizesse, completamente rendida aos poderes persuasivos de minha sobrinha.
— Então, Pepper, como vão as coisas no trabalho? — Paul perguntou e logo notei o olhar fuzilante que minha mãe dera no esposo por ter tocado no assunto que envolvia alguém que ela detestava.
— Vão bem. — respondi passiva, levando o garfo até a boca em seguida
— Li no jornal que as ações da SI não param de crescer. Pensei que aquele rapaz não fosse capaz de gerir o que pai deixou
— E ele não é... quem faz tudo naquele lugar é Virginia. — Dona Sarah resmungou, me olhando por cima do prato — Por isso ela não tem tempo para nada.
— Mom, já conversamos sobre isso. — conclui
— I know. — disse indiferente ao meu ponto de vista — Só acho que você deveria começar a se preocupar mais com seu futuro ao invés de ficar se preocupando com... — fez uma pausa — bom, com seu chefe.
— Eu estou me preocupan—
— Sabia que o Christopher, filho da Margot, chegou da Inglaterra esses dias? — ela diz me interrompendo meu argumento — É um rapaz encantador! Eles vieram nos visitar ontem a noite. Você precisava ver como ele é simpático, querida!
— Mãe... — interfiro, tentando evitar que o assunto se volte para meus relacionamentos
— Sabe quem ele me lembra? —continua, sem dar a mínima para minha vontade — O Scott! — ela diz o nome do meu cunhado, claramente empolgada
— Sarah, please — Paul toca as mãos dela, tentando acalmar os ânimos, mas já é tarde pra isso.
— Deixe que ela termine! — ralhei, jogando os talheres sobre meu prato — Diga que devo me casar e ter uma família perfeita assim como a da Maggie! — falei de maneira ríspida