Desde quando eram crianças, Kisa e Alfredo sempre se implicaram para esconder o sentimento que nutriam um pelo o outro. Com o passar dos anos, isso não mudou, as provocações e brincadeiras só aumentaram, até que Alfredo foi fazer faculdade em Londre...
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O despertador irritante anuncia que o dia começou novamente, me acorda com um susto e me faz bufar. Consigo tocá-lo em cima da mesinha de cabeceira e faço o barulho irritante parar, então enfio o rosto no travesseiro.
Mesmo que isso me acorde diariamente, eu odeio. Tenho certeza que no inferno toca essa musiquinha como tortura.
Tiro o travesseiro do meu rosto, movo meus pés para o chão e me coloco de pé, vou falando alguns palavrões enquanto caminho para o banheiro. Escovo meus dentes na grande pia, me livro da minha camisola e vou para o box tomar um banho. Meu banho não demora muitos minutos, apesar da água quente estar uma delícia, eu tenho horário. Vou para o closet, passo desodorante e creme hidratante, e pego uma roupa para ir trabalhar, um terninho branco com top laranja claro e um scarpin branco que apenas aparecerá o bico. Solto o meu cabelo da touca de cetim, os cachos caem pelas minhas costas e deixo-a em cima da penteadeira.
Faço uma maquiagem leve e apanho minha bolsa transversal branca no closet antes de caminhar para fora do quarto. Desço as escadas da minha cobertura e saio de casa. Chego na garagem do prédio e entro no meu carro, um Maserati preto fosco, e sigo pelas ruas de Nova York a caminho da minha empresa em Wall Street.
Após alguns minutos dirigindo, chego à Vezicci. Saio do carro, entrego a chave para o manobrista estacionar e subo para o andar que eu trabalho.
Vezicci é uma empresa de moda, lançada e fundada unicamente por Kisa Vezenic há quatro anos. A empresa é a minha vida, fundada do meu esforço e persistência. Mas também tive ajuda, sem eles talvez fosse diferente.
— Bom dia, Júlia — cumprimento a recepcionista sair do elevador.
Júlia me encara, a encaro de volta admirando os seus traços japoneses e o longo cabelo liso azulado.
— Bom dia, senhorita Vezenic. Sua secretária está lhe esperando — avisa Júlia.
— Ok. Obrigada — falo, dando um leve aceno de cabeça e sigo para a minha sala.
Ao abrir a porta, vejo a Manoela me esperando com um tablet na mão, brincando de enrolar nos dedos o seu cabelo longo castanho ondulado. Passo por ela e abro um sorriso simpático para a contadora, que me fita com os olhos verdes.
— Bom dia, senhorita Vezenic — diz Manoela, devolvendo o sorriso simpático.
— Bom dia, Manoela — falo, tirando o meu blazer e sento na cadeira preta.
— Hoje a senhorita tem papéis para assinar, uma reunião sobre a escolha do local do desfile e sua irmã marcou um almoço para vocês no Angeles.
— Muito obrigada, Manoela. Pode ir.
Ela assente e caminha para a saída da ampla sala de janelas de vidro.
— Ah, desculpe — Ela vira em minha direção. —, quase esqueci que a senhorita Cooper deseja conversar com a senhorita.
