"Quatro raízes de todas as coisas: fogo, ar, água e terra."
Te convido a imergir no Universo de Amis. Um Reino distante fundado por lendas pede licença para habitar sua imaginação. Um amor tão proibido quanto sua própria intensidade coloca a jovem...
"Você não pode reviver um momento, mas pode intensificá-lo." -Wendell Fidélix
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•Robert•
Já me questionei muito sobre o meu destino, sobre o que os Deuses preparam para mim e sei que essa é a minha última guerra. Meu pulmão tensiona em uma pressão enorme, eu sabia o que estava acontecendo então tento relaxa ao sentir me encharcar lentamente. Nunca é rápido e sempre acabamos em memórias perdidas quando vamos de plano para o outro.
Em um instante eu sorria de algo que Savannah disse em meio aos treinos, no outro eu acalmei seu choro por finalmente chegar a um estágio de aceitação da morte e começar a se lembrar. Tenho imagens rápidas das espadas batendo, da paz daquele lugar, da minha serenidade por estar ali. Mas agora, eu só sinto a água a minha volta e minha mente está perdida nesse processo.
Estou voltando aos poucos.
Se eu pudesse definir lar, seria nos braços das minhas filhas; naqueles dias chuvosos que sentávamos perto da lareira, elas riam das minhas piadas bobas e eu era o guardião da nossa morada. Eu só vivi essa experiência de conforto em meu coração duas vezes, como pai e como irmão.
Eu nunca desvendei aquela cor por completo, mas as sardas em volta do olhar turvo me encaravam com intensidade. Sinto a brisa por estar sentado perto de mais do penhasco, minha mão desliza para trás da orelha dela depositando em uma mecha ruiva a delicada flor branca que eu segurava. Meus olhos descem ao seu sorriso meigo e sua boca se mexe dizendo algo que eu não compreendo.
Respiro fundo tentando viver esse instante.
-Nosso pai não gostou nada. - voz suave de Íris abre minha mente- Mas eu não tive o controle na hora.
-Tá doendo? -analiso o machucado no canto dos seus olhos-
-Tá doendo lembrar do que disseram para mim. -ela desvia o olhar- Eu só queria frequentar a escola, porra eu só tenho dezesseis anos.
-Não podemos ir a escola pois abriremos suspeitas Íris, como vamos explicar quatro jovens morando sozinhos sem pais? -falo a consolando-
-Não me aceitaram porque não tenho pais, eles me chamaram de bruxa. -ela abraça o corpo juntando as pernas em seus braços-
-Quem disse isso? -falo buscando seu olhar-
-O filho do diretor. -ela diz resmungando- Zéfiro Jeong.
-Ele é um mimado porque um dia vai herdar aquela escola e acha que isso significa algo. -junto seu corpo para perto do meu- Você não pode se descontrolar por causa de um garoto idiota.
-Eu não queria ter nascido assim. -sua voz sai raivosa- Porque todo mundo nasceu normal e eu não? Porque ela me fez com esse cabelo sabendo que nesse reino isso é mal visto? Nossa mãe me odeia.