Fim

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FIM

Esses dias eu pesquisei a definição de Epílogo: "É a parte final de um discurso, no qual é feito um resumo final das ideias expostas, ou também pode ser apresentado o desfecho da história. O epílogo de uma obra literária determina os últimos acontecimentos da história relatada."

Eu escrevi e reescrevi o epílogo de Kingdom Of Amis incontáveis vezes, não cheguei lá.

Seria muito injusto postar por postar, não comi hipocrisia no café da manhã então assumo que já escrevi por escrever; porque estava sem atualizar; porque me pediram, porque não tinha razão se quer. Eu me perdi no processo e só me afastando eu pude definitivamente enxergar.

Vocês querem um epílogo? Sejam o epílogo. Que eles tenha mais três filhos, que o Reino entre em guerra e que o fogo consuma as flores? Não? Que tal um viveram felizes para sempre? Se é mais o seu estilo eu respeito. Fato é que eu jamais poderei escrever um final, pois não acabou.

Eu desejo destrinchar as linhas, os detalhes, a originalidade desse universo que eu criei, eu me orgulho (pra caralho) de ter tido a criatividade de ascender a fantasia no universo fanfic, quero me orgulhar de levar para mais pessoas o que há de mais puro prazeroso: a leitura.

Eu não me importo se isso cair no esquecimento, porque eu sempre vou lembrar. Eu me desapeguei de um fim, porque não estou pronta pra finalizar, não é essa a minha história, não é assim que deve ser. Sou grata pela identificação e carinho de um fandom, mas creio que Kingdom Of Amis precisa quebrar as paredes.

Definitivamente não é um adeus.

Há pessoas que se enganam com essa pequena palavra de 3 letras: "Fim"; como se fosse o término definitivo de algo, bem, não é pra mim. É como se esse sentimento sempre estivesse dentro do meu ser, nos diários incontáveis que escrevia na infância, nas poesias que me debruçava sobre durante a adolescência e nas histórias que ousei escrever quando adulta.

Eu perdi a conta de quantas fanfics já escrevi, publicadas em diferentes sites, mas nenhuma se quer me deu tamanha reviravolta quanto Kingdom Of Amis, não é atoa que não consegui se quer postar esse final no tempo certo, estava processando tudo que isso significa. Porém, constatei que não significa o fim.

Se eu contar cada entrelinha que me rondou durante esse processo, eu jamais seria capaz de postar isso; pensando sobre o que me levou a escrever tantos hots e cenas quentes; quando eu sofria em um frio sem amor na minha vida real; ou porque escrevi sobre pais problemáticos; quando os meus próprios pais são anjos em minha vida; se quer pensei sobre quando escrevi sobre força; enquanto me afundava em minha depressão.

Estar online é obscuro se você permitir.

É fato que sempre foi um escape, quem não gostaria de controlar elementos? Fazer sexo sem nenhuma insegurança? Ter a força para lutar uma guerra sangrenta e sair como heroína? Eu queria isso, ainda quero. Mas, acabei me realizando aos poucos, dentro do meu próprio processo de crescimento.

Tudo bem, eu não sei empunhar uma espada, mas eu sou orgulhosa da minha profissão de Dentista, onde perco a contas dos sorrisos que ganho por dia. Eu não tenho incontáveis amigos para ir a uma Taberna, mas fico feliz de ir a um barzinho sexta a noite com aquela pequena parcela de deslocados que posso contar em uma mão. Eu não vivi um amor enviado pelos Deuses, mas eu quebro meu coração em aplicativos de relacionamento.

Se contar as vezes em que fui xingada, ameaça ou julgada, eu deveria ter desistido, com certeza seria mais fácil. "Você não é fã de tal artista, está usando a imagem dele"; "Aquela autora que só escreve pornô"; "A pior fanfic que já li na vida..."; e videos de ódio no tiktok, Twitter fazendo chacota, invasão da minha vida privada e... E silêncio no meu quarto escuro, a luz de um celular no rosto, lendo e lendo essas coisas, com perfis que se quer mostram o rosto.

Ansiedade.

Ser escritora me trouxe ansiedade, medicamentos, terapia; e trouxe sorrisos, às vezes brigas, trouxe ódio e ânsia de crescer; me fez gostar de números, que delícia comemorar um milhão de leituras; me fez odiar os números, que vergonha tenho dos capítulos com poucas leituras. Nem tudo pode ser contato em números, é o que eu acho.

Digo que não sou mais a mesma, não, eu não gosto mais de redes sociais, mas ainda escrevo diariamente; eu não exponho publicamente mais minhas opiniões, mas eu tenho todas minhas crenças em mim; eu não gosto mais de tudo que gostava antes, mas sinto falta de saber gostar.

Por hora, estou escrevendo, romances quentes; claro. Quando vocês vão ler? Que tal amanhã? Ou ano que vem? Eu não sei. Só o que sei é que somos aquilo que nos permitimos, eu sou uma escritora, e tem pessoas gostando do que eu escrevo e é pra elas que vou continuar fazendo.

Não vou dar datas, nem nomear o futuro, mas vocês ainda irão ler coisas minhas e sobre mim, no tempo certo, dessa vez com calma e com a certeza de que não será perfeito, não terá um milhão, talvez 365, talvez 14 ou incontáveis e inomináveis direções diferentes para que isso chegue até vocês.

Livros precisam ser lidos.

Deixo o convite a todos que continuem a me seguir, a estarem por aqui e nas outras redes, não estou de remissão da vida online, estou apenas vivendo a vida real; estarei digitando algo publicamente sempre que puder; na minha privacidade eu digito todos os dias, linhas e linhas de amor. Vocês estão prontos para lerem futuramente? Espero de coração que sim.

A história vai ser reescrita, reinventada, republicada; quem sabe um dia, amada novamente. Se palavras escritas em um quarto escuro, por uma jovem de cabelos loiros tingidos, sardas em baixo do olhar e óculos fitando a tela já significaram algo pra vocês, saibam que essa jovem continua a escrever e produzir literatura. Eu continuo a escrever, resta saber se vocês continuaram a ler.

Fechem seus livros, vão traçar seus cabelos e quando tiverem uma batalha emocionante para contar, me chamem, eu sempre amei conversar por telas frias; não se esqueçam de viver, pelo menos nessa vida, só temos uma chance. Não é o fim clã, nesse meu silêncio eu estou feliz, eu estou vivendo; finalmente.

Com amor,

Carol Souza.

Kingdom Of Amis - BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora