Desde quando eram crianças, Kisa e Alfredo sempre se implicaram para esconder o sentimento que nutriam um pelo o outro. Com o passar dos anos, isso não mudou, as provocações e brincadeiras só aumentaram, até que Alfredo foi fazer faculdade em Londre...
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Me aproximo da Kisa enquanto um sorriso está em meu rosto e coloco a mão na barriga dela. Ela sorri, coloca a mão em cima da minha, mas logo faz uma expressão brava e dá um tapa em minha mão.
— Pare com isso, eu não estou grávida. Eu me conheço e afirmo que isso é uma brincadeira comigo. — Kisa revira os olhos.
— Você não está grávida — o médico diz.
— Você não deixa a gente sonhar — Mirela reclama.
— Sonhe com você, por que eu?
— Você é a única que não tem filho — Aron diz.
— Eu sou a única inteligente. Vocês acham que filho é só brincar? Tem toda uma responsabilidade e vocês sabem disso.
— Ter filho é bom — Victor diz.
— Você descobriu que é pai não tem nem 24 horas, então não está no seu local de fala, Victor.
— Continuo tendo um filho e você não.
— Podem calar a boca e deixar o médico falar que eu estou bem e já posso ir embora. Odeio hospital, remédios e tenho medo de agulha, por que me trouxeram?
— Caso não se lembre, você levou uma facada, inalou fumaça, torceu o pé e foi dopada e envenenada — digo.
— Uma vez a tia Lucy rolou a escada e nem por isso foi para o hospital.
— Mas teve consequências, ela ficou louquinha. — Mirela solta uma risada.
— Você vai ser igual ela — meu sogro fala.
— Ela se divorciou aos 50, e eu quero ver o Alfredo me beijar quando eu estiver banguela.
Solto uma risada.
— Mas, então, doutor? Se ninguém quer saber como minha filha está, eu quero — tia Liz pergunta.
— Kisa está bem e não está grávida.
— Obrigada por esclarecer, agora esses indivíduos podem tirar a ideia da cabeça. — Kisa abre um sorriso convencido.
— É ótimo ver todos vocês — o médico fala.
— Você nos conhece? — questiono.
— Vocês não devem lembrar, ficaram anos em Londres, mas ele é o irmão da Anna, que vivia com o Victor, e...
— E levei um soco do Alfredo no colégio, brigamos por causa da Kisa. Bom, na época eu achava que ele me socou por te odiar, mas hoje vejo que era ciúmes.
— Eu lembro disso. Vocês nunca mais se falaram e nunca soubemos o porquê. Meu Deus! Eu sempre fiquei curiosa quanto a isso, acho que já posso morrer em paz.
— Kisa, você poderia ter ficado com outras pessoas, não amigos meus — digo.
