O sábado havia chegado, trazendo com ele o dia de ir almoçar na casa dos meus pais.
O táxi, que pedi por aplicativo, me deixa na porta da mansão dos meus pais quase 20 minutos depois do horário que minha mãe me disse para chegar.
Sei que ela irá reclamar, mas chegar no horário é difícil quando eu preciso fazer uma performance no banho.
Pago o motorista do táxi, ajeito meu vestido curto jeans escuro e saio do carro me equilibrando na bota branca de salto. Ajeitando minha bolsa transversal no meu ombro, caminho para a entrada e entro na mansão Vezenic, caminhando diretamente para a sala de jantar, onde acontece todos os almoços e jantares formais e informais. Está tocando uma música baixa na vitrola, o espaço está iluminado pela luz que vem das grandes janelas que dão visão para o jardim dos fundos.
— Boa tarde — digo, entrando na sala de jantar.
— Oi, filha. Achei que não viria depois de tanto atraso — minha mãe, Elizabeth, ironiza.
Seria um sonho não vir e não ter que escutar, como sempre, que estou fadada a solidão. Minha mãe acha que eu vou morrer sozinha porque eu só namorei uma vez dos 21 aos 23 e tive mais variedades de morte do que de namorados. Eu só tenho 25 anos, tenho até os 30 para achar alguém ou colecionarei amantes igual a tia Lucy louca.
Decido ignorá-la e cumprimentar os convidados. Não tão convidados, família, afinal convivemos a vida toda.
— Tia Catrina, bom te ver. — Me aproximo para abraçá-la. Ela deixa um beijo na minha bochecha antes de me soltar e eu ir até o seu marido. — Tio Giovanni, como vai?
Ele me abraça também.
— Estou ótimo, Kisa. — Ele se senta ao lado da esposa novamente.
— Você deveria ter ido nos visitar. — tia Catrina me encara com seus olhos azuis.
— Eu vou. — Abro um sorriso, me sentando.
Não vou nada e ela sabe.
— Como vai, Alfredo? Eu vou bem, Kisa, obrigado por perguntar. — Alfredo, que está em minha frente, me encara. — Você já foi mais educada.
— E houve um tempo que você não ligava se eu falava com você ou não — retruco, arrancando um sorriso dele.
— Trouxe o saca-rolhas — Mirela diz, entrando na sala com a minha sobrinha e o objeto. — Oi, lady Kisa.
— Lou! — Ignoro-a, abrindo os braços e a pequena corre até mim.
Pego minha sobrinha no colo apenas para dar um beijo em sua bochecha e a coloco no chão. A sortuda sempre almoça cedo e consegue fugir para o jardim.
Ravioli com vinho branco é servido, e todos começam a comer. Todos conversam enquanto comem distraidamente, já eu quero matar o Martell que está chutando minha cadeira.
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Minha Complicada Paixão - Minhas Paixões 01
RomanceDesde quando eram crianças, Kisa e Alfredo sempre se implicaram para esconder o sentimento que nutriam um pelo o outro. Com o passar dos anos, isso não mudou, as provocações e brincadeiras só aumentaram, até que Alfredo foi fazer faculdade em Londre...