Doce Veneno

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•Josh Beauchamp•

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•Josh Beauchamp•

Me deixe ter ciúmes, raiva ou até mesmo ódio, sim, até mesmo o ódio é bom, mas, não me deixem chegar ao ponto de sentir repulsa.

Isso não.

Repulsa e nojo é o sentimento mais baixo que um ser humano pode ter pelo outro, é algo que beira a insensibilidade, é como se a pessoa não significasse absolutamente nada.

Eu cheguei a esse ponto.

Não foi nada difícil, o castelo sempre tem pragas e bichos, afinal o quão antigo esse lugar é, algo forte tem que matar essas pragas. Um veneno, no canto da pia da enorme cozinha que eu jamais tinha entrado.

Foi natural, a água borbulhou em minha mão quente, despejou em uma delicada louça de porcelana, um gosto bom, por pura pena, camomila o nome disso? E um gosto ruim, por puro nojo, o veneno se dissolveu no líquido.

A empregada não me viu, serviu o chá normalmente, tudo era uma sinfonia linda e rica que ninguém se tocou que estava contaminada, e foi bom e calmo.

Eu ainda ganhei o prazer de poder ver e quem sabe imaginar todos os dias as mortes deles de uma forma diferente, hoje eu posso arrastar o corpo do meu pai em uma carroça e afogar minha mãe em um lago, amanhã outro destino.

Nunca foi o veneno, o veneno é a liberdade.

Meu corpo pesado tinha sim culpa, eu não sou tão insensível quanto pareço ser, mas nesse momento estou flutuando em uma incerteza enorme de ser e estar, talvez até mesmo de pertencer, mas ainda, sem resposta.

-Acorda garoto. -a voz exigente me faz abrir os olhos-

Meu corpo reflete gelando de susto.

Eu ainda estava naquela cela nojenta por sinal, mas não faço a mínima ideia de  como ou quando adormeci, a última coisa que me lembro é da Any aqui comigo e agora dessa dor de cabeça horrível.

-Há quanto tempo estou aqui? -falo encarando o sorriso sarcástico de Eros notando que minhas correntes não estavam mais em meu pulso-

-Algumas boas horas. -ele me levanta do chão- Acho que minha irmã sabe como curar pessoas.

Me lembro disso.

-Ela me curou? -falo sem entender-

-Ela tentou. -ele fala sério- Vocês são um bando de perturbados.

-Não me diga. -falo baixo- Como eu reconheço vocês e...

-Suas irmãs não? -Eros me encara- Any praticamente vendeu a alma para você naquele bendito eclipse, te levou na floresta para saber a previsão com ela...

-Eu levei ela. -corrijo-

-Na verdade, ela que te salvou dos lobos não? -ele sorri baixo- O que eu quero dizer é que se um de nós confia tanto em você, seu olhar muda. As meninas não estão prontas, elas veem o que querem.

Kingdom Of Amis - BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora