POV Pepper
Já era madrugada de 16 de janeiro, aproximadamente 00:50 quando dei entrada na maternidade. Fui recebida por Natalie e sua equipe, que já esperavam por mim quando cheguei.
Meghan cuidou de preencher os papéis e fichas com minhas informações pessoais enquanto Tony me acompanhava até a sala de parto, onde eu passaria algumas horas até a dilatação ideal para que Avril pudesse vir ao mundo. Dra. Stevens sabia do meu desejo em ter um parto normal, e não fez nenhuma objeção a isso, como já havíamos conversado em consultas anteriores, se tudo corresse bem assim seria feito, somente optaríamos por uma cesárea caso houvesse necessidade.
Tony me seguiu até o quarto, e assim como durante todo o percurso até o hospital, ele se mantinha distante e apavorado. Não sabia muito bem como agir, já que não estávamos esperando pela chegada de Avril naquele momento, e sequer tivemos tempo para nos preparar nas semanas que se passaram por causa do comportamento que ele vinha tendo e de nossa fatídica briga.
POV Tony
Pepper entrou no banheiro para se trocar com a ajuda de uma enfermeira e fiquei a sós com Meghan no quarto. Minha cunhada sequer tinha trocado uma palavra comigo durante o caminho para o hospital, e sua feição também não era a das melhores, o que já era de se esperar, já que Meghan sempre apoiava a irmã, e independente de qualquer coisa ela sempre tomava partido de Virginia.
— Eu não sei como foi a briga que tiveram, muito menos o que conversaram e decidiram sobre o relacionamento de vocês na empresa, só por favor não seja um babaca agora, ok? Minha irmã precisa de você, Anthony. — ela se aproxima de mim e sussurra para garantir que Pepper não ouça o sútil tom de ameaça dela. Meg sai do quarto logo em seguida, me deixando sozinho esperando por Pepper dessa vez.
— Onde ela foi? — Pepper pergunta pela irmã mais velha
— Foi buscar as malas de maternidade na mansão ... — anuncio
— Oh, claro, as malas! — ela assente e caminha cuidadosamente até a cama, mas começa a sentir mais uma contração se aproximar e precisa se apoiar em mim.
Eu não sabia ao certo como ajuda-la, não sabia até onde eu poderia invadir o seu espaço, ainda mais levando em conta que eu tinha acabado de pedir um tempo da nossa relação... mas ainda assim a mantive perto de mim, e massageei-lhe as costas para ajudar com o incomodo.
Assim que a dor passa, Pepper agradece, se volta para a cama novamente e eu me sento no sofá próximo à porta a alguns metros de distância.— Hey... — ela fez um gesto para que eu me aproximasse, então caminhei até a ponta da cama onde ela estava deitada. — não tenho dúvida de que você vai ser o melhor pai do mundo, Anthony Edward Stark. Ela já te ama tanto quanto eu. — Pepper pegou minhas mãos e repousou-as sob a barriga firme dela
Foi tudo que ela precisou dizer para me tirar do eixo. Quem eu estava querendo enganar pedindo um tempo? Eu a amava e não conseguiria, muito menos queria, passar um segundo sequer longe dela. Pepper era minha vida. Avril era minha vida.
— Não preciso de tempo nenhum, Pep... — comecei — Eu só preciso de você... Eu só quero poder passar cada minuto ao seu lado, e ao lado da Avy.
— Então quer dizer que me perdoa?
— Não tem o que perdoar, linda. Nós estamos bem, e eu te amo mais do que tudo. — depositei um selinho nos lábios dela e senti as lágrimas me invadirem dessa vez. Era a primeira vez que eu chorava na frente de Pepper depois de tudo o que tinha acontecido, a primeira vez que eu me permitia me abrir daquela forma. Foi a vez de Pepper me aconchegar e me dar o colo que há tanto eu precisava.